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Alunos de Campinas desenvolvem microusina hidrelétrica

Apesar da paixão dos brasileiros pela tecnologia, uma parte expressiva da população ainda não tem acesso a serviços básicos como a energia elétrica. Preocupados com o fato de que ainda existem no Brasil pessoas excluídas do sistema de geração e distribuição de energia, alunos do curso técnico de Eletrônica da Escola Técnica Estadual (Etec) Bento Quirino, de Campinas, decidiram pesquisar o tema e desenvolveram o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) Microusina Hidrelétrica Alternativa para Comunidades Isoladas no Brasil.

Os alunos Brenno de Oliveira, Gabriel Serrano e Vinicius Motta, sob orientação dos professores Regina Kawakami e Marcos Almeida, desenvolveram uma fonte de energia limpa e de baixo custo baseada no potencial hidrográfico da região amazônica.

O professor da disciplina de TCC, Marcelus Guirardello, explica que o objetivo foi apresentar um sistema de geração de energia aproveitando o grande volume de água dos rios caudalosos que fazem parte do bioma amazônico. “O projeto estimulou o grupo a pensar em soluções para problemas reais e envolveu conceitos importantes para o aprendizado técnico como geração de eletricidade, física e mecânica de fluídos”.

Na primeira fase do TCC foram feitas pesquisa bibliográfica e entrevistas com moradores da região que não estão integrados ao sistema de geração e transmissão de energia elétrica (Sistema Interligado Nacional – SIN). A segunda fase do trabalho se concentrou nos estudos para viabilização do protótipo de um kit para montagem da microusina.

Energia

A proposta dos alunos é uma fonte de energia limpa porque foi criada a partir de uma hélice que, submersa, funciona como uma turbina movimentada pela força da água dos rios. O equipamento, acoplada a um gerador, faz a energia mecânica produzida pela pressão da água ser transformada em energia elétrica. O projeto prevê ainda a transmissão dessa energia por meio de uma rede de cabeamento até as casas da comunidade.

Segundo dados levantados pelos alunos da Etec Bento Quirino junto ao Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema), cerca de 2,5 milhões de moradores da região amazônica não estão integrados ao SIN. Desse grupo de excluídos, 1 milhão vive completamente no escuro, enquanto 1,5 milhão é abastecido por sistemas comunitários de produção de energia, mas de baixa capacidade de geração e altamente poluentes porque funcionam à base de combustíveis fósseis, como o diesel.

Os alunos concluíram o curso técnico de Eletrônica em 2020 e continuam trabalhando no aperfeiçoamento do projeto de microusina. Segundo Vinicius Motta, o foco agora é aperfeiçoar o kit para torná-lo viável comercialmente. “Estimamos que o equipamento tenha um custo aproximado de 800 reais, mas continuamos pesquisando formas para reduzir ainda mais esse custo”.

Entre as possibilidades para baratear o preço, os alunos apostam, por exemplo, na produção do gerador de energia em impressora 3D. Mais uma solução sustentável dos estudantes que pode melhorar a vida dos ribeirinhos e do planeta.

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