São Paulo

Desassoreamento no Rio Tietê já removeu mais de 2 mil pneus entre 2019 e 2021

Os trabalhos de desassoreamento no Rio Tietê, realizados pelo DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), apontam que, desde 2019, já foram retirados 2.305 pneus do rio – o equivalente a 502 carros de passeio. Atualmente o órgão realiza o trabalho de limpeza e desassoreamento cerca de 41 quilômetros do rio Tietê, num trecho dividido em duas frentes : da Barragem Edgard de Souza ao Cebolão, (16,5 quilômetros), englobando os municípios de Santana de Parnaíba, Barueri, Carapicuíba e Osasco; e do Cebolão à Barragem da Penha (24,5 quilômetros), na capital paulista. Os serviços têm o objetivo de minimizar o impacto das chuvas, combater as enchentes e revitalizar o curso d’água.   

Nestes trechos, de 2019 à abril deste ano, já foram removidos também  aproximadamente 959 mil metros cúbicos de sedimentos (areia, argila, terra e materiais não inertes) do fundo do canal; o equivalente a 384 piscinas olímpicas (2,5 mil m³). Deste volume devemos considerar também o lixo flutuante e material inerte, geralmente composto por detritos graúdos, plásticos e garrafas pet, aço, tecidos, bolas, sacolas e etc.  

Entre 2019 e 2020 o DAEE também atuou num trecho de aproximadamente 44 quilômetros do Tietê, compreendido do Córrego Três Pontes, na divisa de São Paulo com Itaquaquecetuba até o Córrego Ipiranga, em Mogi das Cruzes, removendo cerca de 88,8 mil m³ de sedimentos, vegetação e lixo – o equivalente a 17 mil caminhões (5,3 mil m³).  

Os serviços contínuos se mostram necessários devido ao aporte constante de sedimentos no canal, tendo como fator principal o uso irregular e ocupação de solo e descarte irregular de lixo.  

O descarte irregular de lixo e entulho à beira dos rios e córregos provoca transbordamentos e poluí os cursos d´água. Por isso, a participação da população na destinação correta de resíduos sólidos é fundamental para o bem-estar de todos e para a revitalização do meio ambiente.  

Como é feito

O desassoreamento no leito Rio Tietê é feito por meio de escavadeiras embarcadas apoiadas em plataformas flutuantes, que têm capacidade de suporte para 215 toneladas aproximadamente. Os resíduos retirados pela escavadeira são colocados em barcaças que, com ajuda de barcos rebocadores navegam até o porto de secagem ou “bota-espera” devidamente licenciado. O tempo de secagem varia de 3 a 5 dias, sendo condicionado pelas condições climáticas.   

Já seco, o material retirado do rio passa por um processo de peneiramento em grade para separação de detritos. Os sedimentos pequenos compostos por areia, terra e argila – correspondente a 98% de todo material retirado do rio -, são destinados ao aterro da Cava de Carapicuíba. O restante do material segue para aterros sanitários licenciados.   

Vale esclarecer que para início dos serviços de desassoreamento em qualquer curso d´água há necessidade de autorização de intervenção em Área de Preservação Permanente – APP e é obrigatória a coleta de amostras para análise e caracterização dos materiais que serão retirados do fundo do canal. A partir desse processo a CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) define o local mais apropriado para a destinação final adequada dos resíduos sólidos.    

Benefícios

O principal benefício de um serviço de desassoreamento é restituir a seção hidráulica do rio e consequentemente a sua capacidade de escoamento, diminuindo a possibilidade de extravasamento e inundações no entorno e aumentando a qualidade de vida da população lindeira.  

Outros trechos beneficiados

Lote 3 – No próximo mês o DAEE deverá lançar o edital para contratação dos serviços de limpeza, desassoreamento e desobstrução de mais 13 quilômetros do rio Tietê, no trecho compreendido entre a Barragem da Penha e a Ponte José Ermírio de Moraes (antiga Ponte Pênsil da empresa Nitroquímica). Os trabalhos que terão investimento de R$ 143 milhões beneficiarão diretamente os municípios de São Paulo e Guarulhos com a retirada de aproximadamente 900 mil m³ de sedimentos e mais 30 mil m³ de material rochoso do fundo do canal, facilitando assim a manutenção da Eclusa da Barragem da Penha.  

A expectativa é que outros dois trechos sejam beneficiados com serviços no 2°semestre deste ano. São eles:   

Lote 4,5 – numa extensão aproximada de 5km, do Córrego Sabino até a Ponte da Av. João XXIII, entre os municípios de Mogi das Cruzes e Biritiba-Mirim. O trecho nunca foi desassoreado e estima- se a retirada aproximada de 77,2 mil m³ de sedimentos e vegetação; e   

Lote 5 – numa extensão total de 3 km, divididos em dois trechos: o primeiro fica entre as fozes do rio Paraitinga e do córrego Capela; já o segundo, entre a Estrada Santa Catarina e o canal de adução da Sabesp, ambos em Biritiba-Mirim. O trecho foi desassoreado pela última vez em 2015 e estima-se a retirada de 46 mil m³ de sedimentos e vegetação da área.   

Atualmente ambos os lotes estão em fase de desenvolvimento do edital de licitação e juntos receberão um investimento de R$ 19,4 milhões com recursos do Fehidro (Fundo Estadual de Recursos Hídricos) 

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