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Uma nova tendência entre os brasileiros: o consumo consciente

Há tempos que as relações de consumo estão em processo de transformação e a onda do consumo consciente ganha cada vez mais destaque. Não é porque algo não serve mais para você que precisa ir para o lixo, e os sebos de livros, brechós de moda ou os sites de classificados online, a exemplo do VivaLocal, estão aí para comprovar esta tendência.

O termo consumo consciente, ou consumo verde, pode até parecer novo, mas de certa forma sempre esteve presente na sociedade. Muitos de nós, quando pequenos, usamos alguma roupa que foi de um irmão ou primo mais velho, livros da escola comprados das mães da turma anterior, aquele primeiro carro logo que aprendemos a dirigir, que compramos de um amigo ou colega de trabalho, sem falar nos móveis que passavam de mão em mão dentro dos membros da família.

A questão é que por muito tempo esse movimento não foi estimulado, sobretudo pela facilidade de acesso para comprar coisas novas. Para se ter uma ideia, uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, e pelo Serviço de Proteção ao Crédito – Brasil, com entrevistados de todas as capitais do país, aponta que apenas 31% podem ser considerados consumidores conscientes.

Apesar do número parecer pequeno, nos últimos anos uma convergência de fatores tem contribuído para que o tema ganhe mais adeptos. Um desses fatores é, sem dúvida, a capacidade produtiva do planeta; lembrando que não é de hoje que os cientistas e ambientalistas em todo o mundo alertam sobre a necessidade de um olhar mais apurado para a sustentabilidade e fontes renováveis.

Outro fator determinante é a economia. Primeiro veio a crise econômica de 2014, da qual ainda não nos recuperamos, todas as flutuações da balança comercial e do dólar, problemas com a produção agropecuária, e se não bastasse tudo isso, o mundo foi tomado pela pandemia do novo coronavírus. Diante de todas essas mudanças, o consumidor se vê na necessidade de aprender a estabelecer prioridades e ampliar seu critério de qualidade.E assim o consumo consciente vai ganhando força.

Quebrando paradigmas

Durante muito tempo ninguém queria assumir estar usando uma roupa ou móvel que fosse de ‘segunda-mão’. O termo, usado popularmente para descrever um produto usado ou seminovo, ganhou ares pejorativos e era o mesmo que falar que o produto tinha uma qualidade inferior.

Mas a quebra desse paradigma vem acontecendo, principalmente através da moda. Os brechós assumiram o papel de grandes baús para o garimpo de peças que carregam consigo histórias e memórias que as tornam produtos exclusivos. Além de serem produtos raros, muitas vezes únicos, o aspecto financeiro é, digamos, bem atraente: com uma peça de brechó é possível uma economia de até 80% quando comparado às compras de produtos novos em lojas tradicionais.

Outro ponto a se considerar são os nichos de mercado que podem ser explorados a partir do consumo consciente. Estamos falando desde os já conhecidos brechós e sebos, e também de serviços ainda não explorados como lojas onde seja possível, por exemplo, vender todos os móveis da casa e comprar tudo novo, negociação que hoje em dia acontece principalmente através de vendas de garagem, grupos de WhatsApp ou em sites de classificados.

O papel da internet

Em uma busca rápida na internet, através do site VivaLocal, por exemplo, é fácil encontrar diversos produtos e serviços que além de atender àquela necessidade específica, se encaixam nos mais diversos bolsos. Além disso, se você for uma pessoa com habilidades artesanais, tutoriais ensinam formas fáceis de reformas ou personalizações, que transformam as peças, aumentando o valor e a vida útil.

É que quando o assunto é transformação social ou nas relações de consumo, a internet e as facilidades que ela proporciona, assumem um papel de destaque, quer seja pelas possibilidades que a internet oferece na hora de aproximar vendedor e comprador, quer seja por estimular o novo olhar dos consumidores.

É através dela, por exemplo, que a essência do consumo consciente tem se propagando, sobretudo entre os mais jovens, que antes de qualquer decisão de compra, usam o acesso à internet e as redes sociais, para saber a origem dos produtos, o histórico das empresas, e é claro, pechinchar.

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