Profissionais receberam orientações sobre como lidar com a situação, identificando casos de transtorno psicológico ou desorganização
Terrenos e quintais com materiais acumulados de forma indevida são um desafio para a saúde pública. Além de atrair animais como ratos e baratas, a armazenagem incorreta de produtos recicláveis e a guarda compulsiva de objetos recolhidos das ruas podem colaborar para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como a Dengue, Chikungunya e Zika. Para saber lidar com esta situação, agentes de saúde do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) e do Departamento de Saúde Coletiva, órgãos da Prefeitura de Hortolândia, participaram, nesta quarta-feira (26/04), da formação “Transtorno de Acumulação e Saúde Pública – abordagem intersetorial”, promovida pela Secretaria de Estado da Saúde.
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O encontro, realizado em São Paulo, trouxe orientações aos agentes sobre a forma correta de abordar o responsável pelos itens armazenados, como conduzir a solução do problema, e como identificar se é uma situação de desorganização ou transtorno psicológico. O objetivo é ajudar catadores de recicláveis a manterem a ordem dos materiais recolhidos e oferecer ajuda psicológica em caso de acumuladores compulsivos.
“A formação é importante para que o município tenha uma visão mais ampla da situação, que vai além do risco de proliferação de doenças pelo acúmulo dos produtos. Precisamos tratar esta situação como um problema coletivo, que afeta toda a comunidade. Também temos que levar em conta que muitas pessoas que acumulam objetos têm algum transtorno e, com isso, nossa abordagem deve ser acolhedora”.
O fiscal do CCZ, Carlos Roberto Anselmo de Lima, que participou da formação, considerou a atividade essencial para o desempenho da função. “Nossa atribuição é colaborar com a saúde pública, que não é apenas eliminar criadouros de Dengue e recolher os materiais acumulados. Temos também que identificar estes casos de transtorno, indicar acompanhamento psicológico ou com assistente social e nos colocar à disposição para ajudar no que for possível”, destacou.
Em Hortolândia, as situações de quintais e terrenos com objetos inservíveis são monitoradas pelo CCZ. De acordo com a psicóloga de rede de saúde de Hortolândia, Arlete Damazio Paschoal, os acumuladores têm uma alteração emocional que eleva o sentimento de satisfação por possuir coisas em excesso e que, na maioria das vezes, nem são úteis. A acumulação caracteriza um distúrbio de personalidade. “Além de acumular objetos em excesso, o acumulador tem dificuldade de desprendimento. Ele vive em tranquilidade, mesmo que em pouco espaço diante da quantidade de coisas”, destacou. Neste ano, cerca de 20 imóveis de acumuladores já foram vistoriados. Casos os objetos não sejam organizados ou descartados, o responsável é notificado e pode, inclusive, ser multado. É possível denunciar ao CCZ imóveis com objetos acumulados por meio do telefone (19) 3897-3312 ou 3897-5974.
Agenda Verde
Para conscientizar a população sobre a responsabilidade de cada um na limpeza urbana e a necessidade de parceria com o Poder Público para manter a cidade em ordem, a Prefeitura realiza a ação Agenda Verde – Mutirão de Limpeza e Zeladoria. A Administração Municipal acredita que, mobilizando a população, será mais fácil resolver, em conjunto, questões ambientais que se tornam problemas de saúde pública, como o descarte irregular de entulhos e volumosos nas calçadas, terrenos baldios e áreas verdes, situações que favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti. As ações buscam despertar no munícipe o sentimento de participação, responsabilidade e atenção para com os próprios hábitos em relação à cidade.
Durante a ação, imóveis são visitados pelos agentes que levam orientações e convidam os moradores a descartar o que não está mais em uso. Nos dias seguintes, novas equipes passam nas ruas recolhendo estes objetos, que recebem destinação correta. Na primeira etapa a ação, 22 bairros foram atendidos, somando 16 mil imóveis visitados. Atualmente, a Agenda Verde está em sua segunda etapa, com estimativa de atender mais 12 mil residências.
Perfil do acumulador
– alteração emocional
– sensação de conforto por possuir muitas coisas
– tranquilidade em relação ao acúmulo
– dificuldade de desprendimento
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