Policial

Quadrilha de roubo de carga aliciava motoristas para cometer crimes

Presos

Foragido - Diego de jesus

Foragidos - Aleixo gomes de jesus e Suzane correia da silva

foragidos angelo augusto lino e luciana silva de araujo

foragidos evandro rogério do vale e ana carolina portella

A quadrilha desmantelada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), em Hortolândia, na semana passada, aliciava motoristas e vigilantes para conseguir roubar cargas e carro-fortes na região. Esta informação foi anunciada ontem pelo Gaeco de Piracicaba, responsável pelas investigações. A operação de desmantelamento da quadrilha foi realizada no dia 13, em Hortolândia, e tinha o objetivo de cumprir 12 mandados judiciais de busca e apreensão e seis mandados de prisão temporária. No entanto, ninguém foi preso.

Segundo o Gaeco, no início de janeiro de 2013, foi feito uma denúncia afirmando que membros de uma quadrilha especializada em roubos de carga, carro-forte e lavagem de dinheiro que agiam a partir da cidade de Monte Mor.

A atuação da organização criminosa tinha dois métodos distintos, a violência ou o aliciamento. Os criminosos aliciavam algum vigilante do carro-forte para facilitar a abertura do cofre. Caso a vítima não cedesse, os bandidos faziam o vigilante e sua família reféns. No roubo de carga também existia o aliciamento dos ocupantes do caminhão ou arrebatavam a carga com emprego de armas de fogo.

INVESTIGAÇÕES

Devido a essas informações, uma investigação foi iniciada, sendo verificada que  no dia 3 de abril, parte da quadrilha se reuniu para dar início a um roubo de carro-forte. Nesta ocasião, os marginais tentaram sequestrar um vigilante, todavia, não conseguiram  e retornaram para o local em que estavam reunidos.

A Polícia Civil, com posse da localização dos bandidos, invadiram o imóvel em que eles estavam reunidos e conseguiram deter quatro integrantes, sendo Fernando da Silva, Jurandir dos Santos, André Luiz dos Santos e Marcos Roberto de Jesus. Foi identificado também um dos participantes da quadrilha que está sendo indiciado, mas encontra-se foragido, identificado como Diego de Jesus. No local foi apreendido um veículo roubado e uma pistola calibre 45, de uso proibido.

Ainda de acordo com o Gaeco, as investigações prosseguiram com a participação da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Campinas e da DIG de Americana, sendo identificados e presos outros dois participantes, Cláudio Ribeiro da Silva, conhecido por Massa, morador de Sumaré, e Antonio Marcos da Silva Souza, conhecido por Tonho do Morro, ex-motorista do ex-prefeito de Monte Mor Rodrigo Maia.

IMÓVEIS

Segundo a promotoria, o Gaeco recebeu a informação que dois imóveis localizados em Monte Mor, em um Condomínio fechado, pertenciam aos membros da quadrilha e eram usados para ocultação de armas, munições e outros objetos usados para a prática dos crimes, podendo também ser usado como local de guarda dos objetos roubados.

No dia 29 de julho, após a prisão de “Massa” e “Tonho do Morro”, Policiais Civis da DIG de Campinas encontraram em um dos imóveis, um fuzil 7,62mm, de uso exclusivo do Exército Argentino, cerca de 1900 munições para fuzil 7,62mm, 250 munições para fuzil AR-15, 265 munições para pistola calibre 40, 90 cartuchos para pistola calibre 45, 25 munições para pistola calibre 9mm, além de munições para calibre 380 e 38.

No local também foram encontrados farto material usado para os roubos, tais como: bloqueador de celulares (conhecido como “capetinha”), carregadores para fuzil, coletes a prova de bala, distintivos de órgãos de segurança pública, luvas, tocas “ninja”, blusas com a identificação de polícia e perucas. No outro imóvel atribuído a quadrilha foi localizada uma caminhonete Hilux, de placas FLD-7437, branca, zero quilômetro.

PROPRIETÁRIOS

Ao longo das investigações, a polícia começou a rastrear os proprietários dos imóveis e conseguiu identificar que a casa onde foi encontrado o farto material bélico pertencia a Suzane Correia da Silva e a Aleixo Gomes de Jesus. O outro imóvel havia sido locado por Suzane e Aleixo entre julho de 2012 e julho de 2013 e a partir de julho de 2013 teria sido locado por Luciana Silva de Araújo.

Novas pesquisas foram realizadas e descobriu-se que o veículo Toyota-Hilux, de placas FLD-7437, estava em nome de Ana Carolina Portella. Em pesquisas descobriu-se que ela, apesar de jovem e sem qualquer indicativo de capacidade financeira, possuía outros 13 veículos em seu nome. Com isso houve a decretação do bloqueio de todos estes veículos em nome dela.

Veiculo Apreendido - Toyota Hilux CD 4x4 SRV 2013/2013 - PLACA: FLD-7437

Continuando as apurações, o Gaeco conseguiu identificar que Evandro Rogério do Valle era companheiro de Ana Carolina e que possuía outros 14 veículos em seu nome, sem que possuísse lastro financeiro para isso, além de sérias inconsistências documentais do registro desses veículos. Foi comprovado documentalmente que o veículo estava em nome de Ana Carolina, que foi retirado por Evandro, que pertencia de fato a Aleixo. Todavia, Luciana Silva Araújo atribuiu a si a propriedade da caminhonete, o que despertou a atenção dos investigadores.

As apurações continuaram e foi descoberto que Luciana Silva de Araújo vivia em união estável com Angelo Augusto Lino. Lino, por sua vez, foi o motorista que conduzia uma carga da Samsung de celulares avaliadas em R$ 1,4 milhões. Devido a esses fatos, os policiais concluíram que a carga não foi efetivamente roubada, mas contou com a conivência de Lino no crime.

CONCLUSÃO

A conclusão da Gaeco foi de que Aleixo era líder da quadrilha juntamente com Suzane, com a participação de Luciana e Angelo. Evandro e Ana Carolina participavam com a lavagem de dinheiro dos valores obtidos com os crimes, adquirindo bens em seus nomes para terceiros, notadamente para Aleixo.

Houve a decretação da prisão temporária de Aleixo, Suzane, Luciana, Angelo, Evandro e Ana Carolina que foram procurados no dia 13, mas ninguém foi encontrado em seus endereços, permanecendo foragidos até o momento.

O Gaeco divulgou a foto dos procurados, com o objetivo de localizá-los com a ajuda da população e também para que eles sejam submetidos a reconhecimento por inúmeras vítimas. As denúncias podem ser encaminhadas para o telefone 190, o 181, ou entrar em contato com a DIG de Campinas, ou mesmo a Gaeco de Piracicaba. Será garantido o anonimato. O caso segue em investigação.

Reportagem: Thiago Alves | Hortolândia


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