Prefeitura ofereceu formação a profissionais da rede e membros da comunidade para garantir inclusão de pessoas com deficiência visual
A fim de aprimorar o atendimento oferecido na rede municipal de ensino a alunos com deficiência visual e facilitar a inserção destes na sociedade, a Prefeitura de Hortolândia, por meio da Secretaria de Educação, ofereceu, a profissionais da pasta e membros da comunidade, um curso gratuito de 80 horas intitulado “Conhecendo a deficiência visual: da teoria à prática”. Iniciada em março deste ano, a formação foi concluída na terça-feira (29/10), com cerimônia realizada no auditório do Centro de Formação dos Profissionais em Educação Paulo Freire, no Remanso Campineiro.
Ministrado pela professora Irene Silva dos Santos, especialista em deficiência visual, o curso apresentou conceitos sobre as deficiências visuais, discutiu as principais patologias que causam o problema, além mostrar novos paradigmas conceituais a respeito das deficiências e da acessibilidade.
Durante o curso, Irene defendeu as necessidades específicas da pessoa com deficiência visual e a importância de ter profissionais qualificados para atuar na alfabetização por meio da linguagem em Braille e do uso de outros recursos pedagógicos adaptados. “Lembro que, quando fui para faculdade, naquela época, era uma máquina de datilografia Braille para 80 professores e nós queríamos aprender para repassar nossos conhecimentos à escola. Hoje o movimento da inclusão está mais forte e acredito que a formação é fundamental para aprendizagem dos alunos que necessitam de sensações, sons, texturas, movimentos, contato e muita para entender o seu mundo da imaginação”, comentou.
Para a secretária de Educação, Cleudice Baldo Meira, a proposta teve a finalidade de aprimorar o atendimento a alunos com deficiência visual na rede regular de ensino, facilitando também a inserção destes na sociedade. “Vejo aqui profissionais que buscam conhecimento e desenvolvem na prática o que aprenderam. Isso só acontece com muita sensibilização. Ter esse olhar diferenciado, acolher com carinho os alunos e plantar uma sementinha a cada dia. Vocês estão de parabéns”, destacou.
Os alunos do curso, profissionais da Secretaria de Educação e membros da comunidade fizeram uma exposição de livros adaptados e escritos em Braille, confeccionados durante a formação. “Também fizemos um dia de estágio no CIER e pude perceber o quanto foi importante para mim essa vivência. Passei a enxergar o quanto nós professores precisamos dessa interação”, disse a professora Débora Rosa, da Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Maria Célia Cabral do Amaral.
Durante o curso, os alunos puderam explorar aspectos que influenciam na aprendizagem da pessoa com deficiência visual, entender a importância da avaliação diagnóstica de habilidades requeridas para aprendizagem da escrita e leitura em Braille, além de refletir sobre as atitudes e sentimentos dos pais/profissionais em relação à pessoa com deficiência visual e também explorar os princípios básicos que orientam a prática pedagógica e a liberdade de expressão, através de: leituras, artes, música, teatro entre outros.
“Uma das coisas que mais me emocionaram no curso era que as pessoas passassem a observar os alunos na escola e conseguimos encaminhar alunos com possíveis deficiências”, ressaltou a professora Irene.
Confira a lista de formandos:
• Aline Cristine Gregório Barros
• Ana Ester Lotti Menezes
• Camila Rodrigues Damasceno Pereira
• Claudiana Pereira Marini
• Débora Candida Rosa
• Emília Nisi Queirós
• Fabiana Barbosa
• Ivone Alves De Souza
• Jéssica Stefani Galusni
• Lilian do Amaral Lopes
• Maria Lúcia Sales dos Santos
• Rita de Cássia Mateus
• Sheila Maria dos Santos
• Teresa Cristina Neubauer
• Viviane de Oliveira Cateli
Veja também a metodologia do curso:
Introdução aos conceitos básicos:
Cegueira
Baixa visão
Causas:
Pré-natal
Peri- natal
Pós natal
Aspectos relevantes que influem no desenvolvimento da pessoa com deficiência Visual
Desenvolvimento Neuropsicomotor
Cognitivo
Sócio afetivo
Histórico e Legislação
Histórico de atendimento para o deficiente Visual
Legislação especifica
Recursos de atendimento para o deficiente Visual
Recursos não ópticos
Recursos ópticos
Recursos eletrônicos
Informática: adaptação digital de material didático e ampliadores de tela.
Utilização funcional do resíduo visual
Confecção de materiais: adaptados e alternativos
Braille
Soroban
Acessibilidade (espaço físico, comunicação)
Orientação e Mobilidade
Escolaridade
Requisitos básicos: Estimulação visual, Orientação espacial, temporal, sentidos (visão, audição, tato, olfato), coordenação motora global e fina, equilíbrio, lateralidade, consciência corporal.
AVD e AVP.
Alfabetização – escrita e leitura adaptada para baixa visão (com foco no tipo de necessidade – periférica ou central e;ou Braille). – O Sistema Braille:
a) Alfabeto
b) Letras acentuadas
c) Sinais auxiliares da escrita: maiúscula, caixa alta, grifo, sinal de número
d) Pontuação
4. Transcrição (do sistema comum para o Braille e vice-versa):
a) Palavras, frases e pequenos textos
b) Parágrafo e centralização de títulos
c) Leitura de textos em interponto
Conceitos matemáticos – uso de material concreto e soroban. Escrita e leitura de números, as quatros operações, resolução de problemas.
Avaliação:
Avaliação das habilidades e das dificuldades da pessoa com deficiência visual dentro do contexto escolar, levando em consideração as diferenças individuais.
a
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