A gravidez precoce pode provocar diversas doenças e consequências na saúde e na vida das adolescentes e das crianças
O início de fevereiro é marcado pela Semana Nacional de Prevenção à Gravidez na Adolescência. Em virtude da pandemia do Coronavírus, neste ano Hortolândia não fará ações referentes à data para evitar aglomeração. Apesar disso, a Prefeitura reforça a importância das famílias orientarem os adolescentes sobre a questão da gravidez precoce. A semana foi instituída pelo governo federal, em 2019, e incorporada ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
De acordo com a Secretaria de Saúde, a gravidez na adolescência é considerada de risco porque pode causar problemas e consequências na saúde e na vida da mãe e da criança. Em Hortolândia, as adolescentes grávidas recebem atendimento e acompanhamento no CAISM (Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher), localizado na rua José Pereira de Lira, 255, Jardim Green Park, atrás do Centro de Especialidades Médicas.
A ginecologista e obstetra do centro, Giseli Alves Moreira, salienta que a gravidez pode trazer vários riscos para a adolescente porque ela ainda está em formação. “A adolescência é uma fase de transição para a vida adulta. A menina passa por intensas modificações. Em razão da imaturidade física e mental, a gravidez pode causar doenças e problemas para a adolescente”, ressalta Giseli.
Dentre as doenças apontadas pela especialista estão as ISTs (infecções sexualmente transmíssiveis), câncer de colo de útero, DHEG (doença hipertensiva da gravidez), depressão pós-parto e diabetes gestacional. “A diabetes gestacional pode ser agravada pelos hábitos alimentares pouco saudáveis dos adolescentes, que costumam consumir muito açúcar e fast food”, alerta a especialista.
SAÚDE MENTAL
Giseli ressalta ainda que a gravidez provoca transformações no corpo da adolescente. Essas transformações podem afetar a saúde mental e a vida social dela. “A gravidez restringe a menina de fazer atividades físicas, de sair com amigos. Também causa a evasão escolar. A adolescente tem ainda que lidar com a pressão da família pela gravidez. Enfim, é uma carga muito grande para ela suportar”, alerta a especialista.
Para prevenir os riscos e as consequências da gravidez precoce, Giseli recomenda às famílias para que deixem o preconceito de lado e conversem sobre sexualidade com os adolescentes. “Os pais ou os responsáveis têm que se despir do preconceito e falar sobre isso com os filhos. É importante que as famílias criem um espaço de conversa até para fortalecerem os vínculos com os filhos. Não dá para fechar os olhos sobre essa questão. É preciso incentivar os adolescentes a usarem preservativo e anticoncepcionais. Os adolescentes precisam receber informações, e isso tem que vir da família. Se os pais ou responsáveis não falam sobre o tema, os adolescentes aprendem com os amigos e pela internet que, muitas vezes, divulga informações distorcidas. As famílias precisam ter a confiança dos filhos”, orienta Giseli.
Em caso da adolescente já estar grávida, a especialista orienta para que as famílias evitem adotar atitudes e discurso de recriminação. “Quando acontece essa situação, é muito importante o acolhimento e o apoio da família”, reforça Giseli. Caso as famílias tenham dificuldade para conversar sobre o tema com os filhos, ou a adolescente apresente problemas de maior gravidade relacionados à gravidez, Giseli orienta às famílias para que procurem atendimento na rede municipal de saúde, que conta com equipe multidisciplinar de profissionais.
Este artigo foi enviado pela Prefeitura de Hortolandia
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