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Economia

A evolução dos serviços de crédito beneficia toda a sociedade

Recentemente o Banco Central do Brasil divulgou que o crédito ampliado às famílias se situou em R$ 2,7 trilhões no mês de agosto, com crescimentos de 1,8% no mês e 18,2% em doze meses, em função do desempenho dos empréstimos e financiamentos. Especialistas acreditam que a com a elevação da taxa Selic, haverá uma certa desaceleração nos próximos meses. Não em face à demanda, que seguirá alta, mas sim em razão dos riscos inerentes ao concedentes.

“A solução para toda essa dinâmica passa muito pelo aumento da concorrência, por meio de canais não bancários, e do conforto, praticidade e melhor experiência ao solicitante do empréstimo e das opções de garantia de quitação”, diz Rodrigo Salim, especialista financeiro com mais de 15 anos de experiência em empresas do segmento, graduação em Direito pela Universidade Mackenzie e MBA em Gestão Empresarial pelo INSPER/IBMEC.

A implementação do serviço de crédito era difícil até pouco tempo atrás. A evolução dos modelos, da tecnologia, das regulações dos canais de distribuição, a queda das barreiras de custos, precificação de riscos e avanços do mercado possibilitaram, nos últimos anos, o surgimento e a expansão de um novo segmento de empresas e concorrência. Há um novo protagonista: o canal de distribuição de produtos extra balcão bancário.

O acesso limitado ao crédito, necessário em tempos de isolamento social e ociosidade de diversas cadeias de negócios, por conta da Covid-19, tem graves reflexos na economia nacional. “Apesar de o Brasil dispor de um sistema financeiro moderno, o empréstimo de valores financeiros continua muito concentrado em grandes bancos, com custos e alcance aquém dos anseios dos públicos de interesse e, por consequência, de ser instrumento mais relevante no processo de desenvolvimento e combate à desigualdade social no País”, explica Salim.

A capacidade de promover composição no mercado e gerar mudanças que beneficiem o consumidor já foi reconhecida pelo Banco Central. Um bom exemplo disto são as fintechs, que prestam serviços diferenciados, de forma desburocratizada e com tarifas muito mais reduzidas que as instituições financeiras tradicionais, utilizando novas plataformas digitais e modelos de negócios, além do uso constante de tecnologia em substituição aos processos tradicionais.

Para Rodrigo Salim, nos últimos anos os modelos de negócios fortemente alavancados pela tecnologia e melhoria dos serviços avançaram com velocidade no segmento em todo o mundo. “Especificamente no mercado de crédito, essas iniciativas trouxeram expectativa de maior inovação e eficiência para o consumidor brasileiro, tão ávido por melhores produtos e serviços a custos mais baixos”, pontua o especialista.

Dessa forma, no País, a distribuição, a oferta de crédito e a expansão desse mercado vêm crescendo. As normas para fomentar o desenvolvimento do mercado, buscando torná-lo cada vez mais competitivo, inclusivo e capaz de gerar benefícios econômicos e sociais, talvez seja a principal medida que explique este crescimento.

Nesse cenário, investidores começaram a buscar alternativas para alocar seu capital e assim aumentar os recursos disponíveis para fomentar a criatividade, a inovação e a oportunidade especialmente para empreendedores.

Mas apenas a inovação e a flexibilidade do sistema não serão suficientes para diferenciar e buscar novas proporções de escala de crédito. “Temos de elevar ainda a ampla oferta, o acesso e a simplicidade do processo de contratação atrelado a um bom serviço de pré e pós-venda ao provedor e ao cliente final”, pondera Salim.

Percebe-se também a importância de adequar as necessidades do comércio e dos distribuidores na adaptação e refinamento do seu modelo de negócio, criando produtos e serviços capazes de ganhar escala e desenvolver um histórico de volumes crescentes, atraindo novos clientes, gerenciando a carteira por meio de processos internos e externos eficientes.

É preciso acreditar no incremento do fluxo de clientes, com a busca constante de players para atrair novos segmentos de tomadores de empréstimos e criar um ambiente para impulsionar significativamente o valor de avaliação da empresa, reduzindo também as despesas de aquisição de novos consumidores, o que permite negociar melhor os custos das operações e oferta.

Para o especialista é preciso “buscar a confiança dos parceiros e expandir a gama de produtos, aumentando as taxas de fidelização e reduzindo os custos fixos e de venda. Isso tem impacto positivo no valor do negócio de toda cadeia e dá segurança aos gestores e clientes.”

Existem oportunidades para se destacar no mercado oferecendo serviços melhores e mais ágeis aos consumidores, facilitando o cadastramento, transações e apresentando produtos de crédito mais vantajosos, mas acima de tudo com acessibilidade, simplicidade e oferta.

“Esse contexto demonstra que o processo de expansão e democratização da oferta de crédito, através da acessibilidade dos novos canais, é uma tendência que deve a médio prazo transformar o segmento de serviços financeiros no Brasil”, finaliza Salim.

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