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Doenças fetais na gestação: diagnóstico precoce pode salvar seu bebê

As doenças da formação fetal são anormalidades morfológicas identificadas ainda durante a gravidez. Ocorrem em consequência de processos anormais de desenvolvimento e podem trazer graves prejuízos ao bebê, como problemas de crescimento e alterações no sistema nervoso central, podendo levar ao óbito.

Todos os anos, 8 milhões de bebês no mundo nascem com malformações congênitas. No Brasil, a malformação fetal é a segunda causa de morte de bebês e crianças, ficando atrás apenas da prematuridade.

São diversos os tipos de malformação fetal catalogados pela ciência e muitas já podem ser tratadas durante a gestação. Uma delas, a Espinha Bífida Aberta, mais conhecida como mielomeningocele, é a mais comum anomalia congênita do sistema nervoso central. É causa de paralisia dos membros inferiores, atraso no desenvolvimento intelectual, alterações intestinais, urinárias e ortopédicas.

Referência

Em 2011, resultados do trabalho científico MOMstrial – Management of Myelomeningocele study, demonstraram que os bebês com espinha bífida poderiam ser tratados ainda no útero, por cirurgia aberta, com significativo aumento na chance de andar, melhora no desenvolvimento intelectual e menor necessidade de colocação de drenos cerebrais após o nascimento.

Em nosso país, o grupo de cirurgia fetal do Centro de Medicina Fetal Gestar e da Rede Gestar de Medicina Materno-Fetal, coordenado pelo Dr. Fábio Peralta, é referência na utilização de técnica semelhante à descrita pelo MOMS trial, mas aprimorada, de forma a diminuir os riscos maternos da cirurgia e o parto prematuro.

Transfusão Feto-Fetal

A Síndrome de Transfusão Feto Fetal (STFF) ocorre em 10 a 15% das gestações gemelares em que os gêmeos são idênticos e compartilham a mesma placenta. No caso, o sangue passa desproporcionalmente de um para o outro. Dessa forma, um dos bebês acaba sendo o “receptor” e o outro o “doador”.Em aproximadamente 30% dos casos, a condição é grave, com risco de óbito (entre 90 e 100%) de um ou ambos os fetos se nada for feito.

A única forma de tratamento conhecida é a cirurgia de ablação (cauterização) com laser dos vasos placentários. Já foi realizada em milhares de pacientes em todo o mundo, com excelentes resultados e pouquíssimas complicações maternas.

Prevenção

É possível realizar a prevenção de algumas malformações com medidas básicas de saúde, como a vacinação de meninas contra rubéola (previne a síndrome da rubéola congênita), a fortificação de alimentos com ácido fólico e vitamina B-12 (para evitar a ocorrência de defeitos do tubo neural, como, espinha bífida e anencefalia) e zerar o consumo de álcool e nicotina.

E, claro, um pré-natal cuidadoso, com acompanhamento adequado e atenção aos sintomas é indispensável, assim como a ultrassonografia, ferramenta capaz de diagnosticar precocemente as doenças fetais.

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