Certamente em algum momento você já ouviu um trecho da música composta por Antonio Carlos Jobim que diz “…são as águas de março fechando o verão…”. Mas, por qual motivo o tutor deve se preocupar com os períodos de chuva característicos do Verão, estação que teve início no dia 22 de dezembro de 2023 e vai até o dia 20 de março de 2024?
A temporada de chuva está associada a problemas de saúde que afetam não só os seres humanos, mas também os animais de estimação. O período eleva a ocorrência de algumas enfermidades nos pets, incluindo doenças dermatológicas e respiratórias.
Também nesse período de chuvas, outras enfermidades como infecção urinária, dores articulares e proliferação de parasitas infelizmente estão entre as mais comuns entre cães e gatos, sendo necessário cuidados redobrados dos tutores.
“É também uma época de procriação dos carrapatos, aumentando o risco de doenças transmitidas por esses agentes”, afirma para o Portal Hortolândia Bruno Alvarenga, professor de Medicina Veterinária do CEUB – Centro Universitário de Brasília.
Com a maior umidade, se intensificam doenças dermatológicas causadas por fungos e ectoparasitas. As moscas tendem a depositar seus ovos sob a pele de animais, podendo levar a lesões.
Segundo Alvarenga, para a prevenção desses parasitas, é recomendada a vistoria periódica da pele dos animais, a dedetização por empresa especializada e o uso de medicamentos, na forma de biscoitos, spray ou gel dermatológico, que consigam repelir ou matar esses agentes.
E sabe aqueles dias que o tutor deixa de sair com o pet em razão das chuvas? Ao evitar molhar o pelo dos animais, principalmente os que vivem em ambientes fechados, os tutores tendem a passear menos no período chuvoso, o que pode levar a um aumento de infecções urinárias. “Para prevenir esta condição, é fundamental pelo menos três passeios ao dia para que os peludos possam fazer suas necessidades”, diz Alvarenga.
O período requer ainda atenção para as doenças respiratórias, principalmente nos animais idosos. É recomendado evitar o contato direto do animal com o piso frio, podendo ser utilizadas camas, cobertas, panos, toalhas, pallets de madeira e lençóis de borracha.
Deve-se evitar a remoção dos pelos, por sua função no isolamento térmico, realizando a tosa apenas se estritamente necessário. E, se executada, a proteção contra o frio pode ser, em parte, realizada com o uso de roupas. Caso o animal apresente perda de apetite, dificuldade respiratória ou aumento de secreção nasal, procure atendimento médico-veterinário.
Outro fator notado pela mudança térmica é o aumento da incidência de dores articulares, sinalizando que se as medidas de proteção contra o frio não forem suficientes, é recomendado ajustar a prescrição de dor.
Os trovões são outro ponto de preocupação, já que cães e gatos podem se estressar com esses barulhos, seja por medo ou pelo desconforto otológico ocasionado pelos estrondos. Sobre os barulhos causados pelas chuvas, também se orienta monitorar com maior atenção animais cardíacos, epiléticos e aqueles com histórico de desequilíbrio comportamental ou metabólico.
Texto: Sérgio Dias
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