Brasil
A corrupção da carne por Sérgio Mauro
Naturalmente o título não se refere às tentações que, do ponto de vista cristão, a carne está sujeita. Haja vista as últimas notícias a respeito da qualidade da carne que certos frigoríferos andaram despejando no mercado, com a conivência corrupta de fiscais do governo, o verdadeiro pecado não é deixar-se levar pela carne e suas tentações, e sim sucumbir ao desejo de alimentar-se dela.
Que o alimento industrializado é inferior ao “natural”, em termos de qualidade e supostos benefícios para a saúde, não há dúvida. Onde encontrar, porém, alimentos “naturais”? A não ser que a pessoa se alimente exclusivamente do que produz, de suas plantas e de seus animais, utilizando apenas adubos orgânicos, é necessário recorrer a alimentos que sofreram algum tipo (às vezes exagerados) de transformação, por menor que seja. Mesmo os pouquíssimos privilegiados que se alimentam exclusivamente do que produzem, talvez estejam sujeitos às mudanças climáticas provocadas pela ação do homem no clima, ou dependem da menor ou maior pureza da água que utilizam. Sem contar o ar que se respira, pois a poluição atmosférica pode afetar os produtos agrícolas. Sendo assim, há séculos que os seres humanos interferem nas leis naturais para aumentar ou aperfeiçoar a produção de alimentos, por vezes processando-os, alterando-os até que adquiram aspectos, cores ou cheiros não naturais e às vezes nocivos à saúde.
Ao fiscalizá-los, as autoridades competentes apenas garantem que estes alimentos não prejudicarão a saúde, isto é, que se encaixam nos parâmetros mínimos de higiene, sem salvaguardar, porém, a qualidade dos produtos, tanto do ponto de vista dos benefícios que possuem como do ponto de vista do esmero e dos cuidados necessários na escolha criteriosa dos ingredientes e dos processos de produção.
Ora, não é difícil imaginar o que acontece quando não se verifica nem mesmo essa fiscalização, como no mais recente episódio da interminável novela de mau gosto da corrupção brasileira. O raciocínio desses inescrupulosos industriais e dos incompetentes e pouco honestos fiscais assemelha-se ao de certos médicos que, para auferir lucros, submetem pacientes à tortura desnecessária de exames inúteis, cirurgias e internações em hospitais infectos: pode até não fazer bem, mas não vai matar, ou melhor, se matar, vai ser aos pouquinhos, sem que alguém possa ser responsabilizado ou quando fica tarde demais para encontrar os culpados.
Qual deve ser a reação do consumidor? Ultimamente, não nos indignamos mais com tais situações, acostumados que estamos aos espetáculos cotidianos que a mídia nos oferece, tanto de crimes hediondos como de roubalheira generalizada. Como acordar e ficar livre desse pesadelo diário? Não há uma fórmula, nem basta apenas prender todos os culpados atuais e os que ainda estão por vir.
Quando um ambiente está infestado por algum tipo de praga, não basta apanhar um chinelo ou um porrete e tentar matar uma por uma, esperando que apareçam para só então dar o bote certeiro. É necessário buscar o ninho de onde parte a praga e eliminá-lo sem deixar vestígios da sua presença. Tarefa difícil e ingrata, mas, não custa lembrar, deve ser praticada no dia a dia e nas mínimas coisas.
Enfim, deixar de comer carne não vai resolver o problema, pois não vai eliminar os que querem nos envenenar aos poucos para amealhar milhões, num salve-se quem puder cujos limites de ganância e falta de escrúpulos foram há muito tempo ultrapassados. A única resposta inteligente e não paliativa para episódios do gênero é urgentemente passar a um mapeamento dos empresários e comerciantes brasileiros, submetendo-os a uma espécie de triagem para identificar os motivos pelos quais frequentemente o empreendedor, ao menos no Brasil, acredita que para obter lucro tenha necessariamente de enganar e corromper. A outa triagem deveria ser feita com os governantes, mas deste assunto já tratei anteriormente e não vale a pena repetir a dose.
Concluindo, é desnecessário afirmar mais uma vez que se trata de um problema de formação de elites conscientes, preocupadas não apenas em encher os próprios bolsos, mas em construir um país progressista e mais justo. Desnecessário, enfim, defender que a formação de classes dirigentes que não ajam como aves de rapina bem como a conscientização das massas dependem de um longo processo educacional, que ainda não começou e nem se sabe se e quando vai começar. Tudo se mostra tão desnecessário que se torna desalentador e, por isso, prefiro fazer ponto final aqui.
Sérgio Mauro é professor da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp de Araraquara.
Brasil
Desigualdade de renda no Brasil cai, mas, ainda é discrepante
Em um cenário marcado por mudanças econômicas e sociais significativas, os dados recentes sobre a desigualdade de renda no Brasil surpreendem. Segundo uma edição especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a diferença entre os 10% da população com maiores rendimentos e os 40% com menores rendimentos atingiu o menor patamar já registrado no país.
Menor Diferença de Renda: Um Novo Marco
Em 2023, os 10% da população brasileira com maiores rendimentos domiciliares per capita tiveram renda 14,4 vezes superior à dos 40% da população com menores rendimentos. Essa marca representa uma redução significativa em comparação com anos anteriores e reflete mudanças importantes na estrutura socioeconômica do país.
O Papel dos Programas Sociais e do Mercado de Trabalho
Segundo especialistas, essa diminuição na desigualdade pode ser atribuída a diversos fatores, incluindo o impacto positivo de programas sociais como o Bolsa Família, que teve sua cobertura e valores ampliados. Além disso, a expansão do mercado de trabalho e o aumento do salário mínimo acima da inflação contribuíram para o aumento da renda dos grupos mais vulneráveis da população.
Um Olhar Sobre os Números
Os dados revelam que a renda média mensal dos 10% da população com maior rendimento foi de R$ 7.580, enquanto os 40% com menor rendimento obtiveram R$ 527. Embora ainda exista uma disparidade significativa entre os extremos da pirâmide de renda, a redução da diferença é um sinal positivo de mudança na distribuição de renda no país.
Desigualdade em Queda, Mas Desafios Permanecem
Apesar dos avanços, ainda há muito a ser feito para reduzir ainda mais a desigualdade de renda no Brasil. Ainda assim, os dados recentes indicam um progresso significativo em direção a uma sociedade mais justa e equitativa. O desafio agora é garantir que esse progresso seja sustentável e que todos os segmentos da população possam se beneficiar das oportunidades econômicas e sociais do país.
Brasil
Risco à saúde: Marca de chocolate precisará retirar produtos de comércios após proibição da Anvisa
A Anvisa tomou uma decisão importante e que afeta uma marca de chocolate importante de nosso país. Tudo porque, alguns dos produtos causariam riscos à saúde pela presença de chumbo e metal.
Em julho de 2023, a Anvisa emitiu a resolução 2.724, publicada no Diário Oficial da União (DOU), anunciando essas medidas. Segundo informações, tais substâncias foram encontradas após análises realizadas pelo Instituto Adolfo Lutz, Laboratório Central do Estado de São Paulo.
O slotes afetados foram o 09/23 (produto Chocolate em Pó 50% Cacau) e o 10/23 (Chocolate em Pó 100% Cacau), da marca de chocolate Qualicau, que é da empresa Qualicoco.
Até o fechamento desta matéria, a empresa não havia emitido qualquer comunicado ou nota oficial com sua versão sobre a proibição.
Brasil
Lojas físicas das principais operadoras de telefonia podem ser substituídas por atendimento digital
Em reunião, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que regula as atividades das operadoras de telefonia no Brasil, aprovou uma mudança que impactará a todos nós, usuários de smartphones, internet e TV.
Desde novembro do ano passado, as empresas de telefonia já podem diminuir o número de lojas físicas e adotar um modelo de atendimento 100% digital. Essa é uma nova regra vista no Regulamento Geral de Direitos do Consumidor de Serviços de Telecomunicações (RGC).
Detalhes sobre a mudança referente às operadoras de telefonia
O objetivo, segundo consta, é fazer a atualização da regulamentação para proteção aos consumidores e acompanhar as transformações deste mercado. Além da Anatel, participaram da reunião: entidades de defesa do consumidor, órgãos governamentais e as próprias operadoras, como Claro, Tim e Vivo.
Essas marcas, porém, não terão uma obrigação quanto ao número de lojas que se manterão ou que fecharão as portas. Contudo, as lojas físicas que continuarem, serão obrigadas a oferecer atendimento ao cliente, seja em lojas próprias ou de terceiros que comercializam exclusivamente produtos e serviços das operadoras.
Enfim, a interação entre marca e consumidor mudará, como já era esperado. Os consumidores devem ficar atentos às mudanças e acompanhar as informações fornecidas pelas operadoras para garantir a continuidade dos serviços contratados.
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