Qualidade de vida também se aprende na escola. Em Hortolândia, esta é a proposta da Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia, que incluiu no currículo escolar, nas atividades de contra turno, um programa intersetorial desenvolvido pela Prefeitura: o “Viva Mais”. Entre os objetivos estão promover a cultura da paz, o bom relacionamento entre as pessoas, a geração de hábitos saudáveis, como alimentação de qualidade e a integração com a natureza, enfim, uma série de ações que levem à melhoria na qualidade de vida e aumentem a longevidade da população. O caminho pretendido? Envolver os alunos do Ensino Fundamental participantes e integrar o Poder Público e a comunidade escolar.
Parte do que parece apenas sonho já é realidade numa das escolas do programa de Educação Integral, a Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Patrícia Maria Capelato Basso, no Jd. São Sebastião. Lá, por iniciativa da equipe gestora, criou-se em 2018, a muitas mãos, em áreas ociosas da escola, o “Espaço dos Sonhos”, que tem jardim sensorial, casa da árvore, redário e caramanchão com mesa para área de leitura.
Agora, a casinha de madeira construída no meio da gigantesca Ingá Cipó (Inga edulis) tornou-se um dos lugares favoritos da meninada. Na hora do descanso, entre as aulas regulares e as atividades do contra turno, nada melhor que tirar um cochilinho, deitado numa gostosa rede, armada em meio ao verde. A estrutura em forma de mandala, com um mastro central e seis toras de madeira, comporta até 15 redes gostosamente compartilhadas pelos amigos para que o bate-papo seja mais animado. Mas tem quem prefira nelas se balançar, durante o intervalo.
Neste paraíso, ao ar livre, há também lugar para a leitura em meio à natureza sob o pergolado, onde, em breve, será possível acompanhar o crescimento da linda trepadeira “Sapatinho de Judia” (Thunbergia mysorensis). Outro xodó da criançada é o jardim sensorial com ervas aromáticas, em forma de labirinto, onde podem aprender na prática sobre o ciclo de vida de vegetais que existem em casa, como coentro, salsa, cebolinha, manjericão, alecrim, orégano e hortelã, e outros um pouco mais exóticos como tomilho, poejo, lavanda e curry.
“Agora, a gente brinca mais. É bom deitar na rede. No redário, a gente balança, põe o papo em dia e canta, conversa, brinca”, diz Camile Victória Pereira Souza, de 10 anos, estudante do período da tarde, que entra às 9h e sai às 17h30.
A amiga Júlia de Cássia Aguiar Santos, também de 10 anos, estudante do 5o ano/manhã, tem opinião parecida. “A gente queria correr, ficar ao ar livre. Não queria ver filme todo dia. Agora, temos uma rotina, com a casa da árvore às segundas, jogos na terça, redário na quarta, filme na quinta e sala de brinquedos na sexta”, explica a garota, que entra na escola às 7h e sai às 15h, diariamente.
Ambas percebem no contato com a natureza um efeito tranquilizador. “Ficou mais gostoso. Dá muito mais vontade de vir para a escola. Achei muito bom. Chegamos mais tranquilas em sala. Antes ficávamos mais agitadas, porque estamos grandes para o parque e queríamos fazer outras coisas”, afirmam as duas.
“Este espaço era um sonho nosso, um projeto que viemos desenvolvendo desde fevereiro de 2017. Queríamos algo diferente para a Educação Integral. Analisamos o espaço da escola, vimos que havia espaços abertos, sem uso e fizemos os croquis. Em 2018, chamamos a comunidade para ajudar. Eles doaram muitas coisas, se mobilizaram para arrecadar fundos e, em novembro passado, inauguramos o nosso espaço de descanso e lazer, nosso espaço dos sonhos”, explica a diretora Sandra Lopes Padilha David, uma das responsáveis pelo projeto, juntamente com a assistente de direção Marlene Nogueira, a coordenadora pedagógica Sílvia Roberta Lopes Costa e a coordenadora de projetos Carla Veronese Romarin.
A escola conta com 550 alunos do 1o ao 5o ano do Ensino Fundamental, dentre eles 250 em regime integral.
“No jardim sensorial, suspenso, nossos alunos aprendem sobre coordenação motora, exploram os cinco sentidos, o labirinto e também o relaxamento, pois faz parte de um espaço integrado. Após a criação deste espaço, que é pedagógico e recreativo, percebemos a mudança nas crianças. Elas estão mais tranquilas para participar da educação integral. Os funcionários abraçaram a educação integral como parte de nosso sistema educacional. A comunidade também abraçou mais a escola. Queremos até ampliar, agora com a chegada do Viva Mais. Virou um espaço de pertencimento da comunidade”, complementa a diretora.
Para a secretária de Educação, Ciência e Tecnologia, Sandra Mara Fagundes Freire, a inclusão do Viva Mais na grade curricular reflete o cuidado da Prefeitura com a qualidade das futuras gerações.
