Caracterizada pela inflamação das meninges (membranas protetoras do sistema nervoso), a meningite pode ter diferentes origens, como: viral, bacteriana, fúngica ou parasitária. De origem bacteriana, a meningite meningocócica é uma das formas mais graves da doença, podendo levar a óbito em até 24 horas ou deixar sequelas para a vida inteira.
Recentemente, um surto de casos de meningite meningocócica do tipo B na Flórida, estado da costa leste dos Estados Unidos, tem aumentado o alerta também no Brasil. A região tem uma grande incidência de brasileiros, entre residentes e visitantes, e o risco da doença migrar para o país pede atenção redobrada.
A boa notícia é que existe vacina contra os principais causadores da doença que são os meningococos do tipo A, B, C, W, e Y. Atenta à questão, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) lança a campanha O Futuro Tá On, com apoio da GSK, que tem por objetivo conscientizar sobre a importância da prevenção para adolescentes e o papel de ginecologistas em garantir o cumprimento do esquema vacinal das pacientes.
“A vacinação contra a meningite meningocócica é muito importante em adolescentes e adultos jovens, pois além de serem mais suscetíveis, eles apresentam um estado de portador que pode ser assintomático e vai infectar outros jovens que podem adoecer com grande repercussão na gravidade da doença”, alerta a ginecologista Cecilia Roteli, presidente da Comissão Nacional Especializada (CNE) de Vacinas da Febrasgo.
No caso das adolescentes, a transição entre pediatras e ginecologistas faz com que elas frequentem mais o consultório ginecológico do que o pediátrico, abrindo uma oportunidade para a conscientização e também o acompanhamento e atualização das vacinas. “Durante a consulta, é importante mostrar a gravidade dessa doença e a facilidade da transmissão, além do risco maior para essa população pelo comportamento, que inclui intensa atividade social com maior exposição e chance de contágio”, acrescenta Cecilia.
Em geral, a transmissão da meningite meningocócica acontece de pessoa para pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta, assim como a COVID-19. Apesar de ser uma doença pouco comum, 1 em cada 5 casos de meningite meningocócica pode gerar sequelas graves como:
- Deficiência visual e auditiva
- Convulsões e distúrbiosneurológicos
- Dificuldadescomportamentais
- Amputação dos membros
No Brasil, a mortalidade pela doença atinge cerca de 2 em cada 10 pessoas infectadas, muitas vezes dentro de 24 a 48 horas após o início dos sintomas. Mesmo quando a doença é diagnosticada precocemente e o tratamento adequado é iniciado, o paciente pode ir a óbito ou ter sequelas, pois a evolução é imprevisível.
A prevenção pela vacinação é, portanto, a forma mais eficaz de combater a doença e deve ser responsabilidade também dos médicos indicá-la, cabendo aos pais e adolescentes o cumprimento dessa orientação.
A vacina meningocócica conjugada quadrivalente (ACWY) integra o Plano Nacional de Imunizações (PNI) e está disponível gratuitamente até a faixa etária de 11 e 12 anos. Em outras faixas etárias a partir dessa idade, a vacina ACWY e a B, sorogrupo que vem aumentando a prevalência pelo surto recente nos Estados Unidos e deve ser recomendada sempre que possível, encontram-se disponíveis em clínicas privadas. Vacine-se e proteja sua saúde. Vacinas salvam vidas. Fonte – FEBRASGO – A importância da prevenção da meningite meningocócica para adolescentes e o papel de ginecologistas no cumprimento do esquema vacinal (febrasgo.org.br)
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