Depois de erros homéricos como Esquadrão Suicida ou mesmo Liga da Justiça, a Warner/DC parece ter encontrado o caminho correto e o equilíbrio em suas produções, pois Mulher Maravilha e Shazam! deram um sopro de esperança e Coringa vem para provar isto em gênero, número e grau.
Joaquim Phoenix some na pele de Arhur Fleck, expondo diversas camadas em sua persona e fazendo com que cada gargalhada se torne incômoda para o espectador. Se no primeiro ato Fleck tem postura curvada e derrotada, no terço final mostra confiança e leveza em todos os atos – e os ângulos de câmera acompanham esta jornada.
É verdade que há referências a obras primas como Taxi Driver, Laranja Mecânica e aos filmes de Chaplin, mas Coringa funciona também como filme solo. Alías, o diretor Todd Phillips, que saiu do gênero das comédias (ele quem comanda a trilogia Se Beber, Não Case!), é talentoso e surpreendente. Já Robert De Niro está a vontade, praticamente revivendo seu papel em O Rei da Comédia.
Mas, Coringa não é perfeito e peca nos excessos em certas sequências dramáticas, me fazendo lembrar de projetos de Iñarritu, sem contar que poderiam ter fechado a obra naquele “primeiro desfecho” – quem assistiu sabe do que estou falando.
Mas calma, isso é apenas uma gota no oceano… sem contar que nunca vi Gothan tão decadente e nem a família Wayne ter um foco alongado e bem trabalhado. No caso das polêmicas em cima do filme, isso só prova o quanto o público de hoje em dia é sensível para certas coisas, pois se para para analisar, verá que as sequências violentas estão lá por um propósito narrativo e diversos outros diretores e filmes já fizeram isso antes.
E pensando sobre a questão: Coringa vai dar o Oscar para Joaquin Phoenix? Veja a cena dele dançando no banheiro e me diga se o cara não merece!
Por Éder de Oliveira | Jornalista e responsável pelo site www.cinemaepipoca.com.br
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