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Câncer de testículo: autoexame é determinante na detecção

Abril é mês de conscientização sobre a doença que tem casos relevante na população abaixo de 35 anos

Campanhas sobre câncer de mama ensinam às mulheres sobre a importância do conhecimento do corpo e de alterações suspeitas. O mesmo cuidado vale para os homens em relação ao câncer de testículo. O autoexame regular possibilita a detecção precoce, sempre determinante do êxito do tratamento. Abril, mês dedicado à prevenção do câncer de testículo, traz a mensagem de que a neoplasia maligna tem alta chance de cura, mas que é preciso conhecer a doença para combatê-la.

Leandro de Oliveira Chiarelli, urologista do Centro de Oncologia Campinas, explica que o câncer de testículo responde por 5% de todos os casos de câncer entre os homens. Porém, é o principal tumor na faixa etária abaixo dos 35 anos. “Quando se considera toda a população masculina, 5% é relativamente pouco, mas quando observamos a população mais jovem, abaixo de 35 anos, ele é de extrema relevância”, compara.

O principal sinal de alerta do tumor é o surgimento de um nódulo indolor e de crescimento rápido em um dos testículos. “Esse nódulo tem consistência aumentada, mais firme e irregular. Geralmente é indolor e cresce rápido. É uma alteração no testículo facilmente identificada”, descreve o especialista. Uma característica que reforça a importância do autoexame para a detecção precoce do tumor é o fato de não existirem exames preventivos ou de rastreio, ao contrário de muitos outros tipos de câncer. Daí a necessidade de os pais se envolverem no processo de orientação e prevenção.

“O autoexame tem de ser estimulado pelos pais em diferentes fases. Eles devem realizar o exame nas crianças pequenas, e ensinar os filhos na adolescência sobre a necessidade de fazer o autoexame e comunicar qualquer tipo de alteração”, observa.

Há fatores que aumentam os riscos de desenvolver câncer de testículo. Histórico familiar da doença é um deles. Crianças que nasceram com criptorquidia também são mais suscetíveis. A criptorquidia é caracterizada pela ausência do testículo na bolsa escrotal – fala-se que os testículos “ainda não desceram” – , é uma condição mais comum em bebês prematuros. Fatores externos também interferem, embora com peso menor – hábitos saudáveis são protetivos da saúde em geral.

O urologista salienta que nem todo tumor no testículo é câncer, mas é alta a chance de malignidade. “É importante que ao primeiro sinal o paciente já procure um urologista. Quanto mais cedo, melhor o prognóstico. Tem altíssimo índice de cura quando diagnosticado precocemente e é muito fácil de perceber a alteração”.

Diagnóstico

A partir da suspeita de câncer de testículo, o urologista dá andamento ao procedimento de diagnóstico. “O especialista avalia, constata a alteração, pede alguns exames de sangue, que chamamos de marcadores tumorais, e um exame de ultrassom para detalhar a alteração. A partir dessas avaliações pode decidir ou não pela conduta cirúrgica”, detalha.

O procedimento cirúrgico é a principal conduta de tratamento. Quando há suspeita, é realizada a cirurgia de retirada de todo o órgão e depois o tumor é analisado pelo patologista para confirmar o diagnóstico. “A opção pela retirada do órgão é porque não se deve violar o tumor, ele está limitado dentro do testículo e é importante manter essa característica. Essa barreira evita a disseminação”, explica. “Após a cirurgia, dependendo do caso, pode ser necessário quimio ou radioterapia. Mesmo os tumores que já têm metástase, há alta chance de cura”, completa.

A retirada do testículo, confirma, gera receio grande nos pacientes quanto à vida sexual e à fertilidade. Leandro de Oliveira Chiarelli tranquiliza. “Na maioria das vezes, o outro testículo é normal e consegue suprir todas as demandas do corpo, tanto de fertilidade quanto de hormônios que vão garantir a atividade sexual normal.”

Rotina

Quando comparado às mulheres, os homens perdem longe na questão de autocuidado, confirma o urologista do Centro de Oncologia Campinas. “Felizmente, com o passar do tempo, percebemos que a população masculina está ficando mais consciente. Alguns podem até ficar envergonhados e postergar a ida ao médico, mas notamos a tendência de melhora. Em relação ao passado melhorou muito, mas na comparação com as mulheres está bem atrás”, avalia.

Também evolui, diz ele, o entendimento sobre a importância de os adolescentes procurarem o quanto antes um urologista. “A recomendação é que já na adolescência tenha sua primeira consulta com urologista. O especialista vai poder analisar doenças comuns, como fimose e varicocele, fazer orientação sobre contraceptivos e doenças transmissíveis. Isso, porém, é ainda muito pouco praticado”, lamenta.

Sobre o COC

O Centro de Oncologia Campinas dispõe de uma equipe multidisciplinar para oferecer todos os níveis de cuidados aos pacientes, incluindo serviços complementares ao tratamento. Possui salas de imagens, de quimioterapia, radioterapia, análises clínica e imunoterapia. Também realiza atendimentos nas áreas de oncogenética, psico-oncologia e hematologia, dentre outras.

Mais de 30 médicos compõem o Corpo Clínico do Centro de Oncologia Campinas. Na sua maioria, especialistas detentores de excelência técnica, resultado da natureza e origem de suas respectivas formações. Serviços de nutrição, educação física, fisioterapia, odontologia e farmácia complementam os cuidados de pacientes dentro da instituição, que atende mais de 30 convênios médicos.

O Centro de Oncologia Campinas completará 45 anos de história em novembro de 2022. Fica localizado à Rua Alberto de Salvo, 311, Barão Geraldo, Campinas. O telefone de contato é (19) 3787-3400.

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