Teve início no último dia 1º a campanha nacional “Junho Vermelho”, com o movimento “Eu Dou Sangue”, que tem a missão de conscientizar a população sobre a importância de doar sangue. Em São Paulo, a Fundação Pró-Sangue, ligada ao governo do Estado e parceira do movimento, é responsável pelo abastecimento de mais de 100 hospitais públicos da Grande São Paulo.
Segundo a Fundação, os estoques continuam baixos, em torno de 30% a 40% da quantidade considerada ideal, como consequência da baixa adesão de doadores neste período do ano e também por conta da paralisação dos caminhoneiros, que afetou diversas áreas da sociedade.
Por isso, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo convoca a todos para ajudarem a manter em funcionamento os atendimentos de urgência, emergência e cirurgias nos hospitais de São Paulo. As doações são essenciais para manter os estoques de plaquetas, que ajudam no controle de sangramentos e são usadas em tratamentos contra o câncer, por exemplo.
“É importante que as pessoas que moram perto de hemonúcleos e bancos de sangue procurem estas unidades para a doação. O sangue e as plaquetas são essenciais para os atendimentos de urgência e emergência”, explica Dante Langhi, diretor da Hemorrede.
No mês de maio, a Pró-Sangue registrou 4,5 milhões de bolsas de sangue coletadas para distribuição. O número é expressivo, mas não reduz a necessidade constante de doações. No último balanço, feito em 28 de maio, o tipo sanguíneo O+ estava em estado crítico, ou seja, em condições de atender os hospitais apenas por mais dois dias.
Procedimento para doar
Para doar sangue, basta estar em boas condições de saúde, comparecer alimentado ao posto de coleta, ter entre 16 e 69 anos (menores devem consultar site Secretaria da Saúde e maiores de 60 anos devem ter doado ao menos uma vez antes de completar a idade), pesar mais de 50 kg e levar documento de identidade original com foto recente, que permita a identificação do candidato.
É recomendável evitar alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem a doação e, no caso de bebidas alcoólicas, 12 horas antes. Se a pessoa estiver com gripe ou resfriado, não deve doar temporariamente. Mesmo que tenha se recuperado, deve aguardar uma semana para que esteja novamente apta à doação.
Outros impedimentos poderão ser identificados durante a entrevista de triagem, no dia da doação. Para tanto, basta acessar o site da secretaria de Estado da Saúde e consultar os pré-requisitos de doação.
Segundo Sandra Montebello, médica da Fundação Pró-Sangue, o alerta para o risco de faltar sangue é constante e independe do atual momento acarretado pela greve. “Crises econômicas em geral afetam o funcionamento do banco. Pessoas não querem faltar ao trabalho e, muitas vezes, não têm dinheiro nem mesmo para o transporte até o hemocentro mais próximo. E se os níveis de estoque baixam ainda mais, a situação poderá ficar preocupante”.
Carlos Roberto Jorge, médico da Fundação Pró-Sangue, reforça o apelo da importância de doar. “Festas, Carnaval e imunização contra a febre amarela no verão diminuíram consideravelmente os estoques. Vir bem alimentado e com documento de identificação para a entrevista de triagem inicial já é suficiente para ajudar”, afirma.
Após a doação, é necessário seguir as seguintes orientações:
» permanecer no Banco de Sangue por mais 15 minutos para evitar que você se sinta mal com a doação;
» manter o curativo por pelo menos 4 horas;
» não ingerir bebidas alcoólicas;
» não fumar por 02 horas;
» evitar esforço físico exagerado por 12 horas, especialmente com o braço utilizado para doação;
» beber bastante líquido;
» se for dirigir veículo automotor ou ser transportado em motocicleta, parar imediatamente o veículo em caso de mal-estar.
Na ocorrência de febre, diarreia ou outro sintoma de doença infecciosa até 7 dias após a doação, comunicar imediatamente a Fundação Pró-Sangue pelos telefones 0800-55-0300 ou 4573-7500, ramais 7594 ou 7599.
A cabeleireira Cristiane Yurishigaki é uma das pacientes do Hospital das Clínicas que precisa receber constantes transfusões. Portadora de uma doença autoimune, ela sempre fica aliviada e satisfeita cada vez que parte de seu tratamento seja garantido pelas bolsas de doação. “Para mim, a hemoglobina acaba sempre caindo bastante e isso afeta muito a minha saúde. E eu realmente preciso do sangue pra viver”, conta.
Para horário de funcionamento e os endereços dos demais postos de coleta no Estado
Em Campinas, existe o Hemocentro – https://www.hemocentro.unicamp.br/seja-um-doador/doacao-de-sangue/
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