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Brasil evolui, mas segue nas últimas posições em ranking de educação

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O Brasil foi o país com maior avanço no desempenho de alunos de 15 anos em matemática entre 2003 e 2012, segundo dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) divulgados nesta terça-feira (3). Essa avaliação é aplicada a cada três anos com estudantes de 15 anos – perto de concluírem o ciclo básico de ensino – para analisar até que ponto os alunos aprenderam conceitos e habilidades consideradas “essenciais para a completa participação em sociedades modernas”, segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Ao todo, a comparação entre 2003 e 2012 inclui 60 países que participaram da prova nos dois anos. Nesse período, a média de desempenho dos estudantes brasileiros saltou de 356 para 391, um aumento de 35 pontos. No ranking de matemática, porém, o país ocupa a 58ª posição entre os 65 países participantes da última edição, duas posições a menos que em 2009, e mais de 100 pontos abaixo da média dos países da OCDE, que foi de 494 pontos.
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Em matemática, o Brasil ficou atrás de países latino-americanos como Chile, México, Uruguai e Costa Rica e à frente de Argentina, Colômbia e Peru. Os outros países piores que o Brasil são Tunísia, Jordânia, Qatar e Indonésia.

Os melhores desempenhos do Pisa em matemática foram da China, Cingapura, Hong Kong, Taiwan, Coreia do Sul, Macau e Japão. A China também teve os melhores índices em leitura e ciências.

As provas do Pisa duram até duas horas e as questões podem ser de múltipla escolha ou dissertativas. Em alguns países, incluindo o Brasil, uma amostra dos estudantes também fez provas em computadores. O exame foi aplicado a uma amostra de alunos que estejam matriculados na rede pública ou privada de ensino a partir do 7° ano do ensino fundamental. Além de responderem às questões, os jovens preencheram um questionário com detalhes sobre sua vida na escola, em família e suas experiências de aprendizagem.

Em 2012, o Pisa foi aplicado a 510 mil alunos em 60 países que, segundo a OCDE, representam estatisticamente cerca de 28 milhões de estudantes de 15 anos. No Brasil, 19.877 alunos de 837 escolas completaram o exame, segundo o estudo.

As questões avaliam três áreas do conhecimento: matemática, leitura e ciências. Neste ano, o foco da avaliação foi matemática. A média aritmética do desempenho das três áreas em 2012 foi de 402, um ponto acima da média alcançada em 2009. Veja abaixo o desempenho do Brasil nas últimas cinco edições do programa internacional:

A EVOLUÇÃO DO BRASIL NO PISA (pontuação e posição no ranking mundial)

BrasilPisa 2000Pisa 2003Pisa 2006Pisa 2009Pisa 2012
Matemática334356370386 (57ª)391 (58ª)
Leitura396403393412 (53ª)410 (55ª)
Ciências375390390405 (53ª)405 (59ª)
Média geral368383384401402
Fonte: OCDE e Inep/MEC
(veja o ranking completo)

No relatório elaborado especificamente com os resultados brasileiros, a organização destacou a evolução do país entre 2003 e 2012 em matemática, entre 2000 e 2012 em leitura e entre 2006 e 2012 em ciências.

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, vai comentar o desempenho do Brasil no Pisa nesta terça-feira (3), em coletiva de imprensa.

Matemática
Apesar da melhoria acelerada no desempenho dos estudantes brasileiros em matemática nesse período, 67,1% dos alunos do país ainda estão abaixo da linha básica de proficiência, segundo o Pisa 2012. Isso quer dizer que dois terços dos alunos são capazes apenas de extrair informações relevantes de uma única fonte e usar algoritmos, fórmulas, procedimentos e convenções básicas para resolver problemas envolvendo números inteiros. A OCDE aponta que essa porcentagem está acima da média dos países membros da entidade, mas que caiu em relação ao patamar de dez anos atrás, quando 75,2% dos alunos estavam nesta situação.

Ainda de acordo com a avaliação, os estudantes brasileiros têm mais dificuldades em lidar com conteúdos ligados à álgebra e ao estudo de funções matemáticas.

Leitura e ciências
A cada edição do Pisa, uma das três áreas do conhecimento recebe um enfoque especial na avaliação, mas as outras duas também são incluídas entre as questões aplicadas aos alunos. Também nessas duas áreas o país está abaixo da média da OCDE. Em leitura, o crescimento dos estudantes brasileiros era de 396 em 2000 e foi de 410 pontos em 2010 –a média da OCDE é 496. Segundo os dados, porém, nas últimas cinco edições do Pisa o Brasil tem tido altos e baixos em leitura: em 2009, o desempenho foi de 412 pontos, mas recuou para 410 três anos depois.

Pelos dados do último Pisa, 49,2% dos estudantes sabem apenas o básico na área, como reconhecer o tema principal ou o objetivo do autor de textos sobre temas familiares a ele, e fazer uma conexão simples entre as informações em um texto e o conhecimento do cotidiano. Esse é o nível 2 de conhecimento no espectro da avaliação, considerado “abaixo da linha de base da proficiência”. Apenas um em cada 200 alunos alcançaram a proficiência de nível 5 e conseguem, por exemplo, compreender textos com formato e conteúdo que eles não conhecem, ou analisar textos em detalhes.

Já em ciências, o desempenho do país em 2012 foi o mesmo de 2009: 405 pontos, quase 100 pontos abaixo da média dos países da OCDE, de 501. Entre 2003 e 2006, o Brasil já havia ficado estagnado em 390 pontos. Na última edição, 61% dos estudantes estavam no patamar considerado de “baixo desempenho”, demonstrando capacidade de apresentar apenas explicações científicas óbvias e seguir apenas evidências explícitas. Só 0,3% dos alunos conseguiram demonstrar alto desempenho na área, incluindo habilidades como “identificar, explicar e aplicar conhecimento científico em uma variedade de situações complexas de vida”.

Fonte: g1.com.br

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