Na retomada das atividades do Supremo Tribunal Federal (STF), a palavra de ordem foi independência. Em pronunciamentos firmes durante a sessão de abertura do segundo semestre, nesta sexta-feira (1º), os ministros Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes reforçaram o compromisso da Corte com a democracia, o Estado de Direito e a soberania nacional.
Presidente do STF relembra ataques e destaca papel da Corte
O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, abriu os trabalhos com uma análise histórica das ameaças à democracia no Brasil desde a Proclamação da República. Segundo ele, ao longo de décadas, o sistema de Justiça brasileiro falhou em impedir rupturas institucionais.
“Vivemos o mais longo período de estabilidade democrática da história republicana, graças à Constituição de 1988”, declarou Barroso. O ministro mencionou episódios recentes como os ataques ao STF, a tentativa de atentado no aeroporto de Brasília e a invasão das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
Ele ressaltou que o STF teve papel decisivo para conter ameaças autoritárias e reafirmou que os julgamentos relacionados ao 8 de janeiro seguem o devido processo legal, com base em provas e de forma transparente.
Gilmar Mendes: “STF não se dobra a intimidações”
Decano da Corte, o ministro Gilmar Mendes afirmou que o Supremo está preparado para enfrentar pressões de qualquer origem. Ele reconheceu que críticas são bem-vindas no processo democrático, mas alertou contra opiniões levianas que buscam deslegitimar a atuação da Corte.
“O STF não julga com base em simpatias ideológicas. A toga que vestimos simboliza a imparcialidade e o compromisso exclusivo com a Constituição”, pontuou. Mendes também reiterou que os processos são conduzidos com rigor técnico, observando o contraditório e a ampla defesa.
O ministro manifestou solidariedade a Alexandre de Moraes, relator das ações penais sobre os atos de 8 de janeiro, e condenou tentativas de intimidação. “Que ninguém ouse desrespeitar a soberania do Brasil”, finalizou.
Moraes denuncia tentativas de coação e articulações externas
Responsável pela condução dos processos relativos ao ataque de 8 de janeiro, o ministro Alexandre de Moraes denunciou, com base em provas, articulações para obstruir a Justiça e pressionar o STF. Segundo ele, investigados mantêm ligações com organizações fora do Brasil que buscam interferir nos julgamentos, inclusive negociando com autoridades estrangeiras para impor sanções econômicas ao país.
Essas ações, de acordo com o ministro, visam criar instabilidade social e favorecer pedidos de anistia inconstitucional. “A soberania nacional jamais será vilipendiada, negociada ou extorquida”, declarou.
Moraes destacou a condução transparente dos processos: 149 testemunhas de defesa já foram ouvidas e 31 réus foram interrogados publicamente. “Não há no mundo uma ação penal com tanta publicidade e respeito ao devido processo legal”, afirmou.
Justiça e soberania: pilares defendidos pelo STF
Em todos os pronunciamentos, os ministros destacaram que a defesa da soberania nacional e da independência do Judiciário são condições inegociáveis. Eles reforçaram que o Supremo atuará com firmeza para preservar a ordem democrática, respeitando as garantias legais dos investigados e punindo os culpados conforme as provas.
Barroso, Mendes e Moraes demonstraram alinhamento no discurso e reafirmaram que o STF continuará exercendo seu papel de guardião da Constituição, mesmo diante de tentativas de desestabilização, interna ou externa.
FAQs
Qual foi o foco principal da sessão de abertura do STF no segundo semestre de 2025?
O foco foi a reafirmação da independência do STF, a defesa da democracia e a condenação de tentativas de intimidação contra a Corte.
Quem são os principais ministros envolvidos nos processos do 8 de janeiro?
O ministro Alexandre de Moraes é o relator das ações penais. Os ministros Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes também têm atuado em defesa institucional do STF.
Que tipo de ameaças o STF tem enfrentado?
O STF tem sido alvo de tentativas de deslegitimação, ataques verbais, ameaças externas e articulações políticas para pressionar julgamentos, incluindo tentativas de impor sanções ao país.
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