Hortolândia tem agora uma comissão para mapear os afroempreendedores do município. A novidade foi apresentada pela Prefeitura no lançamento dos programas “Afroempreendedorismo” e “SOS Racismo”, nesta quinta-feira (02/07). Em razão da pandemia do Coronavírus, para evitar aglomeração, o evento foi on-line, com a participação de 80 pessoas, dentre elas, o prefeito Angelo Perugini.
Também participaram do lançamento a secretária de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Turismo e Inovação, Monique Freschet; o diretor do Departamento de Direitos Humanos e Políticas Públicas para Mulheres, órgão da Secretaria de Governo, Amarantino Jesus de Oliveira, o Tino Sampaio; o vereador Paulo Pereira Filho, o Paulão; o coordenador Estadual da Reafro (Rede Brasil Afroempreendedor), Rafael Pinto; e o professor extensionista e economista do Observatório da PUC (Pontifícia Universidade Católica) Campinas, Paulo Oliveira.
O prefeito destacou que o município nasceu para dar oportunidade às pessoas que não eram vistas. “Esta terra é de todos. No espírito da emancipação da cidade, queremos que o empreendedor negro também tenha sua emancipação econômica e seu espaço garantido, na colheita dos frutos deste trabalho. A riqueza do nosso país nunca foi compartilhada de forma justa. Por isso, ainda há um longo caminho a ser percorrido de reparações históricas. A Prefeitura quer dar a sua contribuição para que esta jornada seja menos penosa e mais curta para o afroempreendedor de nossa cidade. A política pública deve servir para construir pontes e derrubar muros. Nós colocaremos muito esforço nesta iniciativa para reconhecer a grande contribuição que o afroempreendedorismo já dá para a nossa cidade”, destacou Perugini.
De acordo com a secretária de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Turismo e Inovação, Monique Freschet, a comissão terá o objetivo de mapear afroempreeendedores em atividade no município. Também caberá ao grupo o papel de receber e discutir demandas de afroempreendedores da cidade. A comissão é formada por seis representantes do poder público e seis representantes da sociedade civil.
“O Programa Afroempreendedor é muito importante para nosso município. Visa derrubar muros e construir pontes para a liberdade econômica e o empoderamento do empreendedor negro e da empreendedora negra, capacitar, gerar novos negócios, melhorar o ambiente de negócios, dar acesso ao crédito, divulgar marcas desse segmento, garantindo autonomia ao afroempreendedor. O Governo Angelo Perugini, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Turismo e Inovação tem a oportunidade de fomentar essa discussão junto à sociedade, em parceria com a Reafro e a Puccamp. Esta data fica registrada como um marco na cidade de Hortolândia, que lança o projeto por meio de uma plataforma online e, mesmo na pandemia, conseguimos atingir 80 participantes de diferentes segmentos do nosso município”, destacou a secretária.
Para um dos integrantes da comissão, o músico Marcel Rogério Campos da Silva, o programa é o pontapé inicial para fomentar o afroempreendedorismo na cidade. “O evento de lançamento foi produtivo e teve presença expressiva de pessoas. A ideia do programa está sendo bem aceita, porque estimula o afroempreendedorismo e, com isso, reverte em benefício para a própria cidade. A partir de agora, é trabalhar para que ele se desenvolva”, destacou o empreendedor.
“SOS RACISMO”
O evento também marcou o lançamento do programa “SOS Racismo”, do Departamento de Direitos Humanos e Políticas Públicas para Mulheres, órgão da Secretaria de Governo. Por meio do programa, a Prefeitura busca garantir maior eficácia no atendimento e no encaminhamento para a eliminação de ações discriminatórias por motivo de cor, religião ou etnia.
O programa contará com apoio técnico e administrativo do Departamento de Direitos Humanos e Políticas Públicas para Mulheres, em parceria com o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Hortolândia, e será estruturado na Casa Quilombola (foto), localizada na rua Benedito Francisco de Faria, 467, no Remanso Campineiro. O atendimento poderá ser realizado presencialmente ou por telefone (19) 3897-1126, das 9h às 15h.
O diretor do órgão, Amarantino Jesus de Oliveira, destacou que o evento foi muito proveitoso por ter contado com a participação de um público qualificado. “Antes de ser um espaço para receber denúncias, o objetivo maior do programa é ser um espaço de acolhimento e foi isso que trabalhamos no evento. A cidade está bem avançada em suas políticas públicas e serviços oferecidos. Trabalhamos em um contexto bem ampliado, com um viés da economia, da cultura afirmativa, na autoestima, no social, na identidade e com envolvimento de outras secretarias municipais para realizar um atendimento multidisciplinar. Por meio do programa, estamos construindo uma política pública muito estruturada que vai proporcionar resultados sólidos e palpáveis para o município”, salientou Amaratino.
Para a presidente do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, Mãe Eleonora Alves, o programa representa um ganho para o município. “Mais do que propor uma discussão, o ‘SOS Racismo’ é uma ação efetiva e de mudança que irá atuar pela população preta que não tem representatividade e voz. O racismo é um problema sério. Ele mata, exclui”, destacou Mãe Eleonora.
Este artigo foi enviado pela Prefeitura de Hortolandia
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