Era uma vez o curso de contação de histórias promovido pela Prefeitura de Hortolândia para professores e educadores infantis da rede municipal de ensino. Certo dia, a Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia resolveu abrir o curso para pessoas da comunidade com o objetivo de ampliar o número de contadores de histórias na cidade e levar a atividade, também, para fora das escolas. Trinta pessoas participaram da formação, gratuita, que terminou com o Sarau de Contação de Histórias das alunas, realizado no Centro de Formação Paulo Freire, quinta-feira (21/11). A atividade faz parte das atividades do projeto Hortolendo de incentivo à leitura, uma ação do PIC, o Programa de Incentivo ao Crescimento da Prefeitura.
O sonho de ser uma grande contadora de histórias despertou o interesse pelo curso na recreacionista Rosana Coimbra Donadon, moradora do Jd. Santa Rita de Cássia. A contação de história já faz parte da sua rotina de trabalho com os alunos do Colégio Inovando, da rede particular de ensino. “O curso atendeu muito a minha expectativa, significou novos ares, um novo olhar para aquilo que amo fazer que é contar histórias. Me ensinou a expor a alegria que sinto pra fora. Contar história é expor alegria. Amo contar histórias, quis me aperfeiçoar, aprender as técnicas de contação, os detalhes, os materiais que podem ser utilizados na contação. Meu sonho é ser uma grande contadora de histórias”, afirma Rosana.
Luzerilsa Moreira de Souza é manicure e artesã. A moradora do bairro Remanso Campineiro também já conta histórias por aí, mas quis fazer o curso para aperfeiçoar as técnicas. Nas horas vagas, ela é voluntária do Departamento Infantil da Igreja Bola de Neve. Também faz parte do grupo Pelotão da Alegria, um grupo de palhaços que leva alegria para os hospitais. “Me interessei pelo curso para contar melhor as histórias, desenvolver melhor os projetos que já participo. Gostei muito do curso, fiquei surpresa com a qualidade”, valorizou Luzerilsa.
Durante o curso – realizado em 10 encontros, iniciados no dia 12 de setembro-, as alunas aprenderam diferentes recursos e estratégias de contação de histórias; a confecção de materiais que podem ser utilizados na apresentação, inclusive com a utilização de recicláveis, estratégias e recursos para introduzir uma história, postura e vestimenta do contador, como escolher as histórias de acordo com a faixa de idade do público, atividades práticas de narração oral e expressão corporal, a utilização da música na contação de histórias, além da relação da cultura africana e os contos.
Ao expandir a formação de contadores de história para a comunidade, a Prefeitura quer multiplicar o número de pessoas preparadas para estimular a leitura em todas as regiões da cidade. “Nós entendemos que a atividade de contação de história deve estar presente na comunidade e não só nas escolas. Deve estar nas praças, nas ruas, parques, em casa. Então, é um resgate de nossa história oral, é a valorização da diversidade da história de cada um de nós, das histórias normatizadas nos livros. É com muita alegria que finalizamos esse curso. Pretendemos continuar no ano que vem, com outros cursos para a comunidade, envolvendo leitura e contação de histórias”, afirma a secretária de Educação, Ciência e Tecnologia, Sandra Fagundes Freire.
A professora e contadora de histórias, Solange Cahimiro Biazzio, a Sol, é a responsável pela formação. Apaixonada pela atividade e pela leitura, Sol, como é carinhosamente chamada, aceitou o desafio de formatar o curso para pessoas da comunidade. “O conteúdo do curso foi criado para atender as pessoas que atuam em diversas áreas da comunidade e que, nem sempre são profissionais da educação, muitas vezes participam de trabalhos em igrejas, entidades, são profissionais de outras áreas, mas se interessam pela contação de história. Foi um grande e gratificante desafio. A experiência nos permitiu multiplicar o conhecimento para além dos profissionais da educação. Participaram do curso enfermeiros, educadores da rede particular de ensino, nutricionistas, pessoas que desenvolvem trabalhos voluntários em igrejas e entidades. Formamos contadores de histórias nas comunidades que, agora, poderão nos ajudar a despertar nas pessoas o gosto pela leitura, a principal missão do projeto Hortolendo. Pretendemos continuar em 2020. A contação de histórias é um incentivo precioso nas relações humanas, resgata valores, a vontade de estar junto com o outro, de ouvir; desperta interesse e estimula a leitura”, comenta Sol.
HORTOLENDO E APRENDIZAGEM
Com a formação de contadores de histórias na comunidade, a Prefeitura amplia as ações do Hortolendo na cidade. O programa de incentivo à leitura foi implantado pelo prefeito Angelo Perugini há nove anos. Neste ano, além da grande festa literária realizada no Parque Socioambiental Irmã Dorothy Stang, em outubro, e as atividades realizadas nas escolas o ano todo, a Prefeitura inovou com a implantação das geladeiras literárias e com as contações de histórias, também fora das escolas, em várias regiões da cidade.
O projeto Geladeiras Literárias consiste em transformar refrigeradores sem uso em porta-livros coloridos. O objetivo é que as obras ali colocadas circulem entre a população e conquistem novos leitores. Para utilizá-las, basta abrir e pegar o exemplar escolhido, deixando, sempre que possível, outro no lugar.
“Por meio do Hortolendo, o prefeito Angelo Perugini quer valorizar muito a leitura e motivar as famílias a lerem para suas crianças. Além de incentivar a leitura nas casas, na comunidade, nós vamos melhorar muito aprendizagem das nossas crianças. Uma criança que lê muito é uma criança que interpreta, que raciocina melhor e também tem a leitura como uma atividade lúdica diária. A contação de história é um importante instrumento para despertar o interesse e o gosto pela leitura”, observa Sandra Fagundes.
E assim nossa história entrou por uma porta e saiu pela outra, quem quiser que conte outra.
Este artigo foi enviado pela Prefeitura de Hortolandia
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