
Um viaduto recém-inaugurado que liga Hortolândia a Sumaré tem gerado grande insatisfação entre moradores por estar a apenas cinco centímetros do telhado de uma residência. A estrutura, inaugurada na última semana pelo Governo do Estado de São Paulo, deveria beneficiar mais de 500 mil pessoas. No entanto, o impacto direto na vida dos vizinhos provocou denúncias de insegurança, danos estruturais e perda de privacidade.
A construção, iniciada em 2022, consumiu R$ 38,1 milhões em investimentos públicos. Com 225 metros de extensão, o viaduto conecta a Estrada Municipal Américo Ribeiro dos Santos (Sumaré) à Avenida Cristóvão Colombo (Jardim Nova Europa – Hortolândia), com a promessa de melhorar a mobilidade urbana e o tráfego de caminhões de carga.
Viaduto em Sumaré preocupa vizinhança
Apesar dos objetivos oficiais, moradores relatam graves problemas desde o início das obras. A curta distância entre a estrutura e as casas vizinhas — em alguns pontos de apenas 5 centímetros — representa, segundo os relatos, uma ameaça direta à integridade dos imóveis e à segurança das famílias.
Genilson Vieira Alves, empresário que reside no local, afirma que foi procurado pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) há cerca de oito anos. O órgão solicitava parte de seu terreno para a construção. Ele aceitou, com a promessa de indenização — que nunca foi paga. Mais tarde, o projeto mudou, e o viaduto acabou sendo construído ainda mais próximo, sem uso do terreno, mas extremamente próximo ao seu imóvel.
Rachaduras, trincas e risco à estrutura
Além do incômodo com a proximidade, os moradores denunciam danos estruturais como rachaduras em paredes e trincas em pisos. Durante a obra, o uso de equipamentos pesados, como bate-estacas e rolos compressores, causou vibrações intensas.
Falta de privacidade e risco de invasão
O problema da privacidade também é recorrente. Com a passagem de pedestres no viaduto, quem caminha por ali tem visão direta de áreas íntimas das residências — inclusive quartos e quintais. Vídeos registrados pelos moradores mostram pessoas olhando para dentro das casas e até arremessando objetos, além de alegarem que jogam pedras lá de cima.
Governo de SP não comenta impactos nas casas
Procurado, o Governo do Estado não se posicionou sobre os impactos nas casas. Limitou-se a divulgar que a obra elimina uma antiga passagem de nível sobre a linha férrea, e que melhora o fluxo viário. A Prefeitura de Sumaré informou que está acompanhando a situação e que atua como intermediária entre os moradores e o Estado.
Processo na Justiça
Genilson ingressou com ação judicial de indenização por desapropriação indireta. O processo está atualmente em segunda instância. Em visita ao local para a inauguração da obra, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) ouviu as queixas do morador e prometeu encaminhar o caso — mas, segundo ele, não houve retorno desde então.
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