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Polícia Federal deflagra a 2ª Fase da Operação Contágio contra desvio de recursos públicos na área da Saúde

A Polícia Federal deflagrou ontem (23/11) a 2ª fase da Operação Contágio, para aprofundar investigação que apura desvios de recursos públicos na área da Saúde, nos municípios de Hortolândia, Embu das Artes e Itapecerica da Serra, todas no Estado de São Paulo.

Policiais federais deram cumprimento a 4 mandados de prisão preventiva e a 20 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal de São Paulo, sendo que algumas das ordens partiram do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3). Entre os presos estão dois médicos que seriam alguns dos principais dirigentes da OS.

Também foram decretados o bloqueio e a apreensão de mais de R$ 40 milhões dos investigados, incluindo contas bancárias, imóveis, veículos e uma lancha de luxo. Foi também determinada a suspensão da atividade econômica de algumas empresas subcontratadas pois há indícios de que eram utilizadas exclusivamente para a prática de crimes. Além disso, foram apreendidos mais de duzentos mil reais em espécie na residência dos investigados.

 A investigação identificou Organizações Sociais de Saúde (OS), que administram algumas unidades de saúde destes municípios sem capacidade técnica para gerir contratos de saúde complexos. Mesmo assim, em menos de três anos, a OS teria recebido mais de trezentos milhões de reais em recursos públicos. Conforme a apuração realizada pela CGU e pela PF, o esquema consistia no superfaturamento do fornecimento de bens e serviços, como plantões médicos e medicamentos, além da realização de serviços simulados, como de assessoria.

Durante a deflagração da 1ª fase, um dos investigados tentou de maneira frustrada se desfazer do computador e do aparelho celular lançando-os no telhado. Outros investigados apagaram as mensagens dos celulares antes da chegada dos policiais, na tentativa de dificultar o acesso pelos peritos criminais federais.

Além disso, dois dias depois, a Polícia Federal apreendeu quase meio milhão de reais em uma sala secreta da OS em Cotia/SP. As pessoas que foram flagradas transportando esses valores também são alvos da operação de hoje.

Nesta nova fase, o enfoque está na lavagem do dinheiro desviado da saúde e na reparação do prejuízo aos cofres públicos. Até o momento, já foi identificado que cerca de dezoito milhões de reais foram sacados em espécie por um guarda civil municipal.

Nota da Prefeitura de Hortolândia

A Prefeitura de Hortolândia informa que não recebeu nenhuma notificação relacionada ao assunto citado pela reportagem. A Administração Municipal está à disposição da Polícia Federal para maiores esclarecimentos caso haja notificação sobre o assunto. A AMG, OS contratada, administra o Hospital Municipal Mário Covas e as três UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) da cidade. O contrato com a OS está vigente até 31 de dezembro de 2023, sendo que até lá a AMG continua sob administração judicial.

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