A Embrapa Pecuária Sudeste e a empresa Aeroportos Brasil Viracopos assinaram ontem (10) um contrato de cooperação técnica para identificar gramas mais adequadas à cobertura vegetal das margens da pista de decolagem e aterrissagem do aeroporto de Viracopos, localizado em Campinas. A partir do segundo semestre, durante 19 meses, a Embrapa irá testar no aeroporto oito acessos de espécies nativas de gramíneas pré-selecionados em experimentos já realizados pela Embrapa Pecuária Sudeste.
Esse trabalho complementa o projeto de pesquisa Gramados, iniciado em 2011, com o objetivo de encontrar espécies nativas de grama para fins paisagísticos e de recobrimento de extensas superfícies de solo, aproveitando a diversidade da flora brasileira. Com o crescimento econômico do Brasil, espera-se que aumente o interesse pela atividade, com destaque para as espécies nativas.
Até a conclusão da pesquisa, em 2015, a Embrapa espera liberar para uso comercial cultivares para uso como cobertura vegetal de superfícies de solo com baixa manutenção, tais como margens de rodovias e de pistas de aeroportos, parques públicos, e na contenção de taludes.
Em Viracopos, os experimentos serão realizados em duas áreas, representativas das condições de solo mais comuns no aeroporto. Para identificar as gramas mais adequadas, serão avaliados: velocidade de cobertura do solo; número de podas; presença de plantas invasoras; e grau de satisfação de uso. Os resultados serão comparados com a cobertura vegetal já existente no local.
Segundo o pesquisador Francisco Dübbern de Souza, responsável pelo projeto, é importante testar os tipos de grama em condições reais de uso. “Fazer experimentos com o usuário final da tecnologia aumenta as chances de o produto ser incorporado de forma rápida e efetiva pelo mercado”, explica.
Parceiro urbano
A parceria surgiu do interesse da concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, pelo projeto Gramados. O gasto com a manutenção dessas extensas áreas é uma preocupação para a empresa, principalmente diante da grande expansão daquele aeroporto, já iniciada. Espera-se que a identificação de gramas de baixo potencial de crescimento e de manutenção simples permita reduzir esses gastos.
Benefícios ambientais importantes também poderão resultar da cooperação. O cultivo de gramas bem adaptadas contribui para reduzir poeiras, erosões e vários poluentes, além de melhorar a infiltração no solo da água de chuvas.
Para Souza, a demanda mostra o potencial do projeto Gramados e traz para a Embrapa um novo tipo de parceiro estratégico. “Os produtos dessa pesquisa interessam tanto às populações urbanas quanto aos produtores rurais, aos quais caberá multiplicar e comercializar as gramas selecionadas”.
Texto: Larissa Morais/Embrapa
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