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Associação Pestalozzi vai se instalar em Hortolândia

Fundada em março deste ano, a entidade, que é apoiada pela Prefeitura, deve começar a funcionar até o final deste ano

Associação Pestalozzi - Hortolândia (SP)

Hortolândia vai ganhar, até o final deste ano, mais uma instituição que atende pessoas com deficiência. É a Associação Pestalozzi, uma rede que congrega cerca de 250 unidades no País e atua no Brasil há mais de 70 anos, onde é referência no atendimento e assistência gratuita à PCD (Pessoa Com Deficiência), buscando acolher, educar e integrar à sociedade pessoas com deficiência, ricas ou pobres. O nome da entidade faz homenagem ao pedagogo suíço Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827), considerado um dos maiores educadores da era moderna, responsável por imaginar a escola como uma extensão do lar, um ambiente que ofereça à criança uma atmosfera de segurança e afeto.

A iniciativa tem o apoio da Prefeitura de Hortolândia, por meio da Secretaria de Educação. Nos horários livres, fora do expediente oficial, profissionais da pasta têm prestado assessoria técnica, ajudando a elaborar o projeto pedagógico. Além disso, a entidade tem como presidente de honra a secretária de Educação e primeira-dama, Cleudice Baldo Meira.

Atualmente, a cidade conta com duas entidades que atendem pessoas com deficiência: o CIER (Centro Integrado de Educação e Reabilitação) “Romildo Pardini”, vinculado à Administração, e o CCART (Centro de Convivência Aprendizagem Reabilitação e Trabalho), ONG (Organização Não Governamental) parceira da Prefeitura. O CIER atende, atualmente, 300 alunos com acompanhamento por distúrbio de aprendizagem, 115 alunos frequentes em oficinas e escola especial, além de 350 que estão nas escolas no Programa AEE (Atendimento Educacional Especializado). O CCART atende 84 alunos, entre 15 a 53 anos, com deficiência intelectual.

Pestalozzi Hortolândia

Fundada em 17 de março deste ano, a Pestalozzi Hortolândia se instala no município graças ao esforço de um grupo de mães que desejam um espaço de formação e integração para os filhos que estão atualmente fora da escola. Segundo a presidente da Associação, a agente de saúde Maria Margareth dos Santos, há no município cerca de mil famílias com jovens, a partir dos 12 anos, nesta situação. A maioria deles sem recursos para ingressar em entidades particulares.

A instituição pretende iniciar as atividades ainda neste segundo semestre, atendendo 10 alunos, entre 16 e 40 anos, com diagnósticos leves e certa independência de movimentos. Serão oferecidas oficinas pedagógicas para alfabetização e também terapêuticas, com dança, teatro, música e artesanato (esta última com produção de artigos que podem gerar renda para a entidade). Depois, progressivamente, haverá uma ampliação nos serviços gratuitos oferecidos.

Doações são bem-vindas

Vencidas as primeiras batalhas de organização, fundação e ingresso no CNPJ, o grupo agora se mobiliza para levantar fundos a fim de reformar a sede, localizada na Rua Bernardino Ferreira Lima, 208, no Jardim Nova Hortolândia. A casa, inicialmente cedida, mas que em breve será alugada, precisa se adequar aos padrões de acessibilidade.

As voluntárias já venderam cachorro quente na praça de alimentação do 3º Hortolendo, a festa literária da Prefeitura, e fizeram uma festa junina ao som do ritmo sertanejo universitário da banda local Tony Marcos e Ruan, que se apresentou voluntariamente na Associação da Guarda Municipal de Hortolândia, no final de junho. No próximo domingo (04/08), promoverão um almoço solidário, no bairro Nova Hortolândia para aproximar os parceiros, voluntários e os amigos da Associação. Cada convidado leva um alimento e participa da disputa por uma bicicleta doada por um parceiro colaborador.

A instituição está aberta a doações, tanto de profissionais que possam atuar voluntariamente na entidade como de empresas e munícipes interessados em auxiliar na instalação e manutenção da casa. Dúvidas podem ser esclarecidas pelo telefone 3897-6765. Doações em dinheiro podem ser feitas na conta da Associação Pestalozzi de Hortolândia (CNPJ 18.303.119/0001-07) na Caixa Econômica Federal, número 3951-0, agência 4226.

“A deficiência não é um problema ocasional. É proveniente do nascimento humano. No município, temos duas instituições, mas precisamos de mais. Somos uma cidade de trabalhadores e o poder público sempre vai ser acionado para suprir esta demanda”, afirma Margareth. “Fundamos uma associação para atender às crianças e pessoas mais velhas. É fundamental porque boa parte desta população está desassistida”, acrescenta.

“Há muitos jovens em casa que precisam voltar à escola”, explica Kelly Harumi Lírio Tamashiro, diretora do Ensino Fundamental da Prefeitura e educadora voluntária, a frente do grupo que elabora o projeto pedagógico da Associação. “A Pestalozzi vem somar às outras que já existem. Quanto mais instituições para atender às pessoas com deficiência, melhor. Assim, o município fica mais bem assistido. Esperamos que, no futuro, venha também a APAE (Associação de Pais e Amigos de Excepcionais), para que nossos jovens desenvolvam outras habilidades”, afirma.

Hortolândia tem um número grande de pessoas com deficiência. Muitas não têm instituição para participar”, esclarece a secretária de Educação e presidente de honra da Pestalozzi local, Cleudice Baldo Meira. “A Pestalozzi abarca todas as deficiências e tem a possibilidade de acolher as que são maiores. É uma conquista para a nossa cidade e representa uma oportunidade para os jovens com deficiência que podem continuar aprendendo e ter acesso a uma série de atividades”, diz a secretária.

De acordo como Censo Demográfico de 2010, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), existem 11.288 pessoas com algum tipo de deficiência em Hortolândia. São 3.503 pessoas com deficiência motora; 377 com deficiência auditiva; 2.545 com deficiência mental e 4.863 com deficiência visual.

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