No retorno às aulas, é essencial que os responsáveis verifiquem se a carteira de vacinação das crianças e adolescentes está em dia. Ambientes escolares, por reunirem um grande número de estudantes, aumentam o risco de transmissão de doenças. Por isso, a vacinação é uma forma de proteção individual e coletiva, como destaca Isabella Balallai, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece 16 vacinas para crianças e adolescentes, protegendo contra mais de 20 doenças. Além disso, há imunizantes específicos, como a vacina contra a dengue, aplicada em regiões de maior risco, e a vacina contra a influenza, disponibilizada anualmente em campanhas. Algumas vacinas exigem múltiplas doses e reforços para garantir proteção duradoura, o que torna fundamental acompanhar o calendário vacinal regularmente.
Segundo Ana Medina, imunologista e gerente médica de vacinas da GSK, o calendário vacinal brasileiro é abrangente, mas pode ser complexo para os responsáveis. Por isso, momentos de transição, como a volta às aulas, são oportunidades ideais para revisar a carteira de vacinação.
Com o retorno ao ambiente escolar, onde há maior proximidade entre os estudantes e compartilhamento de objetos, a transmissão de doenças infecciosas se intensifica. Crianças pequenas, por exemplo, costumam levar brinquedos à boca e compartilhá-los, enquanto adolescentes podem dividir itens como copos ou batons. Esse contato próximo aumenta o risco de contágio, reforçando a importância da vacinação.
Entre as doenças evitáveis por vacinas, Isabella Balallai alerta para a meningite pneumocócica e meningocócica, que possuem altos índices de mortalidade e podem deixar sequelas graves. O SUS disponibiliza as vacinas Pneumo-10, Meningo C e Meningo ACWY, que protegem contra os principais sorotipos dessas doenças.
Outra infecção preocupante é a coqueluche, que atinge principalmente bebês. Em 2024, o Brasil registrou mais de 6.700 casos, um aumento significativo em relação ao ano anterior, resultando em 28 mortes. A vacina Penta, oferecida no SUS, protege contra coqueluche, difteria, tétano, hepatite B e infecções por Haemophilus influenzae B. Além disso, gestantes devem receber a vacina dTpa a cada gravidez para garantir que o bebê já nasça com anticorpos.
A diretora da SBIm também lembra da covid-19, destacando que, embora a pandemia esteja sob controle, ainda há casos e óbitos, especialmente entre crianças menores de um ano não vacinadas. Desde 2023, a vacina contra a covid-19 faz parte do calendário do SUS, recomendada para crianças de 6 meses a 4 anos. No entanto, a cobertura vacinal ainda é baixa, com apenas 32,4% do público-alvo recebendo pelo menos duas doses.
As crianças e adolescentes são importantes vetores de transmissão de doenças, como a influenza, que geralmente tem seu primeiro pico sazonal nessa faixa etária. Por isso, a vacinação nesse grupo contribui para a proteção da população em geral. Outra medida essencial é que estudantes com sintomas como febre, tosse e coriza fiquem em casa até 24 horas após a remissão dos sintomas. A imunização dos profissionais da educação também é fundamental para reduzir a disseminação de doenças nas escolas.
Ana Medina enfatiza que as escolas devem ser parceiras na promoção da vacinação, incentivando a educação em saúde e orientando as famílias a buscarem informações em fontes confiáveis, como o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Imunizações.
Além disso, a imunologista tranquiliza os responsáveis sobre a segurança das vacinas, que passam por rigorosos testes antes da liberação e continuam sendo monitoradas mesmo após sua introdução no mercado. Os eventos adversos mais comuns, como dor ou vermelhidão no local da aplicação, são leves e temporários, especialmente quando comparados às graves consequências das doenças preveníveis pela vacinação.
Fonte: Agência Brasil
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