Sérgio Santos Rodrigues, ex-presidente do Cruzeiro e responsável pela transformação do clube mineiro em Sociedade Anônima do Futebol, fez fortes declarações sobre a SAFiel em entrevista ao UOL.
Segundo o ex-mandatário mineiro, o modelo pode ser uma “ilusão” ao torcedor corintiano. Segundo ele, o fato dos principais investidores não serem majoritários no modelo pensado é muito impactante.
O que ele disse sobre a SAFiel
— Acho que é um pouco irreal iludir o torcedor de que você vai ter um pedaço do seu time. Eu não vislumbro como isso pode dar certo, porque é o que o mercado colocou. Ninguém gasta dinheiro para não ser majoritário, para não tomar decisão.
Sérgio era o presidente do Cruzeiro em 2021, quando o clube foi transformado em SAF para ser vendido ao Cruzeiro. Ele acredita também não haver segurança financeira para os torcedores colocarem dinheiro no clube.
— Eu jamais recomendaria que alguém gastasse dinheiro, se tornasse sócio de uma empresa, se você não vai poder dar palpite nos rumos dela e ainda pode comprometer seu patrimônio. Se esse clube quebrado já tem R$ 2,5 bilhões, ele vai entrar com a cota a parte dele também.
O ex-cartola também lembra que o Atlético Mineiro tentou uma forma de financiamento parecida com a SAFiel, o FIGA, o Fundo de Investimentos do Galo, que tinha meta de captar R$ 100 milhões, mas arrecadou apenas R$ 6,1 milhões.
— O próprio Atlético Mineiro seguiu um caminho onde os donos assumiram uma boa parte do investimento e criaram um fundo para vender cotas de R$ 1 milhão. Eles não chegaram nem próximo de bater a meta de vendas dessas cotas. Acredito que a lógica é essa: independentemente do valor, quem é muito rico não vai desperdiçar dinheiro.
O que é a SAFiel?
A SAFiel é um projeto que prevê uma SAF, mas administrada pelos torcedores. O clube seria administrado por conselhos escolhidos por todos os acionistas, porém, ao contrário do contexto do clube social atual, haveria ações a preços populares e outras mais caras com maior peso.
A ideia é buscar investimentos no mercado financeiro, mas também apostar na força da torcida. Os órgãos passariam por auditorias frequentes para afastar irregularidades. R$ 2,5 bilhões é o valor que o grupo espera arrecadar com as vendas de ações do clube.
Haveriam três possibilidades
- Ações populares
- Ações para corintianos com maior poder aquisitivo
- Ações para investidores profissionais, fundos de investimentos e empresas
Neste cenário, o departamento de futebol seria separado do clube social.
O Corinthians alega que os integrantes ainda não protocolaram formalmente a proposta junto a Comissão de Reforma do Estatuto.
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