Prefeitura promove seminário com o tema “O desafio de controle das leucenas no cenário urbano”, nesta quarta-feira (08/06)
As árvores leucenas são uma das piores pragas existentes em Hortolândia, nos municípios da região e em outras localidades do Brasil. Essa espécie vegetal prolifera com rapidez, em pouco tempo domina uma determinada área, impedindo o crescimento de outras plantas. O que é prejudicial para o meio ambiente, uma vez que afeta a biodiversidade da flora e da fauna. As leucenas também dificultam as ações de arborização desenvolvidas pelas Administrações Municipais. Para discutir soluções e alternativas de controle dessas árvores, a Prefeitura de Hortolândia realiza o 5º Seminário de Meio Ambiente, com o tema “O desafio de controle das leucenas no cenário urbano”, nesta quarta-feira (08/06). O evento será, às 8h, na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, localizada na rua Euclides Pires de Assis, 102, Remanso Campineiro. A participação é aberta para a população.
A Prefeitura realizou um levantamento para identificar áreas prioritárias onde há quantidade maciça de leucenas no município. De acordo com a engenheira agrônoma da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Alynne Danielle Sant’Anna, a identificção dessas áreas foi feita a partir do levantamento de nascentes e árvores realizado por uma empresa contratada pela Prefeitura, no ano passado.
Dentre as áreas apontadas pelo levantamento estão Parque Terras de Santa Maria, onde, de acordo com a engenheira agrônoma, há quatro nascentes; área do viário central próximo à Ponte Estaiada; o prolongamento do parque Lago da fé, inaugurado pela Prefeitura mês passado; Observatório Ambiental Parque Escola (OAPE, antigo Creape); região do viário Santa Fé, próxima à Confibra; Parque Socioambiental Renato Dobelin, na região central; e Parque Linear do Jardim Amanda, próximo à lagoa. Todas essas áreas são APPs (Áreas de Preservação Permanente).
A engenheira agrônoma Alynne Danielle Sant’Anna explica que a Prefeitura busca recursos para fazer a retirada das leucenas e a implantação de projetos de reflorestamento nessas áreas. “Não basta apenas retirar as leucenas. É necessário ainda fazer a retirada dos tocos das árvores e de uma camada do solo, uma vez que pode haver sementes da espécie que podem crescer e se espalhar novamente”, salienta Alynne.
Espécie forrageira se proliferou de forma descontrolada
De acordo com a especialista, a leucena foi introduzida no Brasil na década de 1940. Por ser uma espécie forrageira, a planta é misturada com ração para suplementar a alimentação de gados bovino, equino e caprino. “A leucena se proliferou de forma descontrolada. É uma espécie que tem uma grande capacidade de adaptação em qualquer ecossistema”, explica Alynne.
Outra característica da leucena é o crescimento rápido. “Em cerca de um ano, a espécie já começa a dar sementes. Depois, entre dois a três anos, a leucena já se prolifera e domina uma determinada área, impossibilitando o crescimento de outras espécies, o que é extremamente prejudicial ao meio ambiente, uma vez que há perda da biodiversidade da flora e fauna”, salienta a engenheira agrônoma.
A especialista salienta que a população pode colaborar com a Prefeitura na questão das leucenas. Caso o morador encontre a espécie em alguma outra região da cidade, ele pode comunicar a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável pelo telefone (19) 3809-7040. O atendimento é de segunda à sexta-feira, das 8h às 17h. Ao receber a comunicação, a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável enviará uma equipe para fazer uma avaliação do local onde há leucenas. A engenheira agronôma ressalta que, por mais boa vontade que o morador possa ter para retirar as leucenas, essa prática não ajuda, uma vez que a simples retirada não elimina a espécie.
Programação do seminário contará com 3 palestras
O seminário terá três profissionais ligados à área de meio ambiente. A programação será aberta com a apresentação “A realidade local das leucenas”, da engenheira agrônoma da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Alynne Danielle Sant’Anna.
A primeira palestra, intitulada “Floresta Urbana”, será ministrada pelo engenheiro agrônomo José Walter Figueiredo Silva. O profissional é responsável pelo desenvolvimento e implantação do Programa Município Verde/Azul, do governo do Estado, do qual Hortolândia participa.
Em seguida, haverá a palestra “O cenário das leucenas na região do PCJ”, com o engenheiro civil Francisco Carlos Castro Lanhóz, representante do PCJ (Consórcio dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí).
A terceira palestra, com o tema “Técnicas de controle da espécie invasora leucena”, será apresentada pelo engenheiro agrônomo Marcelo Machado Leão. O profissional é pesquisador do Laboratório de Silvicultura Urbana do Departamento de Ciências Florestais da ESALQ (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) da USP (Universidade de São Paulo) e professor de pós-graduação no Programa de Educação Continuada e Gestão da ESALQ/USP, na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Este artigo foi enviado pela Prefeitura de Hortolandia
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