Vale tudo entre quatro paredes?
De tempos em tempos chegam filmes no cinema que fazem certo barulho por conta das polêmicas levantadas. ’50 Tons de Cinza’ é o mais novo exemplo disso, e já incomodou feministas e religiosos por conta das cenas de sadomasoquismo e machismo. Sim, o projeto tem certos momentos em que inferioriza o papel da mulher em um relacionamento e acredito que seja uma ótima fonte de discussão, porém, entre discutir e tentar proibir os espectadores de conferir, há um abismo enorme.
Existe, para quem não sabe, milhares de adeptos para este filão, ou seja, feiras como a Erotika Fair levam mais de 50 mil pessoas e rendem em torno de 18 milhões de reais em produtos e outros acessórios – não é de hoje que os submissos e submissas são tratados como escravos sexuais de seus dominadores e dominadoras.
Comentando agora, especificamente da obra cinematográfica, ’50 Tons de Cinza’ não é um romance para mim, por isso, entrei na sessão sem qualquer expectativa e sai entendendo um pouco melhor daquele sucesso. A sessão estava abarrotada de mulheres que a cada nova investida de Christian Grey, suspiravam por conta de seus encantos (lê-se seu dinheiro para presentear Anastacia com carros e passeios de helicópteros, quase como um príncipe encantado moderno e com seus fetiches sexuais sendo expostos para o grande público. Será que os maridos da Bela Adormecida, Branca de Neve ou Rapunzel, não tinha suas taras?)
A fotografia é tão limpa que lembra as de comerciais de margarina e a diretora Sam Taylor-Johnson nos apresenta alguns takes repetitivos ao extremo – o vício de Grey é ir tocar piano logo após o sexo – e alguns bastante fúteis, apenas para jogar na nossa cara o quanto ele é rico.
Anastacia é uma jovem que vai, no lugar da amiga jornalista, entrevistar o empresário Christian Grey para uma revista estudantil. Ao conhecê-lo, sente-se atraída e totalmente intimidada com a presença do magnata. Conforme o tempo passa e a relação dos dois se fortalece, ela vai conhecendo mais do verdadeiro Grey e testará todos os seus limites entre quatro paredes.
Jamie Dornan e Dakota Johnson, dois atores pouco conhecidos do grande público, se esforçam ao máximo para agradarem as fãs da obra literária e pelo visto conseguem. Todo burburinho, no fim das contas, atiça ainda mais a curiosidade alheia, por um produto que daqui alguns anos será pouco ou nada polêmico.
Confira a programação aqui: Cinema Hortolândia
Por: Eder de Oliveira
www.cinemaepipoca.info
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