“Pensando na qualidade de vida de nossas crianças, no envolvimento das famílias e no tempo de permanência qualificado na escola, trouxemos o programa Viva Mais, que é intersetorial e estabelecido por lei no nosso município, que prima pela qualidade de vida. Este programa tem 12 princípios, que tratam sobre estrutura familiar, meio ambiente, trabalho prazeroso, cultura da paz, fé e confiança envolvendo espiritualidade, dentre outros. São 12 princípios que norteiam a vida da criança e das famílias. Procuramos trazer isso para a educação, porque entendemos que a escola ultrapassa os seus muros, envolvendo-se com a comunidade. Também para que os nossos bairros tenham a escola como espaço de excelência, centro de produção cultural, centro de produção dos saberes, centro articulador dos vários saberes da comunidade, que nem sempre na história do nosso país foram tão bem explorados. Nós procuramos valorizar isso, dentro do programa Viva Mais. Procuramos trazer a matriz curricular do Ensino Fundamental no contra turno. Uma das disciplinas que temos hoje, além das atividades artísticas, esportivas, orientação aos estudos, temos também a disciplina Viva Mais e esse protagonismo. Vamos falar sobre a qualidade de vida dos nossos alunos. Esse trabalho envolve a formação dos professores, dos agentes educacionais que organizam essas atividades com nossos alunos e palestras para os pais e funcionários da escola. Nós entendemos que a escola só vai caminhar bem se ela tiver junto a comunidade. O trabalho educacional só caminha bem se tivermos os profissionais, os alunos e suas famílias envolvidos conosco”, afirma Sandra.
Segundo ela, há na rede municipal de Hortolândia vários exemplos de atividades que estão se desenvolvendo bem. “Um dos que chama bastante atenção é o trabalho feito pela Emef Patrícia Capelato Basso, que conseguiu junto com a comunidade criar uma área de descanso que tem redário, casinha na árvore, horta medicinal, um pergolado muito legal para leitura. Além de ter construído esse espaço, teve todo o envolvimento da comunidade. Os pais ajudaram, não só dando materiais, como participando da feitura desse ambiente, o que acabou virando uma referência pras outras escolas do município e essa escola também já tem um trabalho organizado de palestras com os pais, que envolve lideranças da comunidade, valorizando suas histórias de vida para motivar nossos alunos a terem boas perspectivas para levarem suas vidas com sucesso, para que eles sejam pessoas que possam socialmente contribuir para a sociedade”, afirma a secretária municipal.
Educação Integral
Em Hortolândia, a Educação Integral já chegou a 21 das 28 escolas de ensino fundamental, atendendo 3.900 estudantes municipais que permanecem o dia todo na escola em atividades no contra turno. Lá eles desenvolvem atividades de dança, música e projetos de estudo e pesquisa, no período oposto ao das aulas regulares, nas chamadas estações de vivência.
A meta da Prefeitura é, até 2020, levar a Educação Integral a 6.000 estudantes da rede municipal. O programa foi criado pelo governo Angelo Perugini, em 2011 e retomado em 2017. As estações de vivência atuam em quatro áreas: linguagens artísticas; recreação e lazer; protagonismo juvenil; e orientação de estudos.
O programa de Educação Integral integra as ações do PIC (Programa de Incentivo ao Crescimento), idealizado para promover o desenvolvimento da cidade em termos urbanos, ambientais, sociais e humanos nos próximos 30 anos. Os investimentos previstos são da ordem de R$ 400 milhões, por meio de parcerias da Prefeitura com o setor privado, os governos estadual e federal.
Programa Escola de Educação Integral:
Escolas já participantes
1. EMEB Jd. Interlagos
2. EMEF Viva Mais
3. EMEF Patrícia Maria Capelato Basso
4. EMEF Dayla Cristina Souza de Amorim
5. EMEB Josias da Silva Macedo
6. EMEF Armelinda Espúrio da Silva
7. EMEF Dona Ana Bodini Januário
8. EMEF Jardim Primavera
9. EMEF João Calixto
10. EMEF José Roque de Moura
11. EMEF Nicolas Thiago dos Santos Lofrani
12. EMEF Profª Lilian Cristiane Martins de Araújo
13. EMEF Profª Maria Célia Cabral Amaral
14. EMEF Renato Costa Lima
15. EMEF Villagio Ghiraldelli
16. EMEF Caio Fernandes Gomes Pereira
17. EMEF Tarsila do Amaral
18. EMEF Taquara Branca Agenor Miranda da Silva
19. EMEF Marleciene Priscila Presta Bonfim
20. EMEF Prof. Cláudio Roberto Marques
21. EMEF Helena Futava Takahashi
Este artigo foi enviado pela Prefeitura de Hortolandia
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