Não há dúvidas de que o futebol é o esporte mais querido em boa parte do mundo. Até mesmo em nações onde a modalidade encontrava certa resistência frente às práticas locais, como o basquetebol e o futebol americano nos Estados Unidos, o futebol tem angariado cada vez mais fãs ao longo dos últimos anos.
O melhor de tudo, pelo menos nos anos recentes, é como esse esporte tem se tornado também uma ferramenta para a integração de comunidades e da diversidade. Nos próprios Estados Unidos, as torcidas de times como Portland Timbers e Seattle Sounders têm uma união forte, da mesma forma que ocorre entre as comunidades das respectivas cidades do estado de Washington. Ao mesmo tempo, o futebol feminino – que já era dominante no país anglófono – tem ganhado destaque mundial graças a eventos como a Copa do Mundo de futebol feminino, disputada na França há poucos meses.
Com isso, o futebol acaba por se tornar um produto de mídia muito mais forte do que ele já é por si só. Enquanto a forma mais óbvia e natural de entrar em contato com esse esporte se dá pelas transmissões esportivas que dominam nossas televisões durante os fins de semana, a gama de possibilidades não para por aí. Atualmente é possível ver, na Netflix e na recém-chegada Amazon Prime, até mesmo documentários revelando os segredos internos de alguns dos maiores times do mundo, como Juventus e Manchester City.
Os documentários destes times nas supracitadas plataformas de streaming, assim como as produções realizadas por canais de esporte como ESPN, possuem um tipo de polimento especial que é raramente encontrado em produções do gênero para outros campos. O mesmo vale para videogames das séries FIFA e PES, que disputam ano a ano o lugar de melhor jogo de futebol na preferência dos gamers, e para os jogos de cassino da Betfair, que possui em seu catálogo títulos como Top Trumps Football Stars – jogo que conta com a presença de vários astros que fizeram história no esporte.
O estranho é que, quando se trata de cinema, tal regra não se aplica. Apesar das cifras envolvidas em produções cinematográficas para que se tenha o melhor produto possível saindo das mãos e das mentes de roteiristas, diretores e afins, filmes de futebol não alcançam nem sucesso de público nem de crítica, algo que poderia se esperar de um esporte tão amado.
Quiçá o filme mais famoso do gênero seja Gol! – O sonho impossível, que acabou se tornando uma trilogia acompanhando a carreira do jovem Santiago Muñez rumo ao estrelato. Os filmes contam com participações especiais de vários astros do esporte, como Zinedine Zidane, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho. E, ainda que estes filmes possam ocupar um espaço quente e confortável na mente dos fãs mais nostálgicos de futebol e de cinema, nenhum deles foi sucesso estrondoso em bilheteria ou crítica.
Fonte: “Elland Road, West Stand” por leedsyorkshire (CC BY 2.0)
Para além do circuito pop que Gol! – O sonho impossível tentou alcançar, encontramos o que talvez seja a melhor obra cinematográfica que tem futebol como tema: Maldito Futebol Clube. A trama é inspirada no livro The Damned United, escrito por David Peace, que detalha a trajetória do lendário técnico inglês Brian Clough pelo também inglês Leeds United – onde ficou por apenas 44 dias. Anos depois, ele se tornaria bicampeão da Copa dos Campeões da Europa comandando o Nottingham Forest.
Infelizmente, o filme – produzido pelo canal público de televisão BBC com 10 milhões de dólares – conseguiu apenas 4 milhões em arrecadação, mas ele ainda é um exemplo a ser seguido como condução de história sobre o futebol nas grandes telas, atingindo excelência no audiovisual e nas atuações do elenco.
Em tempos de plataformas de streaming dominando os mercados, teremos cada vez menos incentivos para apostas nas grandes telas, mas é daí que talvez saia o segredo para que a sina do futebol no cinema seja quebrada. Não pelo fim dos cinemas, obviamente, mas pela expertise e liberdade que essas plataformas oferecem em termos de criatividade aos seus produtores para que eles possam realizar obras fidedignas ao grande esporte que é o futebol.
Fonte da imagem: Pexels
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