Abigail e a Cidade Proibida é um projeto russo (mas que decidiu inserir a língua inglesa nos diálogos para atingir um público maior) com pitadas de ação, aventura e fantasia e que flerta, em certos momentos, com franquias como Jogos Vorazes e Harry Potter e trás puzzles mequetrefes para tentar provar para os espectadores o quanto sua protagonista é inteligente… mas ela só consegue ser irritante e previsível, como todos os outros personagens.
Se havia chances de Abigail ter importância relevante para a trama, ela perde a força pela falta de expressividade da atriz Tinatin Dalakishvili e quando tenta fazer um discurso eloquente e enfâtico, soa pouco natural e, com toda certeza, no mundo real, as pessoas virariam as costas e deixariam que o vilão tomasse conta da região. Já Eddie Marsan se esforça, mas é quase impossível não bocejar durante as dezenas de flashbacks.
E as quase duas horas de projeção são desgastantes e em vários momentos pensei em deixar a sala antes dos créditos finais subirem. Ferramentas como a trilha sonora “épica” antecipa todas as emoções, como se não fôssemos capazes de entender quais as intenções impostas ali. O que se salva, com certa força de vontade e otimismo, são os efeitos especiais, as cenas de ação e o figurino.
Os temas levantados, como preconceito e segregação, cabem muito bem para os dias atuais, porém aqui é tratado com uma preguiça e um amadorismo que há tempos não via. Abigail e a Cidade Proibida entra no panteão de piores lançamentos de 2019 a chegarem aos cinemas nacionais. E vamos cruzar os dedos para que não haja sequências.
Por Éder de Oliveira | Jornalista e responsável pelo site www.cinemaepipoca.com.br
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