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Brasil

Copom mantém a taxa Selic em 10,50% ao ano

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, nesta quarta-feira (31), manter a taxa Selic em 10,50% ao ano. Essa decisão, tomada por unanimidade, foi motivada pelo ambiente externo adverso e pelos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho doméstico que continuam mais dinâmicos do que o esperado.

O cenário externo apresenta incertezas devido aos impactos da flexibilização da política monetária nos Estados Unidos e às dinâmicas de atividade e inflação em diversos países. Bancos centrais das principais economias seguem determinados a convergir suas taxas de inflação para as metas, enfrentando pressões nos mercados de trabalho. De acordo com o Copom, essa conjuntura internacional exige cautela por parte dos países emergentes.

No cenário doméstico, a inflação medida pelo IPCA tem arrefecido, embora as medidas subjacentes estejam acima da meta. As expectativas de inflação para 2024 e 2025, conforme a pesquisa Focus, estão em torno de 4,1% e 4,0%, respectivamente. Para o primeiro trimestre de 2026, as projeções do Copom situam-se em 3,4% no cenário de referência e 3,2% no cenário alternativo, onde a Selic é mantida constante.

O Comitê enfatiza os riscos inflacionários, destacando a possibilidade de desancoragem das expectativas de inflação, resiliência na inflação de serviços e impactos de políticas econômicas externas e internas. Em contrapartida, menciona a desaceleração econômica global e os efeitos do aperto monetário como riscos de baixa para a inflação.

A decisão de manter a Selic inalterada visa consolidar o processo de desinflação e ancorar as expectativas de inflação. O Copom monitora como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. Ressalta que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida é fundamental para a estabilidade dos preços e a redução dos prêmios de risco.

O Comitê continuará vigilante e reitera que ajustes futuros na taxa de juros dependerão da evolução do cenário econômico e da firmeza no compromisso de convergência da inflação à meta. Entre os membros do Comitê, votaram pela manutenção da taxa: Roberto de Oliveira Campos Neto, Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Gabriel Muricca Galípolo, Otávio Ribeiro Damaso, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.

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