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Coluna

Picanha versus o Estado de Bem-Estar Social

Não podemos comparar a Europa com o Brasil, a picanha de 15 euros versus a picanha de 100 reais. Mas, como isso se relaciona com o conceito de Estado de Bem-Estar Social?

Primeiramente, se faz necessário entender o conceito básico: o Estado de Bem-Estar Social é um modo de organização no qual o Estado fica responsável pela promoção social e pela economia. Um modelo que foi sendo deixado de lado ao longo dos séculos, conforme o Liberalismo foi ganhando espaço, sendo este um modo de economia com reduzida participação do Estado na economia como um todo.

Embora tenha ganhado espaço eventualmente, o Liberalismo sofreu duros golpes no século XX, com a Primeira Guerra Mundial e a Crise de 1929 acontecendo em um curto espaço de tempo. Com a retirada do Estado da regulamentação econômica, a solução acabou sendo exatamente a retomada do Estado para trazer a economia de volta, investindo em políticas sociais, principalmente na Europa.

Assim surgiu o modelo chamado de Estado de Bem-Estar Social, com o Estado sendo responsável pela promoção e pela defesa social. Mais precisamente, atuando ao lado de sindicatos e empresas privadas, garantindo serviços como educação, saúde, segurança e lazer para a população.

Dessa forma, fica possível fazer uma análise: com a população não tendo acesso ao básico (ou tendo dificuldades para garantir o básico), um simples “luxo” como um churrasco de final de semana se torna algo inalcançável para muitos.

Um exemplo prático pode ser observado ao longo dos dois primeiros governos de Lula, entre 2003 e 2010: as políticas voltadas para criar um Estado de Bem-Estar Social foram responsáveis pela ascensão das classes mais baixas, com programas como Bolsa Família, Fome Zero e ProUni garantindo o básico para a população. 

Assim, a compra de itens básicos do dia-a-dia deixou de ser uma preocupação (ou as preocupações sobre isso diminuíram), sendo possível pensar em itens e situações que até então soavam como luxo para as classes menos favorecidas, como um carro para o dia-a-dia ou a famigerada picanha no churrasco de final de semana.

Claro, vale lembrar que antes disso o Brasil viveu com um governo liberal focado em privatizações de Fernando Henrique Cardoso, em um modelo econômico que soava pouco benéfico para classes de menor poder aquisitivo. Dessa forma, um governo focado menos no mercado e mais no povo consegue entregar políticas voltadas ao crescimento das classes menos favorecidas, com a picanha mais barata sendo apenas um exemplo de como a economia reflete no bem-estar dessas classes.

Países da Europa tem ao menos 500 anos de vantagens evolutiva sobre o Brasil, além que ter implantado e enraizado fortemente o conceito de estado de bem-estar social, então fica inviável fazer a comparação de, por exemplo, o custo de vida entre Europa e Brasil.

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