O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter o decreto que aumenta as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), editado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão reforça a estratégia do governo federal para elevar a arrecadação e atender às metas fiscais estabelecidas no novo arcabouço.
A medida vinha sendo contestada após o Congresso Nacional derrubar o decreto presidencial. A discussão chegou ao STF por meio de ações apresentadas pelo PSOL, PL e pela Advocacia-Geral da União (AGU), levando Moraes a mediar uma tentativa de conciliação entre os Poderes.
Decisão do STF mantém IOF elevado
A decisão do ministro, anunciada nesta quarta-feira (16), valida a maior parte do decreto presidencial, com exceção de um ponto específico: a cobrança de IOF sobre operações classificadas como “risco sacado”, que segue suspensa. De acordo com Moraes, essa parte do decreto ultrapassou os limites legais da atuação do Executivo ao equiparar tais operações a operações de crédito tradicionais.
Ao justificar sua decisão, Moraes afirmou que não houve desvio de finalidade por parte do governo ao editar o decreto, e que a cobrança de IOF sobre entidades financeiras e previdência complementar está em conformidade com a Constituição. “Ausente o risco irreparável decorrente de eventual exação fiscal irregular em montantes vultosos”, escreveu.
Entenda o que muda com o decreto do IOF
O decreto do presidente Lula, editado em maio, previa aumento nas alíquotas do IOF para operações de crédito, de seguros e de câmbio. O objetivo principal da medida era reforçar o caixa da União em 2025.
No início de junho, diante da resistência no Congresso, o governo publicou uma Medida Provisória (MP) que modificou o escopo da arrecadação. A MP passou a focar na taxação de apostas online (as chamadas “bets”) e na revisão de isenções para investimentos de pessoas físicas. A medida também prevê corte de R$ 4,28 bilhões em despesas obrigatórias ainda neste ano.
Apesar da tentativa de apaziguamento, o Congresso derrubou o decreto original, o que gerou o impasse jurídico resolvido agora pelo STF.
Por que o STF decidiu intervir?
A atuação do STF se deu após as ações protocoladas pelas partes envolvidas e a ausência de acordo em audiência de conciliação promovida pelo próprio Moraes no dia 15 de julho. Na ocasião, tanto o governo quanto o Congresso não chegaram a um entendimento sobre o alcance do decreto e da medida provisória.
Ao validar o decreto, Moraes também suspendeu os efeitos da deliberação do Congresso que havia anulado a medida presidencial, restabelecendo temporariamente a política fiscal do Executivo.
Impactos para o contribuinte
Com a decisão do STF, consumidores e empresas voltam a pagar IOF mais elevado em operações de crédito, câmbio e seguros, conforme estabelecido no decreto presidencial. Para operações rotineiras, como financiamentos, seguros e câmbio para viagens internacionais, haverá impacto direto no custo final.
Contudo, as operações de risco sacado — geralmente ligadas a antecipações de recebíveis em empresas — ficam isentas do novo imposto, pelo menos até nova análise da Corte.
Perguntas Frequentes (FAQ)
O que é o IOF e para que ele serve?
O IOF é um imposto federal que incide sobre operações financeiras, como empréstimos, seguros e câmbio. Serve para regular a economia e gerar receita para o governo.
Quem será mais afetado pela decisão do STF?
Empresas que contratam crédito e consumidores que fazem operações de câmbio ou seguros sentirão os maiores impactos com a elevação do IOF.
O que são operações de risco sacado?
São transações em que empresas antecipam valores de recebíveis com garantia de pagamento de terceiros, geralmente bancos. O STF decidiu que esse tipo de operação não deve ser equiparado a crédito comum para fins de IOF.
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