Evento de proporção nacional realizado pela Associação Comercial e Industrial de Campinas e pelo Parque D. Pedro Shopping recebeu palestrantes para compartilhar as tendências mais quentes do varejo; empresários tiveram oportunidade de networking
Em sua sétima edição – a primeira com novo nome e posicionamento – o Retail Conference 2019 se consolidou como um dos principais eventos de varejo do país, reunindo mais de 2.500 pessoas nesta quinta-feira, 25, na Expo D. Pedro em Campinas. Realizado pela Associação Comercial e Industrial de Campinas (ACIC) e pelo Parque D. Pedro Shopping, o evento abordou “O Novo DNA do Varejo – Físico, Digital e Humano”, durante oito horas de conteúdos, apresentados por 20 palestrantes e debatedores, todos referências nas mais diversas áreas do varejo. Além disso, os participantes presentes tiveram a oportunidade de expandir suas redes de contatos em rodadas de negócios do AC Networking, programa da ACIC, realizadas em um espaço reservado.
Os congressistas vivenciaram uma “experiência completa” – expressão bastante presente no varejo atual. A começar da decoração dos ambientes, composta por jogos de luzes nas cores da comunicação do evento – vermelho e branco -, com manequins cenográficos, mural de post-its e outros elementos decorativos, além de estandes contendo insights do varejo do futuro, e de ações de ativações dinâmicas das marcas presentes no evento, tudo contribuiu para tornar o Retail Conference 2019 inesquecível. “O evento tomou proporção nacional e isso reflete também na nossa estrutura. As mesmas experiências que os varejistas devem proporcionar aos seus clientes nós procuramos oferecer para os participantes, dando um passo além das palestras e debates com conteúdos enriquecedores”, conta Adriana Flosi, presidente da ACIC.
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A presidente da ACIC, Adriana Flosi, deu boas-vindas aos congressistas na abertura do evento, dando início à programação e dividindo o palco com o vice-presidente da entidade, Guilherme Campos, o superintendente da Sonae Sierra Brasil do Parque D. Pedro Shopping, Rodrigo Galo, o presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (FACESP) e da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Alfredo Cotait, e com o prefeito de Campinas, Jonas Donizette.
Na sequência, Nicola Tingas, economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (ACREFI), abriu a sequência de palestras, e começou seu discurso fazendo uma visão panorâmica da economia no Brasil. Para ele o primeiro vetor para ter um crescimento sustentável é fomentar a poupança e o investimento privado no país. O economista destacou também o problema do desemprego do país e a importância de melhorar a educação, promover a inserção social e dar oportunidade de evolução individual. Segundo o economista, é necessário inovar em conhecimento, em tecnologia e produtividade, pois só assim o Brasil fará crescer a renda, o emprego e a capacidade de empreender.
Em seguida, Walter Ihoshi, presidente da Junta Comercial do Estado de São Paulo (JUCESP), abordou como o Cadastro Positivo pode ser uma oportunidade para o crescimento do varejo e do país, uma vez que os varejistas poderão conceder crédito direto aos seus consumidores, e oferecer condições de consumo consciente.
Na sequência, Marcos Andrade, CEO da Expor Manequins, abordou o Visual Merchandising como ferramenta de experiência e vendas. Segundo Andrade, a concorrência com o online é cada vez mais forte, por isso, a identidade visual de uma loja é muito importante para atrair os clientes, e ao explorar o visual merchandising é possível fazer com que o cliente mude a percepção que ele tem de uma empresa. “Com o visual merchandising o cliente pode perceber o valor do meu produto e não somente o preço”, declarou.
Julio Takano, CEO da KT Retailing, apresentou a palestra sobre “O que a arquitetura pode fazer pelo seu negócio”. Para Takano, a loja tem que ser bela, pois a beleza é um posicionamento estratégico, isso que faz com que o cliente tenha bons momentos em sua loja. “Também precisamos criar o conceito de bem-estar, onde os aspectos emocionais fazem parte da vida do cliente junto com a sua marca”, completou. Por fim, Takano destacou a importância da empresa conhecer o seu propósito, de como está o seu capital humano e o que ela oferece aos seus consumidores.
Após as palestras, houve um debate sobre Arquitetura de Negócio: Reinventando o varejo físico, mediado por Marcos Andrade e com participação de Julio Takano CEO KT Retailing, Claudia Abreu, Diretora Kipling Brasil, Enio Garbin, Líder de soluções IBM – Brasil, Luis Alt, Sócio-fundador Livework – Brasil e Beatriz Ramos, CEO BrandLoyalty. Por meio de cases e insights, eles reforçaram o conceito de que a loja física está se reinventando e se fortalecendo, por meio da perfeita sintonia com o digital e com o fator humano.
Para Enio Garbin, por exemplo, a tecnologia deve ser usada para empoderar o profissional do varejo porque ele, junto com a vitrine da loja, é a principal ponte para o consumidor. A importância do capital humano no segmento de varejo também foi destacada por Claudia Abreu: “Não existe a marca vendendo para o cliente e sim pessoas que estão vendendo por meio desta marca”, afirmou ela.
