Brasil

Governo quer implantar 216 escolas cívico-militares até 2023

redução da violência no ambiente escolar e mais disciplina dos estudantes em sala de aula são apontados como pontos positivos por pais e estudantes do Centro Educacional 01, da Região Administrativa da Estrutural (DF), que no início deste ano adotou o modelo de gestão compartilhada entre civis e militares.

Antes da mudança, a costureira Alcione Pereira dos Santos, cogitava trocar a filha de escola. Com o modelo cívico-militar, ela desistiu da ideia. “Antes de ter o projeto eu estava pensando em tirar ela porque estava meio complicada essa escola aqui, mas aí quando falaram que ia ter, eu disse, não, vamos deixar”, afirmou.

Publicidade
cinema

Publicidade


Publicidade

O estudante do 7° ano do ensino fundamental, José Almir, de 13 anos, estuda no centro de ensino há quatro anos e hoje é comandante do batalhão de alunos. “Antes tinha briga demais, os alunos ficavam muito tempo fora da sala de aula e agora não ficam mais”, contou.

Ampliar o número de escolas nesse modelo está entre os objetivos do Governo Federal. Nesta quinta-feira (05), o presidente da República, Jair Bolsonaro, lançou o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares. A meta é implantar o modelo de gestão compartilhada entre civis e militares em 216 escolas até 2023. A proposta do Ministério da Educação é que, a cada ano, 54 escolas passem a funcionar com esse modelo.

Publicidade

O formato abrange três áreas: a didático-pedagógica para melhorar o processo de ensino-aprendizagem preservando as atribuições exclusivas dos docentes; a educacional, que pretende fortalecer os valores humanos, éticos e morais; e a administrativa, para aprimorar a infraestrutura e a organização da escola. Na prática, os militares atuam como monitores para auxiliar na gestão educacional e a área didático-pedagógica fica por conta dos civis.

O tenente da Polícia Militar do Distrito Federal e coordenador disciplinar do Centro Educacional 01 da Estrutural, Araújo Filho, disse que os militares trabalham com os estudantes a parte disciplinar, que reflete em melhores condições para o aprendizado.

“O que percebemos hoje é que os alunos não tinham muita disciplina e isso prejudicava na sala de aula. Os professores não conseguiam dar o conteúdo normalmente porque tinham que tratar tanto da questão pedagógica quanto disciplinar. Hoje, os militares dão essa ajuda aos professores”, explicou o tenente.

O vice-diretor da escola, Jailton Dantas, está na unidade de ensino há três anos e conta que os resultados da gestão compartilhada já são sentidos em sala de aula. Segundo ele, há mais respeito aos professores e o ambiente está mais tranquilo.

“Você vê alunos que eram muito agitados e hoje são chefes de turma, monitores. Alunos que antes nos causavam problemas pela agitação deles, hoje já conseguem controlar alunos menores. Não é a militarização, aqui não tem militarização, aqui é gestão compartilhada”, disse.

Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares

A implementação da gestão compartilhada entre civis e militares depende da adesão voluntária de estados, municípios e do Distrito Federal.

Os 26 estados e o Distrito Federal têm de 6 a 27 de setembro para indicar ao Ministério da Educação duas escolas que poderão receber o projeto em formato piloto já no primeiro semestre de 2020. Os colégios devem ter de 500 a 1 mil alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e/ou do ensino médio.

Serão investidos R$ 54 milhões por ano, ou seja, R$ 1 milhão por escola. Desse montante sairá o pagamento dos militares e a verba para os governos que aderirem ao programa.

Publicidade

Para mais notícias, eventos e empregos, siga-nos no Google News (clique aqui) e fique informado

Lei Proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização previa do Portal Hortolandia . Lei nº 9610/98

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo