Cerca de 60 pessoas, sobretudo profissionais da Educação, participaram, na noite desta segunda-feira (25/11), da 1ª mesa redonda sobre “Cotidiano escolar, diversidade étnico-racial e homossexualidade: práticas, possibilidades e interdições”, promovida pela Prefeitura de Hortolândia. Realizado no auditório Profª Andreia Marise Borelli, no Remanso Campineiro, o evento também contou com a presença da secretária de Educação, Ciência e Tecnologia, Sandra Fagundes Freire, que deu boas-vindas aos participantes.
“Estes são dois temas muito importantes, sólidos e polêmicos. Acredito que nós precisamos trabalhar com eles, em razão também da dificuldade que a nossa rede tem em abordar dois temas que são tão importantes. O momento que estamos vivendo, historicamente, em termos nacionais, é de tal modo que o debate não está sendo muito proporcionado no Brasil, nestas duas áreas. Quero propor de, no ano que vem, voltarmos com este debate. Não dá para jogar as coisas debaixo do tapete. Nós como educação, não podemos nos omitir neste debate. Como educadores, somos construtores de opinião. Trazemos na nossa história uma herança que é muito preconceituosa. A maioria de nós também foi criado no meio do preconceito. Temos um papel importante na condução deste debate, no nosso país. Quero agradecer muito a vinda de vocês. Não podemos ficar com aquele discurso que cabe em todo lugar, mas que não tem reflexão nem profundidade, que vemos na internet ou na televisão. O debate ajuda a repensar melhor as nossas concepções e a nossa prática, seja a nossa prática pedagógica, seja como gestores das escolas, trabalhando junto com toda a comunidade escolar”, ressaltou Sandra.
A Profa. Dra. Caroline Jango, pedagoga do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), campus Hortolândia, e uma das debatedoras, também destacou a importância deste debate, na atualidade. “É importante reiterar a importância de estudar, trabalhar e discutir as relações étnico-raciais no ambiente educativo. Hoje, abordamos também, de modo geral, a diversidade que a escola tem que promover e fazer uma reflexão sobre as desigualdades de gênero, raciais, que são sociais, mas adentram o espaço educativo e os profissionais da educação devem necessariamente conhecer do assunto com profundidade para poderem desenvolver uma prática pedagógica que contemple estas diversidade e isso não seja uma desigualdade, nem de oportunidade, nem de desenvolvimento para as crianças atendidas no espaço de educação formal. Nossa prioridade é enfocar o assunto e pensar quais são os caminhos que uma rede municipal e os professores de uma forma geral devem trilhar para que isso se efetive”, afirmou ela, que é fundadora do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas do IFSP, desde 2015, e integrante do grupo de pesquisa DiS, desde 2006.
Para o coordenador da mesa, o Prof. Dr. Ronaldo Alexandrino, Doutor e Mestre em Educação (Psicologia Educacional) pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Diretor Escolar na Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Profª Janilde Flores Gaby do Vale, “trazer temas como estes para as redes é um tanto quanto inovador e importante, por causa do momento atual político que vivemos no âmbito federal, de literalmente boicotar e tirar da pauta da discussão todo e qualquer assunto relacionado a minorias. Meu tema, a questão de gênero, a homossexualidade, é algo que foi inclusive apagado da BNCC (Base Nacional Curricular Comum). Ter espaços como esses em que a gente possa discutir essas temáticas é o que acredito que seja resistência. Resistir é discutir”, afirmou ele.
Também participou da mesa redonda o professor de Educação Física na rede Municipal de Ensino de Hortolândia e na rede estadual, Jeferson das Neves, que desenvolve diversas atividades práticas com os alunos sobre diversidade étnico-racial, a partir de jogos e brincadeiras africanas, e com o conceito de consciência corporal.
Este artigo foi enviado pela Prefeitura de Hortolandia
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