Dados computados pela Agemcamp são baseados nos números da Rais.
Carga tributária e encargos trabalhistas dificultam a vida dos empresários.
Cinquenta e oito por cento das empresas da Região Metropolitana de Campinas (RMC) empregam entre um e quatro funcionários, segundo levantamento baseado na Relação Anual de Informações Sociais (Rais-2012), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Esta é a realidade de 37.196 estabelecimentos, de um total de 63.849, de acordo com dados tabelados pela Agência Metropolitana de Campinas (Agemcamp), que usou a Rais como referência. O órgão produz estudos sobre os 19 municípios do entorno de Campinas (SP).
E este mapeamento é semelhante a do Centro Público de Apoio ao Trabalhador (CPAT) de Campinas, onde cerca de 60% das empresas que procuram o serviço para oferecer oportunidades empregam no máximo quatro pessoas. E o CPAT aponta que os principais empregadores são comércio e serviços. Nas vagas anunciadas na semana que passou eram chances para várias áreas, com nível de experiência variando de sem exigência nenhuma a seis meses de comprovação.
Os salários anunciados iam de R$ 678, para operador de telecobrança, a R$ 2,2 mil, para técnico de caldeira. Vale lembrar que este não é o único balcão público que oferece vagas para quem quer entrar ou se recolocar no mercado de trabalho. Um segundo serviço é o Poupatempo.
Começo sem empregados
Há dez anos no mercado de internet, o empresário André Ferraro tem uma empresa com 18 funcionários, sendo que no início eram apenas ele e o sócio. Logo em seguida, a Lógica Digital começou a contratar, mas a primeira leva teve apenas dois funcionários. “Faz uns dez anos, foi um assistente para cada um de nós”, recorda Ferraro.
Para alcançar a marca de 18 colaboradores, ele lembra que as maiores dificuldades foram os encargos e impostos.” Principalmente os impostos e as obrigações que incidem na contratação de funcionários pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)”, explica o sócio proprietário. E essas obrigações são tantas que a estratégia para economizar é enviar parte do serviço para uma parceira, mas na Índia. Na avaliação dele, é mais barato terceirizar do que contratar com carteira assinada no Brasil.”Um trabalho que aqui levaria uma semana para ser feito por um profissional, lá eles me entregam em 24 horas por 10% do valor”, finaliza.
“O fato de as empresas possuírem poucos funcionários não é necessariamente só resultado da dificuldade dos empresários em arcar com encargos trabalhistas. A carga tributária brasileira é complexa e alta. Não obstante, o custo de oportunidade (custo contábil + custo econômico) é um elemento que contribui para o sucesso na operacionalização do empreendimento “, analisa Guilherme Milan, do Observatório Metropolitano de Indicadores da Agemcamp.
Crescimento das empresas
E o relatório do MTE aponta que as pequenas empresas estão em fase de crescimento nas 19 cidades. Há sete anos elas eram 28.108 com até quatro funcionários. Mas no último balanço divulgado elas subiram para 37.196, ou seja, crescimento de 32,4%. No Brasil é considerada microempresa quem fatura até R$ 360 mil por ano.
Salários da RMC
Na questão salarial da RMC, o último balanço comparativo da Agemcamp demonstra que a média de recebimento é de R$ 1.315,85 nos 19 municípios, R$ 107,68 inferior ao da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) e R$ 175,82 superior ao da Região Metropolitana da Baixada Santista (RMBS).
Números de empresas sobem
Os dados da Rais apontam ainda que nos últimos sete anos, o número de empresas na RMC cresceu 35,9%. Eram 46.956 em 2007, mas elas subiram para 63.849 até 2012, data do último balanço fechado pelo MTE.
Grandes em alta
Mas nem só de pequenas empresas vive a RMC. Entre os anos de 2005 e 2012, o número de estabelecimentos com mais de mil profissionais empregados saltou de 56 para 93, alta de 66%. Só Campinas tem mais de dez empresas deste porte no bloco regional, são 39. Depois vem Indaiatuba (SP) e Paulínia (SP), com seis cada. “O que explica o crescimento das empresas com mais de mil funcionários é o processo de internacionalização da economia. A Região Metropolitana de Campinas atrai investimentos por apresentar elementos favoráveis aos grandes conglomerados”, explica Milan.
Raio -X Campinas
Em Campinas são 15.974 empresas com no máximo quatro empregados. Os números representam 57% da capacidade empresarial da metrópole, que tem 1,1 milhão de habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O último levantamento do órgão sobre mercado de trabalho diz ainda que a força operária é de cerca de 480 mil assalariados e que a média de vencimentos no município é de R$ 2,7 mil.
Admissões e salários
Campinas, por ser a metrópole da região, concentrou em 2012, 43,2% das admissões feitas pelas empresas na RMC. Foram 151.298 postos de trabalho, com destaque para outubro, com 17.034. Em dezembro de 2012 a média salarial na região ficou em torno dos R$ 1.293,88 para homens e R$ 1.003,37 para mulheres. No acumulado de janeiro a outubro de 2013, os salários ficaram em R$ 1.393,89 para o sexo masculino e R$ 1.099,07 para o feminino.
Fonte: G1 / Campinas e Região
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