Tenho pensado sobre os Black Blocs e suas manifestações depredativas.
Os jornais não param de apontá-los. Vândalos, sem caráter, diabólicos,destruidores. De onde será que veio tudo isso?
Para dar início a discussão devemos ter em mente que primeiro: o pensamento da população é manipulado e direcionado com grande influência política; segundo: toda insubordinação causa medo, que consideravelmente atrai a mídia e por consequência a atenção dos poderes.
“Se a tarifa não baixar São Paulo vai parar”
Quando estive em julho nas manifestações em Campinas, me interessei em ver de perto a cara lavada da tropa de choque militarizando manifestantes. Cercaram a prefeitura como se tivéssemos interesse em sequestrar o prefeito.
Queríamos apenas expor nossa indignação diante de problemas sociais do qual estamos saturados de colocar em debate.
Parecia que estávamos diante de uma casa coberta por diamantes onde plebeus jamais passariam por perto.
Incrível como em pleno século XXI, não temos liberdade em circular pelas ruas, em gritar o que se tem vontade, em proclamar nossos direitos. Que ordem e progresso é esse?
A ordem da polícia, o progresso não sei de quê.
Deixe- nos tomar as ruas para reivindicar e tomar partido que não seremos culpados por depredações.
Será que funciona se que o que move é a raiva?
E ela surge da falta de competência e humanidade de uma polícia que vergonhosamente faz o seu papel, o de ridículo.
Cenas e fotos feitas de policiais passando o limite do que possa ser desacato a autoridade são lamentáveis.
Nunca concordei com que tipo de autoridade a polícia é ou deixou de ser. Não adianta, a reputação é suja e não há quem limpe.
E o desacato com os manifestantes?
Que autoridade a polícia tem em se meter onde não tem competência para administrar? Sinceramente eu não entendo.
Não concordo com a forma destrutiva de bens sociais dos Black Blocs, mas eu posso entender de onde este pensamento vem.
Quando eu como manifestante, após um dia de trabalho saí as ruas e sem saber por qual motivo estava sem conseguir respirar com aquela sensação de inseto sendo intoxicado por RAID também me deu raiva.
E se eu tivesse forças, cara de pau e coragem, também tacaria tijolos nos vidros da prefeitura ou quem sabe socaria tiros de borracha nos “coxinha”.
Claro que isso não resolve nenhum problema e não quero fazer apologia à violência, mas somos seres humanos e o que vem, volta.
Os Back Blocs desafiam a ordem. E que ordem?
Atacam a polícia, destroem propriedades e depredam o que tem pela frente para chamar a atenção às autoridades políticas baseadas no capitalismo inconformado. A maioria são de anarquistas ou grupos que buscam o mesmo “objetivo político” ou a falta dela. Geralmente são os mesmos, de expressar “solidariedade” diante da repressão do Estado.
São os politicamente incorretos, os que não dormem com espinhos na garganta, que gritam e sabem pelo que lutam.
Não são manifestantes, são protestantes e a intenção é de intimidar, aterrorizar.
O papel da mídia é caçar seus líderes, o deles é de fazê-los mais. Afinal, a democracia é fraca quando se tem um poder constituinte que não é ouvido.
Eles são a resposta à violência policial. Uma forma de protesto baseada na depredação de símbolos do estado e do capitalismo. Fazem o que a maioria não tem coragem de fazer.
São minoria diante da covardia e violência dos nossos “Senhores”.
Tudo o que o povo brasileiro quer são respostas que não são dadas.
Se me perguntam se concordo com a violência digo que não.
Se me questionam se sou a favor do movimento digo que os entendo.
Dizem que os Black Blocs acabam com o que é de gasto público e seremos nós que pagaremos o concerto.
Ao menos veremos para onde vai o nosso dinheiro que não estará em cuecas e contas diversas milionárias para fora do país.
Hoje em dia ser polícia é motivo de chacota, ser político de corrupção, e ser manifestante?
Meu caro, estamos apenas atrás do futuro da nação.
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