16 de junho de 2024
Nossa Região

Campinas confirma mais sete óbitos por dengue e total chega a 30

dengue

A Secretaria de Saúde de Campinas confirmou na tarde desta quinta-feira, 23 de maio, mais sete mortes por dengue na cidade. Os óbitos foram entre 2 de abril e 4 de maio – veja detalhes abaixo. Com isso, o número de vidas perdidas em virtude da doença chegou a 30 neste ano.

Desde 1º de janeiro foram confirmados 95.690 casos de dengue no Município. Assim como em todas as situações de casos registrados, medidas preconizadas foram desencadeadas nas regiões onde residiam as vítimas: controle de criadouros, busca ativa de pessoas sintomáticas e nebulização para combater o mosquito Aedes aegypti, vetor da doença.

A Saúde lamenta as mortes e se solidariza com as famílias. Além disso, reitera o alerta feito desde 2023 com objetivo de sensibilizar a população para tentar reduzir casos e óbitos: a melhor forma de prevenção contra a dengue é eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. É importante, ainda, vedar a caixa d’água e manter fechados vasos sanitários inutilizados.

“Os sorotipos isolados não serão mais informados a partir da divulgação de mortes desta quinta-feira, 23 de maio. O desfecho óbito depende de fatores como procura precoce por atendimento, manejo clínico adequado e fatores individuais do paciente, não estando relacionado com o sorotipo do caso.  A informação vinha causando dúvidas na população, que estava relacionando a variação do vírus à gravidade dos casos. O Departamento de Vigilância em Saúde [Devisa] ressalta que será divulgada qualquer mudança na circulação dos sorotipos da dengue”, ressaltou a diretora do Devisa, Andrea von Zuben.


Perfil das vítimas

  • Sexo feminino, 24 anos, sem comorbidade. Atendida na rede pública e moradora da área de abrangência do CS Aeroporto. Ela teve início dos sintomas em 30 de abril e o óbito ocorreu em 4 de maio.
  • Sexo masculino, 86 anos, com comorbidades. Atendido na rede privada e morador da área de abrangência do CS 31 de Março. Ele teve início dos sintomas em 22 de março e o óbito ocorreu em 4 de abril.
  • Sexo masculino, 87 anos, com comorbidades. Atendido na rede privada e morador da área de abrangência do CS Taquaral. Ele teve início dos sintomas em 6 de abril e o óbito ocorreu no dia 15 do mesmo mês. 
  • Sexo masculino, 75 anos, com comorbidades. Atendido na rede privada e morador da área de abrangência do CS Valença. Ele teve início dos sintomas em 2 de abril e o óbito ocorreu no dia 4 do mesmo mês. 
  • Sexo masculino, 90 anos, com comorbidades. Atendido na rede pública e morador da área de abrangência do CS São Bernardo. Ele teve início dos sintomas em 29 de abril e o óbito ocorreu em 4 de maio.
  • Sexo masculino, 75 anos, com comorbidades. Atendido na rede privada e morador da área de abrangência do CS Vila Ipê. Ele teve início dos sintomas em 12 de abril e o óbito ocorreu no dia 22 do mesmo mês.
  • Sexo masculino, 84 anos, com comorbidades. Atendido na rede privada e morador da área de abrangência do CS Eulina. Ele teve início dos sintomas em 12 de março e o óbito ocorreu em 2 de abril.



Contexto nacional

A epidemia de dengue é nacional e, neste ano, dois fatores contribuíram para aumento de casos em Campinas apesar da série de esforços da Administração para combater a doença e aprimorar a assistência em saúde: a circulação simultânea de três sorotipos do vírus pela primeira vez na história, e condições climáticas favoráveis para a proliferação do mosquito, principalmente por conta das sucessivas ondas de calor registradas desde outubro.

A expectativa da Saúde é de que, a partir deste mês, o número de casos diminua por conta da redução das temperaturas. O pico de transmissão ocorreu entre 7 e 13 de abril.


Orientações sobre assistência

A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico. Portanto, a Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação. Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA.

