App Rastros Silvestres – Rotas do Cicloturismo, criado pela Etec e Cotil, oferece informações sobre fauna, roteiros e zoonoses
Estudantes da Escola Técnica Estadual (Etec) Jorge Street, de São Caetano do Sul, participam do desenvolvimento de um aplicativo que orienta usuários no mapeamento, conscientização e orientação para cuidado de animais silvestres presentes em trilhas de ciclismo na região de Santa Barbara D’oeste – SP.
O app Rastros Silvestres – Rota de Cicloturismo é um trabalho interescolar, do qual participa um aluno do Colégio Técnico de Limeira (Cotil), sob a orientação de docentes do SESI Santa Bárbara D’oeste e da Etec, com apoio da Secretaria de Cultura e Turismo de Santa Bárbara d´Oeste, da ESALQ-USP- Museu Luís de Queiroz e da Comunidade Pedala SBO.
O projeto surgiu após a percepção do aumento das atividades de ciclismo na cidade de Santa Bárbara d’Oeste, durante a pandemia. Agentes locais identificaram que a alta no fluxo estava causando desarmonia entre animais e frequentadores das trilhas rurais. Além disso, foi identificada a falta de informação sobre a fauna existente nas trilhas e de um instrumento de localização e comunicação para quem realiza os percursos.
A partir dessa necessidade, foi proposto um o desenvolvimento de um aplicativo para facilitar o acesso a informações e aos percursos da região, que emita avisos sobre animais perigosos e vulneráveis. O app também orienta sobre os tipos de zoonoses aos quais os frequentadores estão expostos e a melhor forma de comunicação com órgãos como CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) e Gaema (Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente).
Experiência e networking
O projeto conta com duas frentes de trabalho. O Super Rastros, desenvolvido pela equipe de alunos do SESI Santa Barbara D’oeste, que produziu a pesquisa de conteúdo sobre a fauna e aplicou na criação de um jogo didático inspirado nos animais silvestres da região. E o Rota de Cicloturismo, em que os estudantes trabalham no desenvolvimento e programação do aplicativo Rastros Silvestre, usando o conteúdo aplicado no primeiro projeto.
É nessa equipe que os alunos do primeiro ano, da Etec Jorge Street, Jorge Antonio Terence Novaes de Santana e Vicente Venancio Pascoal, atuam, junto ao estudante André Victoriano Inácio, da instituição de ensino Cotil.
A coordenadora do projeto e professora do Sesi Santa Barbara D’Oeste, Érica Fátima Inácio, explica que a intercambialidade entre estudantes e instituições de ensino foi muito benéfica para a condução das atividades. “Essa interação permite o crescimento pessoal, fortalece o networking, desenvolve a criatividade e a empatia”, afirma. “Os integrantes compreendem a realidade do outro, fazem adaptações, definem estratégias de trabalho a distância.”
Co-orientador do trabalho, o professor da Etec Jorge Street, Carlos Eduardo Mattos, oferece todo o suporte na orientação técnica para a elaboração do aplicativo. “Iniciativas como essas permitem criar interação entre as disciplinas e o desenvolvimento de um produto concreto.”
Segundo Mattos, é gratificante acompanhar o crescimento dos estudantes. “Esse grupo teve uma evolução visível nas atitudes, respostas, na postura diante dos desafios do projeto. Ver o crescimento, a dedicação, o desempenho do trabalho deles é muito satisfatório.”
Após pesquisas e análises da demanda apresentada no projeto, os estudantes deram início ao desenvolvimento do aplicativo, inicialmente, para sistema Android, usando a plataforma Android Studio para programação. O app ainda não está disponível para download, mas a finalização está próxima de 90%. Para as próximas etapas estão previstos os testes de usabilidade, aprimoramento do aplicativo e o planejamento para liberação aos usuários, possivelmente em novembro.
Trilhas do aprendizado
Para o estudante Jorge Antônio, o trabalho foi uma excelente oportunidade de aprender a trabalhar em equipe. “Já fiz vários trabalhos em grupo, mas nenhum desse jeito, com tarefas específicas para cada um e um objetivo real. Um trabalho em que ao fim, temos algo real como resultado”, diz. “Também foi importante experimentar várias tecnologias e descobrir o que eu mais gosto de desenvolver.”
O aluno Vicente conta sobre a experiência de fazer parte de um desafio inédita para ele: “A experiência foi gratificante, além de ser um novo aprendizado”. “A parte mais desafiadora foi aprender a usar a ferramenta de programação e usar uma linguagem que eu desconhecia. Foi a seção que mais gostei de fazer, pois, acho que as partes desafiadoras são as mais divertidas”.
Para André “participar do desenvolvimento possibilitou a troca de conhecimentos e a aquisição da capacidade para trabalhar com instituições que apresentam fundamentos divergentes e com alunos de anos escolares distintos”. “Pude conhecer como criar aplicações pela IDE Android Studio e a codificar em Java, o que era uma novidade no meu repertório. Para mim, o desafio foi um grande avanço”.
Com o projeto Rota de Cicloturismo, os estudantes participam das feiras 3M, Febrace, Feteps, também foram finalistas na FeNaDante – Credencial Mocitec Jovem – Feira do Pará e na Bragantec.
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