O governo de São Paulo decretou estado de emergência devido à dengue. A decisão foi tomada pelo Centro de Operações de Emergências (COE), órgão coordenado pela Secretaria Estadual da Saúde, e foi oficializada nesta manhã. O decreto será publicado no Diário Oficial ainda hoje (5).
“A análise dos dados do painel de monitoramento indicou uma taxa de 311 casos por 100 mil habitantes. Estamos enfrentando uma epidemia, conforme as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) para casos confirmados”, afirmou Regiane de Paula, coordenadora de Controle de Doenças do Estado de São Paulo.
Segundo Regiane, o governo estadual está monitorando os sorotipos da dengue circulando em São Paulo, sendo que, atualmente, os tipos 1 e 2 são os mais prevalentes, com uma taxa de positividade de 40%.
O motivo do decreto de estado de emergência
A medida foi adotada após São Paulo registrar mais de 300 casos confirmados da doença para cada grupo de 100 mil habitantes nos últimos dias.
O decreto de estado de emergência possibilita que os gestores públicos destinem recursos para combater a doença com mais agilidade, sem a necessidade de licitação, além de permitir um aporte financeiro do Ministério da Saúde. Até o momento, 22 municípios dos 645 do estado já decretaram estado de emergência.
“Com o decreto, poderemos agir com maior rapidez na aquisição de insumos, contratação de pessoal e expansão da nossa rede de atenção. Além disso, os municípios podem usar nosso decreto como base para decretar estado de emergência em suas localidades, o que agiliza os processos de licitação para a compra de insumos”, explicou Priscilla Perdicaris, secretária da Saúde em exercício.
Segundo o COE, o decreto também prevê a liberação de recursos por parte do governo federal, tanto para o estado quanto para os municípios. “Os recursos são limitados e ainda não temos uma estimativa do valor total. No entanto, qualquer apoio financeiro é bem-vindo.”
Esper Georges Kallás, diretor técnico do Instituto Butantan e membro do COE, destacou que o aquecimento global e as chuvas criaram condições ideais para a proliferação do mosquito transmissor da dengue, o que resultou em um aumento nos casos da doença.
No entanto, a gestão estadual afirma que não é possível prever quando ocorrerá o pico da doença.
“Até o momento, os casos continuam aumentando, e não podemos prever quando ocorrerá o pico. Não é possível fazer uma previsão precisa (…) Devemos nos preparar, considerando que existem outros estados enfrentando uma situação ainda mais grave do que São Paulo”, disse Kallás.
Casos de dengue e óbitos já registrados
Quanto aos números de mortes e casos, até segunda-feira (4), o estado já havia registrado 31 mortes relacionadas à dengue, conforme dados do painel de controle da doença da Secretaria Estadual de Saúde (SES). Confira a lista completa:
- Bebedouro: 1 morte
- Bariri: 2 mortes
- Bauru: 1 morte
- Pederneiras: 2 mortes
- Bragança Paulista: 1 morte
- Campinas: 1 morte
- São Paulo: 2 mortes
- Franca: 1 morte
- Restinga: 1 morte
- Marília: 3 mortes
- Guarulhos: 3 mortes
- Suzano: 1 morte
- Batatais: 1 morte
- Ribeirão Preto: 2 mortes
- Serrana: 1 morte
- Mauá: 1 morte
- Parisi: 1 morte
- Votuporanga: 1 morte
- Pindamonhangaba: 2 mortes
- Taubaté: 2 mortes
- Tremembé: 1 morte
Outros 122 óbitos ainda estão em investigação, com um total de 138.259 casos confirmados, sendo 169 considerados graves. As mortes confirmadas foram registradas em 21 municípios entre 1º de janeiro e 4 de março.
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