“A gravidade por dengue se dá, principalmente, na fase que a gente considera crítica, quando a pessoa deixa de ter febre. É diferente de outras viroses. Nesse momento, as pessoas devem estar muito atentas se melhoram ou se começam a ter algumas alterações, como muitos vômitos, algum sinal de sangramento, por exemplo, na gengiva, ou se a mulher menstruada começa a ter um maior volume, tem aquela sensação de desmaio e começa a se sentir mais indisposta. Essas pessoas têm que voltar imediatamente para a assistência médica para fazer hidratação, muitas vezes, na veia. Uma outra questão que faz a pessoa ter um desfecho favorável é conseguir beber a quantidade de líquido prescrita, que são 60 mL por quilo de peso. Isso é qualquer líquido e um terço disso em sais de hidratação”, alertou Andrea von Zuben.


O que já foi feito

Em 2023, um estudo da Secretaria de Saúde mostrou que a cidade viveria uma nova epidemia de dengue. Por isso, foram desencadeadas diversas medidas para o enfrentamento da doença. Muitas delas consideradas adicionais ao planejamento regular de prevenção e combate à dengue. O plano inclui Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e novo site para divulgar informações.

Em dezembro do ano passado foram reforçados os estoques dos principais insumos usados no tratamento da dengue para garantir o atendimento dos pacientes da rede municipal de saúde. A administração divulgou uma projeção de pelo menos 100 mil casos da doença em 2024. 

Entre janeiro e 18 de maio de 2024 foram realizados 16 mutirões intersetoriais, incluindo um regional. Foram visitados 68,5 mil imóveis em 109 bairros para orientar a população e retirar criadouros do mosquito. 

A Administração tem usado drones para localizar grandes criadouros do Aedes aegypti, como piscinas e caixas d’água em imóveis identificados como desocupados ou em situação de abandono. Com isso, chaveiros podem ser acionados e esta medida está respaldada em decisão judicial de 2020, proferida nos autos do processo judicial n.º 1005810-97.2014.8.26.0114, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Campinas.

Outra novidade é o uso de inteligência artificial para ampliar o monitoramento e assistência em saúde aos pacientes com dengue. Toda pessoa diagnosticada ou com suspeita da doença, após atendimento no SUS Municipal, recebe, via WhatsApp, mensagem disparada pelo chatbot que auxilia a Pasta a acompanhar as condições do paciente. Caso necessário, é feita nova orientação sobre busca por atendimento. Até 23 de maio, 34.095 pacientes foram acompanhados. Do total, 12.250 foram reencaminhados aos serviços de saúde.

A Prefeitura criou ainda o Grupo de Resposta Unificada (GRU), que envolve todas as áreas com objetivo de agilizar respostas e fiscalizações para denúncias que tratam de criadouros.

A Secretaria de Serviços Públicos intensificou o trabalho de coleta de lixo e entulhos e, com isso, passou a recolher 4 mil toneladas a mais de resíduos urbanos por mês.

Aos sábados, a Secretaria de Saúde passou a abrir centros de saúde que não funcionam aos finais de semana para ampliar o atendimento dos pacientes.


Ações em números – (atualização até 16/5)

  • Controle de criadouros: 571,3 mil imóveis visitados
  • Nebulização: cobertura de 116,8 mil imóveis
  • Busca ativa: 95,7 mil imóveis visitados
  • Avaliação de densidade larvária: 58,3 mil imóveis visitados
  • Pontos estratégicos e imóveis especiais: 1,8 mil imóveis visitados
  • Mutirões aos sábados: 68,5 mil imóveis de 109 bairros visitados



Comitê de prevenção

A Prefeitura conta com um comitê de prevenção e controle de arboviroses desde 2015, que em 2023 passou a se chamar Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses. Ele reúne 14 secretarias: Governo; Saúde; Educação; Serviços Públicos, Clima, Meio Ambiente e Sustentabilidade; Gestão e Desenvolvimento de Pessoas; Administração; Comunicação; Trabalho e Renda; Esportes e Lazer; Cultura e Turismo; Habitação; Relações Institucionais, e Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos. Também participam Defesa Civil, Serviço 156, Rede Mário Gatti, Setec e Sanasa. No comitê é discutida a situação epidemiológica da cidade e, com isso, são desencadeadas as ações intersetoriais e apoio para as ações da Secretaria de Saúde. Mais informações estão no site: https://dengue.campinas.sp.gov.br.

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