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Gravidez Tardia

Recentemente, a atriz Claudia Raia utilizou as redes sociais para anunciar a gravidez (Gravidez Tardia). Ela, que já é mãe de dois filhos, está comemorando a vinda do terceiro, aos 55 anos. É fruto do atual relacionamento com o ator Jarbas Homem de Mello.

Para detalhar a nova fase, Claudiapostou em seu perfil de uma rede social: “É lindo chegar na maturidade e ter a maravilhosa oportunidade de conceber um bebê. Para sermos bem honestos, é uma das melhores fases, estamos maduros emocionalmente, mais tranquilos e com muito, muito amor para compartilhar. É um verdadeiro sonho”.

Como a questãoda gravidez tardia passou a ser comentadíssima, mas ainda gera dúvidas, a coluna Acontece Saúde buscou esclarecimentos com adra. Rosiane Mattar, médica obstetra, professora titular do Departamento de Obstetrícia da Escola Paulista de Medicina da UNIFESP e presidente da Comissão Nacional Especializada de Gestação de Alto Risco da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, FEBRASGO.

“É lógico que, entre uma pessoa de 20 anos e uma de 50 anos, a que possui mais idade é, também, mais frequentemente, a que possui mais riscos de obesidade, hipertensão e diabetes”, pontua ela quando indagada se o fator idade interfere no desenvolvimento de uma gravidez.

Na eventual existência de comorbidades, existe maior possibilidade de aparecimento de doenças obstétricas, como a pré-eclâmpsia, pressão alta durante a gestação, placenta de inserção baixa, descolamento de placenta, além de maiores chances de aborto e gravidez gemelar.

Especificamente sobre o desenvolvimento do feto, se maior o amadurecimento do óvulo, maior o risco da má formação fetal cromossômica: “Há, aliás, mais risco de doenças por alteração genética, como a síndrome de Down, por exemplo. Tambémde complicadores como a prematuridade, restrição de crescimento fetal, macrossomia na diabetes gestacional, entre outros”.

Rosiane, entretanto, destaca um ponto importantíssimo: “Ter mais riscos não significa que vai acontecer”. E apresenta orientações a quem pretende adiar o projeto de ser mãe por alguns anos:

“Fundamental ampliar as possibilidades de entrar na gravidez na melhor condição possível. Fazer um excelente pré-natal, ter ganho de peso adequado, diagnóstico precoce de qualquer possível alteração; tudo isso contribui para a melhor condição de evolução. Fazer um pré-natal, por exemplo, não consegue evitar uma doença gestacional, mas pode evitar a condição mais grave da mesma”.

Vale ressaltar:quanto mais idade, menor a chance de uma gravidez espontânea, já que, após 35 anos, a qualidade do gametamuda. Por isso, atualmente, a maioria dos médicos especialistas em reprodução assistida, recomendam que o congelamento seja feito por volta dos 35 anos.

Por fim, Rosiane deixa mais uma orientação relevante: “Em qualquer gravidez, tardia ou não, é indispensável o auxílio de uma equipe multidisciplinar. É bom ter enfermeira, consultora de amamentação, fisioterapeuta (que ajuda no preparo do períneo e do corpo), psicóloga. Aliás, em qualquer idade, é recomendável que a paciente, quando possível, tenha acompanhamento em todos os âmbitos”.

Entrevista com dra. Rosiane Mattar – Obstetra

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