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Aprendizes de Libras dizem porque fazem formação gratuita promovida pela Prefeitura

Curso da Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia é referência na região e, além de preparar profissionais da área, ensina a língua dos surdos a membros da comunidade

Ter acesso a novos conhecimentos; comunicar-se com efetividade com alguém surdo no trabalho, na escola, na igreja ou em outro espaço social; apoiar quem atua na área. Vários são os motivos que levaram alguns moradores de Hortolândia a preencher as vagas disponibilizadas à comunidade pela Prefeitura, na edição deste ano da formação continuada em Libras (Língua Brasileira de Sinais). O curso, lançado em 2010 pelo CFPF (Centro de Formação dos Profissionais em Educação) “Paulo Freire”, no Remanso Campineiro, era inicialmente voltado somente a profissionais da Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia. Em razão da grande aceitação, foi sendo aperfeiçoado e ampliado e, em 2013, já com viés profissionalizante, passou a atender também a comunidade em geral, gratuitamente.

A edição 2022 reúne 100 estudantes, organizados em duas turmas, ambas com 50 vagas, uma delas de educadores da rede municipal de ensino e a outra de membros da sociedade em geral. As aulas começaram no dia 14 de junho e são conduzidas pelas professoras especialistas Elaine Ap. da Silva e Kátia Regina Curado Cópia, com coordenação de Educação Especial de Milena Castro de S. R. Oliveira. É ministrado de maneira híbrida, alternando encontros semanais presenciais, às terças-feiras, das 18h30 às 20h30, no auditório do CFPF “Paulo Freire”, com encontros remotos, totalizando uma carga horária de 80 horas/aula.

“As aulas me surpreenderam. A professora é muito boa no que faz, ensina de maneira bem didática. Vale muito a pena. A gente estava treinando num local e uma surda que nos viu veio falar com a gente e perguntou se éramos também surdos. Dissemos que não, estávamos aprendendo a língua. Percebemos, então, que sempre tem alguém precisando e, se a população despertasse para fazer o curso, até para ajudar pessoas, seria muito bom. Eu recomendo. Está sendo muito proveitoso para mim”, afirmou o aluno César Cezar, morador de Hortolândia que se inscreveu para apoiar a esposa, que se interessa por aprender a língua brasileira de sinais.

“As aulas são muito boas. É um conhecimento aprender uma nova língua. A comunicação surda fica melhor, para a gente entendê-los melhor e ter uma comunicação melhor. As aulas abrem uma visão totalmente diferente de um mundo que muitos desconhecem e não dão valor. A gente observa que a necessidade é grande e graças a Deus está crescendo. Na parte de Libras, vejo que Hortolândia é um dos lugares que dá mais atenção. Estou muito grata por participar e poder ajudar os surdos a se comunicarem melhor”, destaca Jusimara Pereira, moradora de Hortolândia e aluna de uma das turmas.

Para a formadora Kátia Regina Curado, disponibilizar esta formação em Libras para a comunidade é de suma importância. “Com as leis de Libras e de inclusão, os surdos começaram a ficar mais em evidência. Estudam, trabalham, têm uma penetração na sociedade bastante relevante. Uma coisa que é muito difícil para eles, por exemplo, é na área da saúde, do direito e mesmo na esfera educacional. Quanto mais pessoas preparadas para entendê-los, melhor, já que Libras é a nossa segunda língua oficial no País todo. As pessoas têm que fazer jus à categoria que tem a Libras. Imagina que um surdo vai a uma loja e escolhe uma roupa. Se não serve para ele ou ele quer outra cor e a atendente não sabe o que ele está falando, como fica? Nem todos se utilizam da grafia. Então, a pessoa precisa estar preparada para atender, acolher, receber e incluir esse surdo, da maneira como ele precisa e merece”, esclarece a professora.

“Esse é um curso de referência na região metropolitana e no Brasil, porque estive em vários congressos no INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos), no Rio, apresentei três vezes projetos diferentes, relacionados à profissionalização dos professores da rede municipal de Hortolândia e da comunidade, de custo zero, que oferece apostila, tratamento individualizado, tem aulas práticas e teóricas. A comunidade surda da nossa cidade e a de Campinas, que se entrelaçam, são convidadas a participar do curso, trazemos instrutores surdos para auxiliar. Temos muito apoio da Prefeitura também neste oferecimento, porque, em muitos lugares, este curso é cobrado e não tem pessoal preparado e a preparação é fundamental. Temos a didática e a prática juntas. Isso faz com que Hortolândia saia na frente no ensino tanto bilingue para a rede municipal, quanto nesta formação”, ressalta a formadora Elaine Aparecida da Silva, uma das 25 professoras selecionadas pelo MEC (Ministério da Educação) para multiplicar o ensino de Libras no País.

Este artigo foi enviado pela Prefeitura de Hortolandia

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