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Critica: O Som e a Fúria de Tim Maia

Me lembro como se fosse hoje, quando meu pai colocava aquele disco de vinil na sonata e eu, com meus nove ou dez anos, ficava escutando aquela voz potente de um tal de Tim Maia. As batidas cheias de swing e as letras sempre intensas e inesquecíveis jamais saíram de minha cabeça. O disco em questão levava o nome deste genial cantor e compositor e havia sido lançado em 1986.

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Como forma de agradecimento ao meu pai, fiz questão de convidá-lo a assistir comigo ao filme ‘Tim Maia’, tirado do livro de Nelson Motta ‘Vale Tudo – O Som e a Fúria de Tim Maia’ e dirigido por um maduro Mauro Lima. Foram quase duas horas maravilhosas, não só por conta da sensação nostálgica daqueles dias, mas também pela seriedade do roteiro e da entrega sem igual, principalmente de Babu Santana, interprete de Tim na segunda fase de sua vida.

O primeiro ato é um tanto burocrático e quadrado, como se Mauro Lima ainda estivesse tentando entender qual seria o melhor caminho para seu projeto, mas nada disso prejudica o bom andamento da trama.

A história de Tim se confunde com a própria história da música popular brasileira e por isso têm espaço personagens como Roberto Carlos (George Sauma, um pouco afetado), Erasmo Carlos (Tito Naville) e tantos outros. Ainda há espaço para o primeiro contato com a música black e a cultura norte-americana, suas sandices incontroláveis, suas faltas nos shows, a fase ‘religioso’ e seus amores.

Esta cinebiografia conta desde o início da vida de Sebastião Rodrigues Maia ou Tião Marmita na Tijuca, passando por sua ida conturbada aos Estados Unidos, até seu sucesso arrebatador, já com o nome artístico de Tim Maia.

Ao subirem os créditos me senti bem. Senti que presenteei e fui presenteado pelos deuses ou pelo destino ou por quem quer que seja. As lágrimas que escorriam durante certos momentos na sessão, era por conseguir entender perfeitamente o que meu pai sentia e esta ligação tão íntima acontece poucas vezes em nossas vidas e por isso mesmo, devemos aproveitá-la com a máxima intensidade quando ela aparece.

Confira a programação aqui: Cinema Hortolândia

Por: Eder de Oliveira
www.cinemaepipoca.info
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