O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) uma Ordem Executiva que classifica o Brasil como uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional dos EUA. A medida estabelece uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, elevando o total da taxação para 50%.
A decisão foi anunciada pela Casa Branca e se baseia na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA), de 1977. Com isso, o Brasil passa a integrar uma lista de países considerados hostis pelos EUA, como Cuba, Venezuela, Irã e Coreia do Norte.
Justificativa envolve processo contra Bolsonaro
De acordo com o comunicado oficial, a motivação está relacionada ao que o governo Trump considera “perseguição política” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A nota afirma que o governo brasileiro estaria praticando ações como “intimidação, censura e processos politicamente motivados” contra Bolsonaro e seus apoiadores.
O ex-presidente brasileiro é investigado por envolvimento na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, nas quais foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo denúncias, Bolsonaro teria pressionado comandantes militares para impedir a posse de Lula.
Liberdade de expressão e redes sociais também são citadas
A Casa Branca também acusa o Brasil de limitar a atuação de empresas americanas de tecnologia, citando casos de suspensão de plataformas como Rumble e X (antigo Twitter), que não apresentaram representação legal no país, como exige a legislação brasileira.
O documento classifica essas medidas como tentativas “tirânicas” de censurar a liberdade de expressão nas redes sociais.
Reações e contexto político
Especialistas em democracia e direito constitucional destacam que o Brasil atua dentro dos limites legais ao regular redes sociais e responsabilizar indivíduos envolvidos em crimes contra o Estado Democrático de Direito.
Segundo Pedro Kelson, do Washington Brazil Office (WBO), há uma tentativa da extrema-direita internacional de distorcer os fatos e descredibilizar o sistema judiciário brasileiro.
A professora Flávia Santiago, da Universidade Estadual de Pernambuco (UPE), reforça que não há liberdade de expressão ilimitada em democracias. “A Constituição brasileira protege as instituições democráticas. Liberdade de expressão não é direito absoluto”, afirma.
Consequências comerciais e diplomáticas
Com a nova tarifação de 50% imposta pelos Estados Unidos, exportadores brasileiros podem ser fortemente impactados, especialmente setores como agronegócio e manufaturados. A medida também representa um agravamento nas relações diplomáticas entre os dois países.
Analistas apontam que a decisão pode ter motivações políticas, já que Donald Trump é pré-candidato à reeleição e mantém forte vínculo com a base conservadora brasileira, especialmente com apoiadores de Jair Bolsonaro.
Monitoramento e próximos passos
O governo brasileiro ainda não se manifestou oficialmente sobre a medida até o fechamento desta matéria. Fontes da diplomacia nacional indicam que o Itamaraty estuda uma resposta formal à Casa Branca e avalia possíveis ações junto à Organização Mundial do Comércio (OMC).
A situação deve ter desdobramentos nos próximos dias, tanto no cenário internacional quanto na política interna do Brasil.
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