Uma matéria do Jornal TodoDia indaga que o MPE (Ministério Público Estadual) de Hortolândia abriu inquérito para investigar possíveis indicações feitas por vereadores para cargos comissionados na prefeitura. A principal suspeita do MPE é que as nomeações seriam uma forma de o Executivo garantir apoio político dos parlamentares.
Pessoas ouvidas até agora apontam que o vereador Adaílton Sá (PV) foi um dos autores das nomeações, inclusive em acordo feito com o prefeito Antonio Meira (PT).
Quatro pessoas ouvidas pelo promotor Marcelo Di Giácomo, responsável pelas investigações, apontaram que foram indicadas por Adaílton para ocupar cargos comissionados na prefeitura.
Os depoimentos foram colhidos durante as investigações sobre cobrança de pedágio por parte do vereador, acusado de reter parte do salário de ex-assessores (leia texto ao lado), e acarretaram na abertura deste outro inquérito contra o parlamentar, que o promotor tenta ampliar.
“Esse novo inquérito apura duas coisas. A primeira é se vereadores têm poder de indicar comissionados para a prefeitura. A segunda é se esses e outros servidores comissionados estão sendo colocados para fazer funções burocráticas, que deveriam ser feitas por funcionários concursados. Também existe um sub item no primeiro ponto da investigação – se existem as indicações – para analisar se essas pessoas supostamente indicadas fazem repasses dos salários aos vereadores que as indicaram”, afirma Di Giácomo.
INDICAÇÕES
Entre os depoimentos, um servidor que acusa Adaílton de ficar com parte de seus salários afirma que o vereador se reunia com o prefeito Antonio Meira e sua esposa e secretária de Educação, Cleudice Baldo Meira, para acertar a nomeação de assessores. “A secretária do prefeito vinha com uma lista contendo os cargos, níveis de escolaridade e os salários para o vereador preencher o nome do indicado e anexar currículo e cópia de documentos”, afirma o depoente.
Di Giácomo estuda convocar o prefeito para prestar esclarecimentos sobre a citação.
LAÇOS
A suspeita do MP é de que tais indicações seriam feitas para estreitar os laços políticos entre Legislativo e Executivo. “Essa é a primeira suspeita que ocorre na minha cabeça (apoio político), mas até agora não há provas nesse sentido.”
Adaílton foi procurado, mas as ligações feitas ontem à tarde foram direcionadas à caixa de mensagens e os recados não foram retornados.
A Prefeitura de Hortolândia informou que contrata assessores conforme a necessidade, levando em consideração o perfil profissional. A administração já foi notificada, disse que prestou informações e que está à disposição do Ministério Público.
A reportagem questionou se os vereadores podiam indicar assessores e sobre a suposta reunião de Meira com Adaílton, mas não houve resposta.
Fonte: Jornal TodoDia
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