O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, oficializou nesta segunda-feira (10) a taxação de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para o país. A medida já havia sido antecipada em declaração à imprensa na véspera e entrará em vigor nos próximos dias.
Trump declarou que não haverá isenções para nenhum país e indicou que novas tarifas recíprocas serão anunciadas em breve. A decisão deve impactar diretamente o Brasil, um dos maiores exportadores de aço e ferro para os Estados Unidos.
Impacto no mercado brasileiro
O Brasil é o segundo maior fornecedor de aço e ferro para os EUA, atrás apenas do Canadá. Em 2024, os americanos compraram US$ 4,677 bilhões (aproximadamente R$ 27 bilhões) em produtos brasileiros desse setor. O país respondeu por 14,9% das importações americanas de aço e ferro, o maior percentual já registrado.
Os produtos afetados fazem parte do chamado “código 72” do sistema harmonizado de mercadorias, que inclui ferro fundido bruto e semimanufaturados de ferro e aço. As siderúrgicas brasileiras dependem fortemente do mercado norte-americano, que absorveu 47,9% das exportações do setor em 2024. O segundo maior comprador, a China, representou apenas 10,7% do total.
Reação do governo brasileiro
Até o momento, o governo brasileiro não se manifestou oficialmente sobre a decisão dos Estados Unidos. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que ainda aguardará detalhes sobre a taxação.
“O governo tomou a decisão de só se manifestar oportunamente, com base em decisões concretas e não em anúncios que podem ser mal interpretados”, declarou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Brasil pode buscar novos mercados
Especialistas alertam que o Brasil precisará diversificar suas exportações para minimizar os impactos da tarifação. A China, que poderia ser um destino alternativo, vem reduzindo sua demanda por aço e ferro nos últimos anos. Em 2020, as exportações chinesas desses itens atingiram US$ 2,12 bilhões, mas têm registrado queda desde então.
Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, observa que mesmo com um foco maior no mercado chinês, o Brasil não conseguiria compensar integralmente a redução nas exportações para os EUA. A professora Marcela Franzoni, do Ibmec-SP, ressalta que a diversificação de mercados exige tempo e adaptação da estrutura produtiva.
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