Covid longa, é importante saber

de Redação Portal Hortolândia
unidades de saúde de Hortolândia

Desde as primeiras manifestações, o coronavírus provocou impactos sociais graves e desafios para a ciência. Durante meses de incerteza e preocupação, pesquisadores do mundo todo dedicaram-se a investigar e compreender as formas de transmissão, possibilidades de prevenção e de cura.

Com o tão esperado desenvolvimento da vacina e, posteriormente, a imunização de parte importante da população, observamos significativa redução do número de casos e mortes. Conforme o vírus pôde ser mais estudado e destrinchado, atingimos um ponto de maior tranquilidade e segurança, que pareciamos incrivelmente distante nos momentos mais críticos da pandemia.

Hoje, temos ainda uma série de ameaças, como das novas variantes. O que ocorre na China também é questão que intriga a comunidade científica, sendo que precisamos de mais informações para o entendimento e eventual resposta.

Outro novo problema está relacionado aos inúmeros relatos de sequelas observadas por pacientes infectados. Embora muitas pessoas se recuperem rapidamente, é cada vez mais comum receber casos em que as queixas se prolongam por semanas ou até mesmo meses.

Recente pesquisa brasileira, divulgada pela Rede de Pesquisa Solidária, mostra que 58,5% dos pacientes com Covid-19 continuam apresentando sintomas da doença, mesmo três meses após o quadro de infecção aguda.

Essa condição a longo prazo ficou popular com o nome de “Covid longa” e já é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde outubro de 2021. Os sinais podem incluir manifestações de novos sintomas ou a permanência daqueles que apareceram durante a infecção, podendo ocorrer tanto com indivíduos que vivenciaram um quadro grave quanto por quem teve infecção leve/assintomática.

O mesmo estudo mostra que os sintomas mais frequentes relatados são, em ordem decrescente: ansiedade, perda de memória, dor, falta de atenção, fadiga, queda de cabelo, alterações de sono, alterações de humor e dor nas articulações.

Existe uma associação mais frequente às dificuldades mentais e psicológicas, o que acaba por gerar grandes problemas na qualidade de vida dos pacientes que sofrem com a Covid longa, atrapalhando o desempenho em tarefas essenciais do dia a dia.

Não há, ainda, orientações específicas para o tratamento dos sintomas permanentes pós-Covid. A comunidade científica, como um todo, ainda busca compreensão das possíveis causas, além de maneiras de minimizar quadros.

Embora as conclusões sobre o assunto ainda sejam limitadas, é fato que cuidar dos pacientes com Covid longa exige uma equipe multidisciplinar e união entre profissionais de diversas áreas da saúde.

É essencial assim que busquemos nos manter sempre atualizados e informados para que, juntos, médicos, profissionais de saúde e pacientes, possamos vencer mais esse obstáculo.

Antonio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica

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