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Brasil

STF aceita denúncia e torna Bolsonaro réu por crimes contra a democracia

Em decisão histórica, a maioria da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) votou nesta quarta-feira (26) pelo recebimento da denúncia que torna o ex-presidente Jair Bolsonaro réu por crimes contra a ordem democrática. É a primeira no Brasil vez que um ex-chefe de Estado eleito é processado por supostos atentados à Constituição de 1988.

Os ministros Flávio Dino, Luiz Fux e Alexandre de Moraes (relator) votaram pelo prosseguimento da ação penal, que inclui acusações de:

  • Golpe de Estado (art. 359-L do CP)
  • Tentativa de abolir o Estado Democrático (art. 359-M)
  • Organização criminosa armada
  • Dano qualificado e deterioração de patrimônio público

As penas somadas ultrapassam 30 anos de prisão. Ainda faltam votos dos ministros Cármen Lúcia e Cristiano Zanin para encerrar a sessão.

As acusações

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou provas de que Bolsonaro:

  • Tinha conhecimento do plano “Punhal Verde-Amarelo”, que incluía ameaças a autoridades como Lula, Alckmin e Moraes
  • Discutiu e manuseou a “minuta do golpe”, documento que detalhava medidas para se manter no poder
  • Iniciou ataques infundados às urnas eletrônicas em 2021, preparando o terreno para questionar os resultados eleitorais

O voto do relator

Moraes exibiu vídeos dos ataques de 8 de janeiro de 2023 e apresentou tabelas com provas colhidas pela PF. “Há elementos mais que suficientes de materialidade e autoria”, afirmou. O ministro destacou que a decisão de hoje apenas autoriza o início do processo – as defesas terão amplo direito ao contraditório.

Outros réus

Mais sete aliados do ex-presidente também foram incluídos na ação:

  • Walter Braga Netto (ex-ministro e vice na chapa)
  • Augusto Heleno (ex-GSI)
  • Alexandre Ramagem (ex-Abin)
  • Anderson Torres (ex-justiça)
  • Almir Garnier (ex-Marinha)
  • Paulo Sérgio Nogueira (ex-Defesa)
  • Mauro Cid (ex-assessor)

Próximos passos

O processo agora segue para fase de instrução, onde serão ouvidas testemunhas e analisadas novas provas. Ministros como Fux já adiantaram que podem divergir sobre a dosimetria das penas no futuro. “Justiça é diferente de justiçamento”, ponderou Dino, garantindo o direito à ampla defesa.

A decisão marca um capítulo sem precedentes na história democrática brasileira, com um ex-presidente respondendo judicialmente por supostos ataques às instituições.

Fonte: Agência Brasil

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