O cantor, baixista, compositor e antropólogo Meno Del Picchia, apresenta um pocket show na noite de quinta-feira (05), no auditório da Livraria da Vila, no Galleria Shopping, em Campinas. O artista apresenta seu segundo álbum solo, “Macaco Sem Pelo” à partir das 19h45. O disco foi produzido no mesmo período em que Meno se dedicava a um mestrado em antropologia social, com o título: “Por que eles ainda gravam? Discos e artistas em ação”. O show de Campinas será com voz e violão e trará músicas do disco antigo, do disco novo e músicas novas do próximo disco.
O trabalho musical do artista envolve as relações humanas com o prazer, com a sensualidade do cotidiano. Com o amigo Ju Polimeno, invocou a música em reação: o homem é um Macaco Sem Pelo. O que nos faz superiores? São preocupações de um músico antropólogo imerso na velocidade da metrópole que é cidade e selva ao mesmo tempo. São 10 músicas sobre essas fronteiras incertas, tecidas em encontros muitos.
“Esse disco tem dois aspectos. Um é uma discussão da antropologia sobre as fronteiras entre a natureza e cultura, humano e animal. A temática geral do disco é uma brincadeira. A vontade do ser humano de se separar da natureza. É uma provocação”, contou Meno Del Picchia em entrevista.
“Posso dizer que a minha música brinca com as fronteiras. De outro lado minha pesquisa foi sobre a produção contemporânea de discos. Sobre as músicas compartilhadas na internet”, completou Del Picchia, explicando o conceito do seu trabalho de mestrado. “Os artistas de São Paulo continuam gravando discos e querem continuar, por isso discutimos porque ainda produzir o objeto disco”.
Del Picchia ainda conta que o processo de pesquisa foi importante para a produção de seu próprio trabalho musical. “Esse projeto de conversar com outros artistas foi um aprendizado de como produzir um disco de uma forma coletiva. Minha música reflete um pouco esse processo”. “A antropologia esta presente nessas duas formas. Letras e formas de fazer o disco”, contou.
“No primeiro disco eu não trouxe essas questões. Era um momento em que eu havia me afastado da universidade. Retomei a antropologia em 2011”, contou o cantor, que ainda participa da banda Improvisado e AfroElectro.
PRODUÇÃO MUSICAL
A reportagem ainda conversou com o artista sobre a atual produção musical brasileira. “Estamos vivendo um momento muito rico em relação a produção. Mas ao mesmo tempo muito pobre na forma em que essa produção escoa. Tem muita gente boa fazendo música, mas pouca gente pra ouvir”, explicou.
“Mas mesmo assim esta sendo muito bom de produção. Hoje é muito mais fácil para divulgar com a internet. Viver da música autoral não é fácil, e a gente acaba tendo que fazer outras coisas”, enfatizou.
As novas tecnologias e meios de comunicação são pontos interessantes para o cantor. “Eu vejo com bons olhos as novas tecnologias de divulgação. E mesmo os estilos que estão se tornando popular como o funk é bacana. Isso é muito bom, produzir uma música e ganhar dinheiro com isso. O funk tem um poder de comunicação muito grande. Mas tem muitos artistas com letras trabalhadas que estão fazendo sucesso também. Tem espaço pra tudo. É uma peneira natural”, comentou o artista, enfatizando que todos os estilos musicais são válidos.
“Se você tiver cem pessoas que gostam de você, já é legal. Aos poucos esse público vai crescendo. Não há espaço para o sucesso de todos, mas há espaço para a criação de todos”, disse Del Picchia.
PROJETOS FUTUROS
Sobre seus projetos futuros, Meno Del Picchia contou que circulará pelo estado com show nas bandas em que participa, Improvisado e a AfroElectro, que lançou um EP novo em julho de 2014, Escambo.
Já com a carreira solo, o artista lançará no dia 19 de abril, no Sesc Belenzinho, o clipe da música “Vou pro Pará”. O lançamento terá uma apresentação do artista ao lado da cantora Márcia Castro.
Para mais notícias, eventos e empregos, siga-nos no Google News (clique aqui) e fique informado
Lei Proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização previa do Portal Hortolandia . Lei nº 9610/98