A última palestra da manhã foi com Fabíola Paes, Cofundadora da Neomode que apresentou o Estudo da RetailTech, o qual apresenta e decodifica 269 startups, de diversas categorias tais como ambientes virtuais, logística, ecommerce, sustentabilidade e outras, que estão mudando o varejo no Brasil.
No período da tarde, Fernando Luzio, CEO da Luzio Strategy Group reforçou o conceito de que inovação não é apenas avanço tecnológico, e sim resolver uma dor do cliente. Esse é o cerne dos modelos de negócios de varejo atuais.
Logo depois, Alessandro Gil, Diretor executivo de Omnichannel, Ecommerce&Marketplace da Linx, que falou sobre a Transformação Digital no Varejo. Para o executivo, o primeiro passo da transformação digital de uma empresa é entender que o consumidor já não é mais o mesmo. “O varejista precisa estar 100% antenado em saber quem é esse novo consumidor, qual é o padrão dele ou porque ele consome, nada adianta novas tecnologias, omnichannel, ou ter um leque de inovação dentro da empresa, se a principal conexão com a sua empresa que é o consumidor, não existe.
Como diretor executivo de Omnichannel, Ecommerce & Marketplace, tem como principal responsabilidade a gestão de soluções que integrem os canais de vendas online e off-line e, também, colaborar com a transformação do varejo proporcionando uma experiência única ao consumidor, unindo físico e digital, hoje, o maior desafio para as empresas.
Após as palestras, houve mais um debate com o tema “Reescrevendo o Negócio: A ascensão do Varejo Digital”, do qual participaram: Raphael Lassance, cofundador da Growth Team, Eduardo Petrelli, cofundador da James Delivery, Saint Clair Izidoro, CEO da 3XBIT e Felipe Dellacqua, vice-presidente de Vendas da VTEX. Dellacqua destacou o protagonismo do cliente e a importância do Omnichannel: “Quem decide o canal em que quer comprar é o cliente, é por isso que o varejo tem que estar em todos os canais de venda”, salientou ele.
Em seguida, Fernando Belfort, economista e head do Waze Local – América Latina, explicou em sua palestra sobre o marketing de destino, como o futuro do mobile marketing. Com o consumidor no centro de tudo, as marcas precisam estar presentes na sua jornada de forma a assisti-lo onde ele estiver. “O grande desafio do varejo é trabalhar a sua mobilidade e trazer o cliente até ele, e o Waze é, literalmente, a única plataforma que guia os consumidores até o ponto de venda”, pontua Belfort. Para as empresas que anunciam na plataforma não se trata apenas de visibilidade, mas também de poder mensurar comportamentos dos consumidores, como dias e horários de pico de buscas para cada categoria de negócios. Com esses dados, o empresário pode criar campanhas e estratégias mais assertivas e personalizadas.
Patricia Cotti, diretora Executiva do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo (IBEVAR), deu seu parecer sobre “Gestão de Pessoas, como enfrentar os desafios e engajar pessoas no varejo”: “Não é porque estou em um mundo Omnichannel que eu deixo o relacionamento de lado. O elemento humano do varejo é fundamental, é o que dá a essência a um negócio”, enfatizou Patricia.
Demetrio Teodorov, superintendente de Inovação da Alelo discutiu o tema inovação, ou seja, toda mudança comportamental que melhora um ecossistema, processo ou rotina, e como ela parte de três ângulos: pessoas, negócios e tecnologias. Teodorov mostrou cases que reforçam o que todos sabemos – o futuro já chegou e o que era considerado impossível hoje é real. Já existe loja de conveniência móvel e loja na qual o cliente entra, compra e sai sem precisar sequer tirar o celular do bolso para pagar pelos produtos porque tudo vai direto para o seu cartão de crédito, mediante um aplicativo baixado no celular. As marcas precisam inovar para se sobressair. Proporcionar experiências e conveniência no ponto de venda é inovar; promover a diversidade no negócio é inovar; dispor da tecnologia para garantir ao consumidor uma jornada de compra fluída e sem atrito na loja física é inovar; utilizar os dados para antecipar desejos dos clientes é inovar. O presidente do Conselho de Administração da Tramontina, Clóvis Tramontina, encerrou a programação de palestras do Retail Conference 2019 ao apresentar o case inspirador da empresa, nascida de uma pequena ferraria na cidade de Carlos Barbosa, no Rio Grande do Sul, em 1911, e reconhecida como referência de qualidade em mais de 120 países. Tramontina destacou o instinto empreendedor, a vontade de fazer acontecer como o grande diferencial. A objetividade e a busca incessante por melhorias no desempenho de problemas complexos, a transparência, a valorização das pessoas, a liderança, a responsabilidade econômica, social e ambiental, o modelo de gestão descentralizada, são alguns dos valores considerados pela empresa como tão importantes quanto a satisfação do cliente. Hoje, a Tramontina conta com 16 unidades internacionais, tem oito mil funcionários, dez unidades fabris e produz 18 mil itens. “Gerenciar é tão importante quanto produzir. Não adianta pensar só na produção da empresa, é preciso cuidar da gestão”, finalizou.
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